Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
Ayn Rand-Filósofa russo americana
Ora aí está a origem do mal: a necessidade de autorização de quem nada produz.
11 comentários:
É com gosto que leio esta postagem. Começamos enfim a chegar ao cerne da decadência nacional. Haverá retorno ou está no nosso ADN esta dificuldade em lidarmos com a realidade?
Não mereceremos ser mais felizes?
Talvez, se formos mais solidários, activos e um pouquinho menos (palavra dura) cobardes e subservientes!
É interessante verificar como povos como o Inglês, que fizeram gloriosas revoluções, tiveram sempre essa capacidade de se levantar com violência mas com justeza nos momentos certos para manter o equilibro da sua sociedade.
Nós, acomodados, deixámos as coisas apodrecerem, como deixámos depois de 48 anos. Ainda faltam alguns anos para lá chegar, por isso é esperar que o retrocesso e a miséria que se agiganta nos façam reconhecer que temos de sair dos nossos sofás para enterrar um sistema político podre. Quando a miséria começar a massificar e a irradiar para os topos. A bem do regime democrático!
São claros os sinais de que a Humanidade atravessa uma era de metamorfose. Uma era em que toma consciência real dos males que ferem de morte as sociedades e de quais os remédios que serão capazes de as regenerar.
Esta tomada de consciência será, espero bem, o embrião da transformação que esperamos se venha a concretizar, possibilitando a libertação de estígmas e a tomada de uma direcção concreta e aplanada, capaz de lhe devolver a estabilidade e a sustentabilidade que almeja encontrar.
O Mundo encontra-se gravemente enfermo mas, enquanto a Humanidade existir, existirá sempre a hipotese e o desejo de cura.
Céus! O SIS deixou passar isso?
Caro Drº Pinho Cardão:
Não há dúvida de que os filósofos, de um modo geral, têm a particularidade de dizer coisas que surpreendem, assim como esta citação, mas confesso que não estou a perceber em que realidade concreta o caro Drº. a quer aplicar. Poderá levantar um pouco a cortina?
Caro jotaC:
Pergunta retórica, caro jotaC. Pois onde é que começa a corrupção? Não será porque um simples licenciamento depende de dezenas de repartições e de centenas de burocratas?
E até já se inventou a corrupção por acto lícito: se um indivíduo paga um suborno para obter um documento perfeitamente legal que de outra forma a burocracia não lhe entrega ainda é condenado por isso.
O melhor exemplo disto é o ambiente. Toda a gente se lembra do período em que o Carlos Pimenta tentou regular a selvajaria que era a gestão territorial e acabar com os abusos. Criou regulamentação num sector de governação para onde ninguém queria ir, mas exagerou de tal forma a coisa que uma breve consulta à lista dos ministros que se seguiram prova o ponto que o caro Pinho Cardão quer atingir.
Lembro-me muito bem, Tonibler!...
Não consegui enquadrar o sentido do post daí a minha dúvida.
Não percebi.
Eu para me reproduzir tive que pedir autorização a quem ainda não tinha reproduzido nada...
Daí a falar da origem do mal, o meu amigo está certamente arendtofílico. Olhe que o arenque faz mal à saúde e na sua idade há que ter cuidados redobrados.
Cuidados redobrados com as referências a actos lícitos que o observatório da fraude está à cuca...
Caro Dr. Pinho Cardão,
Com o devido respeito, creio perfeitamente justificada nesta citação a defesa que em tempos por aqui deixei da extinção do ministério da Economia.
Caro Eduardo F.:
Como na altura referi, e pelas razões que referi, justifica-se haver Ministério da Economia.
Mas um Ministério da Economia virado para a produtividade, não para a burocracia, para a inovação, não para o situacionismo, para a concorrência, não para o proteccionismo, para o empreendorismo, não para o estorvo.
ok ok eu liberal me confesso! Deu "libertária" no meu diagrama de Nolan e não escondo, apesar de me sentir a maioria das vezes tratada como uma lunática: de viés pelo pessoal de direita (tenho as minhas dúvidas de que existam em Portugal estes "de direita" - acho que é uma etiqueta auto-"inflingida")e algo mais degradante pelo de esquerda, que como sabemos quando não tem argumentos (e são cada vez menos argumentos) justifica logo a discussão com as menores capacidades do oponente, o baixo QI e daí para os adjectivos de que mais se lembrarem.
Agora este título faz-me logo saltar - e se calhar não era inocente (?) - para o "The income tax - root of all evil" do Chodorov; Chodorov e Isaiah Berlin são mesmo os culpados pelo meu estado de liberal...
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