Na manhã do solstício de verão acordo cercado por três pequeninos netos, os quais ficaram à guarda dos avós na sequência de um casamento realizado em Vilar Formoso. A idade dos avós, ou melhor, a idade dos netos obrigou-nos a recolher ao hotel mais cedo. Uma verdadeira "ramboia" que soube melhor do que continuar pela noite dentro.
Abro a janela e reparo estar a menos de cem metros da fronteira. Nada de especial. Mas de repente, naquela curiosidade de observar onde acaba o nosso país e começa o do vizinho, procuro os sinais da nossa identidade. No edifício da velha Alfandega, e gravado no granito, o nosso escudo. A escassos metros, num mastro de dimensão apreciável, vi a bandeira nacional, o que é correto, já que marca a nossa territorialidade e a nossa identidade. Não foi preciso muito tempo para ficar com a boca aberta. A bandeira nacional à entrada do nosso país estava esfarrapada. Nem queria acreditar e saí do hotel para confirmar que era verdade. Afinal não estava ensonado e nem o facto de o sol encadear qualquer um, impediu a minha observação.
A bandeira nacional está ali, precisamente à entrada do território, mal tratada como se fosse uma das muitas bandeiras que, patrioticamente muitos portugueses, abandonaram às intempéries e ao tempo, no decurso do “Europeu 2004”, e que ainda se consegue ver num ou noutro local.
Dada a sua localização, presumo que não é nenhuma iniciativa de algum “patriota futebolístico”, mas sim da responsabilidade das autoridades nacionais que fazem, de vez em quando, apelos ao respeito pelos símbolos nacionais, fiquei chocado com tão estranha atitude.
O que dirão os que nos visitam quando entram pela aquela porta? Que raio de povo é este que marca o seu território com uma bandeira esfarrapada? Só pode ser um povo esfarrapado! É capaz de ser isso mesmo...
7 comentários:
Caro Professor Massano Cardoso
São os efeitos da crise. Assim vão os valores nacionais e as bandeiras esfarrapadas vão assim contribuindo para esfarrapar a nossa identidade!
BomDia,
após ler o seu post, levantou-se-me uma duvida, que tem origem na educação que fui absorvendo na minha infancia.
Embora entenda o teor do seu texto, e tb partilhe a opinião de que cada vez menos se dá dignidade/respeito á nossa identidade e respectivos simbolos, quero deixar-lhe aqui uma duvida.
Desde pequeno sempre ouvi dizer, que uma Bandeira "gasta" tem mais valor que uma bandeira a estrear...
E mais, tendo sido escuteiro, fui ensinado a dobra-la, com a indicação que ao descer do mastro onde está defraldada...temos a obrigação a guardar com o maximo de atenção, para que não tocasse no chão...(o que seria gravissimo, e motivo para um "nó no lenço" )mas ...
...quando ao estado da bandeira, cheguei a ouvir dizer, que quanto mais velhinha mais valiosa...
e agora ??? como resolvo esta duvida ???
obgd.
BomDia,
após ler o seu post, levantou-se-me uma duvida, que tem origem na educação que fui absorvendo na minha infancia.
Embora entenda o teor do seu texto, e tb partilhe a opinião de que cada vez menos se dá dignidade/respeito á nossa identidade e respectivos simbolos, quero deixar-lhe aqui uma duvida.
Desde pequeno sempre ouvi dizer, que uma Bandeira "gasta" tem mais valor que uma bandeira a estrear...
E mais, tendo sido escuteiro, fui ensinado a dobra-la, com a indicação que ao descer do mastro onde está defraldada...temos a obrigação a guardar com o maximo de atenção, para que não tocasse no chão...(o que seria gravissimo, e motivo para um "nó no lenço" )mas ...
...quando ao estado da bandeira, cheguei a ouvir dizer, que quanto mais velhinha mais valiosa...
e agora ??? como resolvo esta duvida ???
obgd.
Ponto 2 do Art.2º do Decreto-Lei nº 150/87 de 30 de Março.
“A Bandeira Nacional, no seu uso, deverá ser apresentada de acordo com o padrão oficial e em bom estado, de modo a ser preservada a dignidade que lhe é devida”.
Espero que lhe resolva a sua dúvida.
Caro Da Serra
Não sou jurista. Mas gostava de ouvir opiniões de especialistas se neste caso se pode aplicar o artigo 332º “Ultraje de símbolos nacionais e regionais” do Código Penal. Apenas por uma questão de curiosidade, já que os mau tratos à bandeira poderá ser classificada como um ultraje.
ultraje
ul.tra.je
sm (fr outrage) 1 Ação ou efeito de ultrajar; insulto, afronta, infamação. 2 Vilipêndio, desacato. 3 Violação, agravo. (Dicionário Michaelis)
Uma bandeira assim é desleixo ou então optamos por uma interpretação mais benévola que é a de que talvez tenha havido na véspera uma tal ventania que a esfarrapou! E, caro Massano Cardoso, não creio que as leis e as coismas sirvam para ultrapassar o desleixo de quem devia dar o exemplo, o problema será mesmo a falta de brio e de orgulho no símbolo da Pátria arvorada num edifício oficial!
Prezado Sr. Salvador Massamo.
Gostaria de dizer que essa não é a bandeira nacional mas sim a bandeira da República, imposta pela Carbonária e não pela Comissão Nacional.
Contrariamente ao que se pensa, a bandeira nacional, é azul e branca.
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