Ontem o País assistiu à apresentação pública do programa "Cuida-te", uma parceria entre a Secretaria de Estado da Juventude e Desporto e o Alto Comissariado para a Saúde.
Não li o texto do programa, portanto, não o conheço ao pormenor; pode ser um programa excelente, concretizar um objectivo louvável, obedecer a uma análise estatística aturada e conclusiva...enfim, ser de grande alcance com razoável exequibilidade: o "Cuida-te" apresenta-se com 5 unidades móveis e propõe-se concretizar rastreios através de testes de despistagem da Sida a menores de 16 anos.
Segundo o que foi noticiado, este despiste incidirá em ambientes de lazer, discotecas, concertos e outros e... em estabelecimentos de ensino!
Eis que, de imediato, surge o atabalhoado:
-a Ministra da Educação e um dos seus Secretários de Estado garantem que não será feito qualquer rastreio ao VIH nas escolas portuguesas;
-a Ministra da Saúde a dizer que jovens, menores de idade, devem ter o consentimento dos Pais para fazerem quaiquer exames de diagnóstico e que tem de haver informação completa sobre o que se pretende fazer, sobre os resultados e sobre as consequências dos resultados.
Já não falando na Confederação Nacional das Associações de Pais, que também se pronunciou, só pergunto: mas será possível e acertado lançar um programa destes sem ter ouvido ministérios directamente envolvidos?
Não ficamos todos com a sensação de que foi mais uma ideia de protagonistas isolados?
E assim se "mata à nascença" uma iniciativa que, bem conduzida, representaria mais uma estratégia preventiva, formativa e informativa de combate à Sida.
Sem comentários:
Enviar um comentário