Kinkaku-ji: Pavilhão Dourado em Quioto
A
viagem até Quioto, antiga capital imperial do Japão, situada a 500 km de
Tóquio, trouxe algumas surpresas inesperadas, muito para além do prazer de
conhecer o repositório cultural e histórico que revela, grandioso e variado.
É
uma satisfação encontrarmos pessoas que tão longe, do outro lado do mundo,
conhecem Portugal, não porque nos tenham visitado, mas porque leram e
aprenderam sobre quem fomos no passado e sobre a nossa
presença na história do Japão.
Numa
visita ao Templo Higashi Hongan-ji conversei com um monge budista. Conhecia Portugal
pelo culto Mariano. Falou de S. Francisco Xavier, um dos fundadores, da Companhia
de Jesus, que estabeleceu por volta de 1550 uma missão jesuíta em Kagoshima
(julgo que é este o nome, é complicadíssimo passar ao papel nomes japoneses!) e
da sua importância no contacto da sociedade japonesa com a cultura europeia. O
monge budista despediu-se, para nosso espanto, com o “obrigado” português.
E
que dizer de um grupo de estudantes que na visita ao Castelo de Nijo não
descansou enquanto não fez conversa connosco, Chamou-lhes a atenção um guia
turístico que eu trazia na mão com a palavra na capa JAPÃO. Iniciadas as
apresentações logo quiseram lembrar que foram os portugueses que introduziram
no século XVI as armas de fogo no Japão. Conheciam-nos como grandes
descobridores. Uma curiosidade sobre este Castelo: é famoso pelos chamados
pavimentos rouxinol. Estes foram feitos para emitirem um som semelhante ao das
aves, quando pisados, servindo de aviso contra os inimigos. Uma técnica inovadora,
ainda nos tempos de hoje. Agora como no século XVI ao passearmos no interior do
Castelo somos acompanhados pelo canto dos rouxinóis. Uma beleza….
2 comentários:
Lindo, Margarida, até aqui sentimos esse ambiente fantástico e nunca é demais insistir que no Japão dão muito mais importância à História de Portugal do que cá, duvido que haja muitos cidadãos a saber dizer uma ou duas coisas sobre a improtância dos portugueses no Japão. Boa viagem!
Suzana
É pena que tiremos muito pouco partido da nossa ligação histórica ao Japão. O que nasce torto, depois é mais difícil de endireitar.
O Japão é um país com um mercado de 128 milhões de consumidores, muito rico, com um elevado poder de compra.
É um destino de exportação que deve ser explorado. Infelizmente, a presença portuguesa é muito reduzida. Precisamos de aumentar as nossas exportações, através de diversificação de produtos e mercados. Deveríamos fazer uma grande aposta no Japão, com profissionalismo, pois os mercados asiáticos não são compatíveis com amadorismos. Os japoneses gostam de Portugal.
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