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quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

O Pirilampo


Andei a fazer umas arrumaçõezitas e, numa daquelas gavetas mais escondidas, dei com um pequeno espólio de folhas soltas, cartas e receitas de bolos que já nem me lembrava que tinha. Não, não vou escrever as minhas memórias!, tirando o facto de ter nascido em Luanda e de ser um orgulhoso membro do 4R não vejo o que pudesse assinalar de muito relevante… Mas encontrei um poema muito curioso, quase infantil, que aparece atribuído (?) a Josefa d’Óbidos (sec.XVII) e que aqui reproduzo por ser de evidente actualidade:
O Pirilampo

Lustroso, um astro volante
Rompeu as humildes relvas.
No seu voo rutilante,
Alegrava à noite as selvas.

Mas, de um vizinho terreno,
Saiu de uma cova um sapo
E despediu-lhe um sopapo
Que o ensopou em veneno.

Ao morrer, exclama o triste:
-Que tens tu de que me acuses?
Que crime em meu seio existe?
Respondeu-lhe: -Porque luzes?

2 comentários:

Massano Cardoso disse...

Coitados de muitos portugueses. Assim que começam a luzir arriscam-se a serem mortos, porque sapos é coisa que não falta. Não se consegue engolir todos...

Unknown disse...

A poesia é O Pirilampo e o Sapo da Marquesa de Alorna