Só a Administração Pública da Andaluzia tem mais carros de serviço distribuídos aos dirigentes e funcionários públicos provinciais do que toda a Alemanha, incluindo os Estados Federais.
Ana Palácio, citando de cor, em entrevista creio que à Bloomberg.
Ora aí está um campo em que a Alemanha é vítima de gritante disparidade regional.
Começo mesmo a acreditar que a Srª Merkel e o Sr. Sarkozy não têm uma visão global para a Europa.
Mas festa é festa. E não só em Portugal.
9 comentários:
Outra perspetiva: a Alemanha é a grande beneficiária deste elevado indice de motorização dos serviços andaluzes pois adivinha-se a proveniência da maioria dos veiculos...
Pois será, caro Ferreira de Almeida. Mas os alemães também não enjeitariam terem prioridade na oferta desses mesmos carritos. Ou que lhes diminuissem os impostos nesse mesmo valor...
Penso eu de que...
Até o rei de Espanha já tem que andar a caçar a sua própria comida à conta da opressão imperialismo capitalista alemão. Qualquer dia querem que os funcionários superiores do estado paguem estacionamento, contribuam para a segurança social e sejam obrigados a frequentar o SNS, ou coisa parecida. Onde é que vamos chegar...
Ahahah, a Andaluzia sempre foi e continua a ser uma festa.
http://www.youtube.com/watch?v=rgOGYWOKx2s
Something in the way it moves them...
Caro Antonio,
Há uns meses (ou terá sido já há uns anos?) atrás Martin Wolf afirmava no FT que era (e é) um erro de Merkel pretender germanizar os latinos. E penso que tem alguma razão.
Mas também é verdade que, se não for possível existir um conjunto de valores nucleares entre os diferentes membros da União Europeia, a União não sobreviverá por muito mais tempo.
Mais do que económico e financeiro o problema da UE é cultural, e este ou tem solução política ou não se resolve.
Dito de outro modo: Ou existe um governo federal mínimo, o que implica voluntária e determinada abdicação de soberania dos estados federados, ou este e outros exemplos de carros, continuarão a exacerbar a animosidade entre os povos da União.
Até ao dia da sua dissolução e, quem sabe, do início de um novo confronto bélico. Experiência na matéria não falta aos europeus.
Confronto bélico, não me cheira, caro Rui. O pessoal acostumou-se a outros combates mais brandos. E preferirá sempre abdicar em vez de combater. Falo de combater por causas, claro está!
Muito interessante esse seu texto, caro Rui Fonseca. Muito interessante, mesmo.
"Confronto bélico, não me cheira..."
Oxalá tenhas bom olfacto.
Mas se continuam a acumular-se as tensões, a xenofobia e o racismo podem incendiar novamente a Europa.
A paz, como a democracia, não são valores adquiridos para sempre. Se não se preservam, acabam.
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