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domingo, 16 de outubro de 2011

De quando em vez, uma voz verdadeira

Quatro meses de Governo é que desequilibraram o país? Ou foram seis anos de mentira?
Sem partidarismos, fosse este partido ou o outro ou outra coligação que lá estivesses. Não nos enganem mais..
Em relação a situação a que chegamos até agora, eu continuo a espera que os responsáveis como aconteceu em outros país sejam chamados a dizer-nos porque é que fizeram negócios do estado absolutamente ruinosos?
E o Sr. Procurador da Republica foi avisado por Juízes ou ex-Juízes do tribunal de contas que tem os relatórios todos de que é que esta a espera para se por a investigar a sério o que é que foi feito?
Que se chamem pessoas que continuam, alguns no Parlamento, a justificar o injustificável e que respondam não só em termos políticos mas em termos judiciais, respondam ao país, que foi muito grave o que fizeram. E aqui há governantes, ministros, secretários de estado e outros que já haviam de estar a responder por isto...
José Gomes Ferreira, na SIC

10 comentários:

Bartolomeu disse...

É melhor não, caro Dr. Pinho Cardão...
Olhe que se lhes dá para abrirem a boca... é bem provável que vá tudo a eito.
E nessa altura, ficamos sem quem que nos governe... cai o poder na mão do povo, ou na mão do exército e lá voltamos à mesma fantochada do pós 25 de Abril.
O melhor é deixa-los estar sossegadinhos, um em Paris, a dar uma de filósofo, como aliás lhe compete, outro em ~Cabo Verde a dançar umas mornas com umas mulatinhas maneiras, outro(s) na Coelha a... a... isso, pronto, outros em São Bento a assistir por entre as vidraças, às manif, etc.
Isto assim, como assim o pessoal já está habituado e daqui a dias, já todos esqueceram que foram... que foram... ai caramba, agora não me consigo recordar do termo...

Tonibler disse...

O problema, caro Pinho Cardão, é que essa mesma voz era que que gritava contra as agências de rating ao serviço dos especuladores da economia de casino e dos interesses geoestratégicos quando aquilo que interessava dizer era outra coisa porque o poder era outro.

Agora até pode ter razão, mas é natural que as pessoas vejam nessa voz aquilo que parece ser. Uma voz vendida.

Bmonteiro disse...

É melhor não, efectivamente.
Teríamos de ir à génese do regime democrático.
De como transformou um ordinário capitão expulso do exército, num alto quadro político de um dos seus maiores partidos.
De Valentim a Isaltino, três décadas de banca rota moral nos contemplam.
Pois, dizem que o salário mínimo nacional progrediu algumas dezenas de euros desde 1975.
Felizmente, o país pode contar com o sucesso dos Varas.
Papel do PGR:
tudo fazer para manter o sistema.
Um PR reformado,
uma Presidente da AR reformada,
a tropa do Banco de Portugal com reformas especiais de corrida.
A bem do Regime.

Gonçalo Correia disse...

Gostei muito dessa intervenção de José Gomes Ferreira. Disse o que muitos não têm coragem para dizer: a verdade nua e crua. Infelizmente, quem tenta falar sobre algumas verdades deste Estado apodrecido, não é bem sucedido(a)… No entanto, uma coisa é certa: a consciência não fica pesada. Por isso, tiro-lhe o meu chapéu.

Suzana Toscano disse...

Não será o caso desse jornalista, que sempre tentou fazer um trabalho isento, tanto quanto me pude aperceber, mas concordo com o caro Tonibler, a maior parte dos que hoje clamam contra o estado a que chegámos foram os que defenderam com unhas e dentes as políticas que estavam a ser seguidas, criticando violentamente as vozes que se levantaram contra elas ou que alertaram para a factura que crescia a olhos vistos e para o perigo explosivo das suas consequências.Os "negócios ruinosos" não foram ao Tribunal de Contas? O endividamento das autarquias, limitado por lei, também não? As PPP's não eram condição sem a qual não se poderiam ter feito estradas e hospitais e sei lá mais o quê que todos reclamavam? Lembro-me de uma enorme polémica que há anos opôs Manuela Ferreira Leite e o Eng. João Cravinho sobre as PPP's, e em que ela denunciava com todas as letras o perigo gravissimo que daí adviria para os futuros pagadores. Lembro-me da questão das Scuts estar na agenda ao ponto de ter sido ela a introduzir portagens na CREL, quando Ministra das Finanças, com uma gritaria generalizada de todos. Então? Essa política foi sufragada nas eleições de 2009, depois de uma campanha eleitoral em que todas as tentativas para a por em causa foram simplesmente trucidadas. Confesso que me indigna ver agora tanta clarividência e "fome de justiça" onde antes havia tanta cegueira e tanto aplauso.

Tonibler disse...

Eu ouvi o dito "jornalista" (jornalistas transmitem notícias, não opiniões). E lembro-me bem... Até pode ser isento, não discuto, mas não é isso que a sequência de opiniões que transmite indica. E não foram uma nem duas vezes que as opiniões que transmitia soavam estranhamente a recados do poder económico, mas isto já sou eu a especular sem provas. Agora o que ouvi, ouvi; e ouvi-o várias vezes a colocar nas agências de rating a culpa da crise quando era esse o discurso oficial.

Joao Jardine disse...

Caro Pinho Cardão

O principal "defeito e efeito" de um comportamento lesivo que fique impune é a repetição do mesmo.
Em sociedades mais amplas e com menos consanguinidade das elites, há muito que teriam surgido estudos, análises onde as medidas tomadas eram minuciosamente avaliadas pelos seus efeitos e as suas consequências. Provavelmente, o aparelho legal teria usado as leis que existem para julgar os responsáveis ( Islândia, recorda-se?)
O cidadão Gomes Ferreira ficou a meio da sua ideia, falta-lhe a conclusão, isto é qual o modo como, o cidadão Gomes Ferreira,considera que, esse "julgamento", se deve fazer.
Por isso, na falta de estudos, na consanguinidade das elites e na necessidade de tentar evitar que se repitam os erros, sempre ajudava que os documentos pertinentes fossem disponibilizados ao público, assim, pelo menos, sempre poderíamos escrutinar e analisar todo o processo e realizarmos o nosso próprio julgamento.
É sempre preferível, em caso de necessidade de escolha, o erro ao equívoco, o primeiro é livre o segundo não...
Cumprimentos
joão

Anthrax disse...

Caro João Jardine,

«O principal "defeito e efeito" de um comportamento lesivo que fique impune é a repetição do mesmo.» - Exactamente, por isso mesmo é que não vai acontecer nada e a única coisa que se pode fazer - pacificamente- é desabafar.

É claro que estes desabafos públicos, quando pronunciados em determinadas circunstâncias, para as quais confluem uma série de factores, tem um efeito interessante.

Joao Jardine disse...

Cara Anthrax
Não compreendeu o que escrevi. A causa da impunidade é a consanguinidade das elites; o efeito, isto é, um dos efeitos da impunidade é a repetição.
A repetição é um substantivo, como tal, só com um adjectivo pode ganhar "vida" útil; repetição em si é neutra.
Não vai acontecer nada porque existe um elevado grau de consaguinidade nas elites: todos somos primos de alguêm e por este e outros motivos, "ninguêm" realmente julga ninguêm.
Por isso. ficamos demasiado "amarrados" ao acaso: se "corre" bem é uma sorte, se não é um azar.
Repetir erros é, apenas, uma consequência; o facto de repetir não valida ou invalida o que quer que seja, apenas repete.É assim como aquela estrofe da canção hotel california: podemos fazer o check out mas, nunca podemos sair.
Cumprimentos
joão

Margarida disse...

B monteiro, gostei do que você disse.....ordinário capitão expulso do exército, num alto quadro político de um dos seus maiores partidos.
Quem será??????????????? (acrescento eu)
E só semeou (m....) e continua a governar câmaras e metros..... Não atirem pedras se têm telhados de vidro... A desgraça em que nos encontramos não nasceu agora nem em seis anos é mais profunda. São sucessivos governos PSD, PS e CDS, todos a olharem para o próprio umbigo a encherem as contas Offshore, a corrupção, o tráfico de influencias e outros vícios e virtudes da democracia.
E ficam impunes.