O início da final do Campeonato do Mundo de Rugby, que a Nova Zelândia justamente acaba de ganhar, ficou marcado por dois factos simbólicos: enquanto os All Blaks se dedicavam ao ritual da dança maori, os jogadores da selecção francesa foram-se aproximando e alinharam firmes a ver o espectáculo.
O ritual maori, perpetuado nos costumes, vem dos primeiros habitantes da Nova Zelândia, há séculos emigrados da Polinésia. Consiste num encadeamento de danças guerreiras, sempre praticadas antes dos combates, modo de intimidar os adversários. Como agora, simbolicamente, fazem os All Blacks. A aproximação dos franceses pretendeu significar que iam à luta sem medo.
Estive há uns anos na Nova Zelândia (e também na Austrália), extensões da Inglaterra nos antípodas, mas países soberanos, embora mantenham como símbolo a Coroa de Inglaterra. A Nova Zelândia é uma nação onde convivem a cultura europeia e a cultura maori, numa integração exemplar. Ingleses e maoris constituem uma verdadeira nação, onde todos se sentem neozelandeses. A dança maori é um símbolo dos valores maoris, adoptado pelos All Blacks, neste momento maioritariamente descendentes de ingleses.
A título de curiosidade, convém dizer que, ao contrário do que muitos pensam, não há qualquer similitude entre os Maoris e os Aborígenes da Austrália. Estes chegaram lá ainda não se sabe bem como, mas não vieram da Polinésia. Aliás, as características anatómicas evidentes de um aborígene, nomeadamente o rosto e as feições, nada têm a ver com as de um maori. E embora os aborígenes sejam cidadãos australianos de pleno direito e o acesso aos serviços públicos seja idêntico (há deputados, juízes, médicos, advogados, etc, aborígenes), eles tendem a resistir a uma integração plena, guardando para si tradições e costumes, preferindo muitos uma vivência tradicional em vez do viver moderno. É por isso que a casa, que todos têm, não seja por todos usada, por não lhes verem valor útil. Nada disto acontece com a população maori.
Voltando ao rugby, a mim não me atrai muito a modalidade. Mas gosto dos All Blacks.
Nunca a identificação de uma modalidade desportiva com uma marca encontrou tal correspondência. Também por isso muitos se sentem satisfeitos pela vitória dos All Blacks no campeonato do mundo de rugby.
O ritual maori, perpetuado nos costumes, vem dos primeiros habitantes da Nova Zelândia, há séculos emigrados da Polinésia. Consiste num encadeamento de danças guerreiras, sempre praticadas antes dos combates, modo de intimidar os adversários. Como agora, simbolicamente, fazem os All Blacks. A aproximação dos franceses pretendeu significar que iam à luta sem medo.
Estive há uns anos na Nova Zelândia (e também na Austrália), extensões da Inglaterra nos antípodas, mas países soberanos, embora mantenham como símbolo a Coroa de Inglaterra. A Nova Zelândia é uma nação onde convivem a cultura europeia e a cultura maori, numa integração exemplar. Ingleses e maoris constituem uma verdadeira nação, onde todos se sentem neozelandeses. A dança maori é um símbolo dos valores maoris, adoptado pelos All Blacks, neste momento maioritariamente descendentes de ingleses.
A título de curiosidade, convém dizer que, ao contrário do que muitos pensam, não há qualquer similitude entre os Maoris e os Aborígenes da Austrália. Estes chegaram lá ainda não se sabe bem como, mas não vieram da Polinésia. Aliás, as características anatómicas evidentes de um aborígene, nomeadamente o rosto e as feições, nada têm a ver com as de um maori. E embora os aborígenes sejam cidadãos australianos de pleno direito e o acesso aos serviços públicos seja idêntico (há deputados, juízes, médicos, advogados, etc, aborígenes), eles tendem a resistir a uma integração plena, guardando para si tradições e costumes, preferindo muitos uma vivência tradicional em vez do viver moderno. É por isso que a casa, que todos têm, não seja por todos usada, por não lhes verem valor útil. Nada disto acontece com a população maori.
Voltando ao rugby, a mim não me atrai muito a modalidade. Mas gosto dos All Blacks.
Nunca a identificação de uma modalidade desportiva com uma marca encontrou tal correspondência. Também por isso muitos se sentem satisfeitos pela vitória dos All Blacks no campeonato do mundo de rugby.
2 comentários:
A Haka, a dança polinésia da guerra que a Nova Zelândia e Tonga fazem substituir ao hino nacional
(aqui em simultâneo http://www.youtube.com/watch?v=8eGCsEQ15L4)
, têm várias formas e são escolhidas de acordo com o adversário. A sua estética é de tal forma importante para o rugby actual os patrocinadores se acotovelam para a poderem usar como faz a Adidas e já faz parte do espectáculo a forma como os adversários se comportam perante ela sendo famoso o dia em que a selecção inglesa não desfez a formação depois da dança impedindo a formação neozelandesa de o fazer obrigando a equipa de arbitragem ameaçar expulsar as duas equipas depois de vários minutos imobilizadas uma em frente da outra.
Admirável, de facto, terem sido os europeus a adoptar a dança local.
De facto, é isso mesmo, caro Tonibler. Dada a força do ritual, foram os europeus a adoptá-lo.
Enviar um comentário