A atual pandemia da gripe H1N1 tem algumas particularidades. Atinge sobretudo as pessoas mais jovens, provavelmente devido a completa ausência de imunidade contra este tipo de vírus. O vírus gosta do frio, como é típico do vírus da gripe. Uma Primavera mais fria permitiu que nalgumas partes do globo se iniciasse mais facilmente a propagação. Quanto mais gente junta maior é a possibilidade de transmissão, logo, nos grandes aglomerados o risco é maior. Um aspeto que considero como particularmente relevante tem a ver com os profissionais de saúde. Infetam-se com a mesma facilidade que a população geral, ao contrário da gripe “normal”. A somar a esta característica, acresce o fenómeno dos profissionais de saúde serem “descuidados” com a sua própria saúde, mantendo-se em atividade até não poderem mais. Mania de serem “heróis”! Neste caso, é facilmente compreensível que a propagação possa ocorrer com muita mais facilidade entre eles e nas próprias unidades de saúde, afetando os doentes e não doentes. Como um mal nunca vem só, e sabendo que o número de profissionais é baixo para as necessidades do país, qualquer baixa significativa dos mesmos, ainda que temporariamente, poderá ser bastante gravoso para uma adequada e eficiente prestação de cuidados de saúde. Faz todo o sentido os planos de contingência, como é óbvio, sobretudo para as unidades de saúde, não porque esta gripe seja muito letal, mas devido ao impacto que possa ter na prestação dos cuidados à população geral, a qual carece de atenção para as diferentes patologias que a assolam.
A política de cuidados a ter com esta gripe, que, paulatinamente, está em crescendo, tem que ser encarada, embora não exclusivamente, para médicos, enfermeiros e outros técnicos sem os quais não é possível assegurar a prestação de cuidados, ou seja, se o risco de morrer devido à gripe é baixo, o mesmo não se pode dizer de outras causas por carência de cuidados de saúde!
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