A Fitch veio dizer que a zona euro afinal tem futuro. Aqui ao lado deixa-se escapar: "Por quem Deus nos manda avisar!". Quase maldosa, e certamente injusta, esta manifestação de falta de fé na acuidade da agência. Ora, é revelado que o método utilizado pela Fitch é científico e infalível: um inquérito aos investidores que disseram que sim, que a zona euro não implodirá. Que mais é necessário para ficarmos descansados? Nada mais. Porém, para que a tranquilidade seja absoluta ouço na SICN uma entrevista ao Professor Ricardo Reis, esse jovem guru que tanta confiança deu a governos passados (sim, o mesmo que há 5 anos dizia que a crise era uma miragem e que num mês se deixaria de se falar nela...). Instado, o Professor Reis confirma a perspetiva da Fitch, desde que haja vontade política uma vez que o euro é uma criatura da política. Estamos, pois, salvos. Não tenham dúvidas.
6 comentários:
Em Economia deve ter um nome pomposo, mas no meu bairro chama-se "se a minha avó não tivesse morrido hoje era viva".
Os gurus têm sempre razão, há 5 anos a crise era uma "miragem" para muitos e para que se mantivesse a névoa deixou de se falar dela num instante, os gurus não se responsabilizam pelo que acontece fora dos prazos que anunciaram criteriosamente. E, se houver vontade política (o que quer que seja que tal signifique para os gurus)as criaturas políticas têm sete vidas como os gatos. A Fitch ao menos confessa os metodos científicos que usa...
Para mim, melhor que a opinião da Fitch e que a confiança do Prof. Ricardo Reis, foi a notícia de que os juros da emissão de dívida do FEEF foram negativos. Pelos vistos os investidores não só declaram à Fitch a sua confiança no Euro, como confirmam essa confiança acorrendo à emissão da dívida.
Creio que os macroeconomistas deviam economizar mais nas palavras e fazer jus ao nome, estudando bem e investigando bem o que devia ser bem investigado. Por exemplo, há por aí doutorados em macoeconomia aos montes, mas pouco ou nada produzem de útil. Um mero exemplo: quantos estudos saíram sobre a relação despesa pública/crescimento em Portugal, ao longo dos anos, levando em linha de conta a carga fiscal e o endividamento público?
Que estudos fizeram sobre a incidência do nível da carga fiscal no crescimento económico?
Pagamos-lhes as bolsas, pagamos-lhes a profissão, pagamos-lhes a investigação(?), e que é que recebemos? Comentários gerais, ao gosto das televisões!...
Peguei-lhe no mote científico e escrevi aqui "cientificamente, tudo na mesma"
http://aliastu.blogspot.pt/2012/08/cientificamente-tudo-na-mesma.html
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