... para o anúncio do "corte" no pessoal de apoio aos autarcas, da confiança política destes.
Nunca percebi a necessidade de os presidentes de câmara e vereadores disporem de gabinetes de apoio pessoal - leia-se, de secretárias e adjuntos - com a dimensão que a lei prevê. Mas sempre entendi a utilidade desta generosidade do legislador: salvo alguns casos em que assim não é, os gabinetes dos autarcas serviam e servem de aparcamento de gente dos partidos, uma espécie de retribuição por bons serviços prestados em campanha.
Aqui está uma medida que, coerente com a afirmação "que se lixem as eleições!", pode servir de mote a muitas outras que afinal demonstram que há muito por onde cortar e poupar. Em nome do saneamento. Também das finanças públicas...
2 comentários:
Nestes tempos conturbados e refilões, cada português anseia por ver surgir medidas que "cortem" as despesas daqueles de quem sempre sentiram inveja. O governo sabe disso e trata de apaziguar os ânimos com uma medida de faz-de-conta-que-faz.
O milagre de que seja feita justiça mantem-se latente em cada "petite revanche" que se desenhe no longínquo horizonte da equidade.
E vejamos este assunto "com olhos de ver".
A preocupação centra-se no número excessivo de pessoal de apoio ao presidente da câmara. Já ha uns anos, quando houve a intenção de limitar os mandatos, os austeros presidentes, trataram imediatamente de se juntar numa associação a ANMP para em conjunto (de esquerda e de direita) se defenderem dos ataques à sua eternidade governativa... autárquica.
O resultado está à vista, os actos de (des)governo municipal, atentatórios às paisagens protegidas e às reservas, com lucros astronómicos para os mecenas-capitalistas que financiam as eleições, tanto as autárquicas, como as legislativas, etc e tal.
Isto, já para não mencionar aquele senhor da Madeira que bate a torto e a direito nos cubanos continentais e que se rodeia de um séquito adorador que o ajuda a cavar buracos financeiros de dimensão capaz de atravessar o globo de lado a lado.
Mas pronto... também não existem assim tantos lugares no mundo, equipados com eficazes máquinas de lavar notas. E esses equipamentos são caros pa carambasssss.
Do meu ponto de vista, que não vou fundamentar aqui para não me alongar muito, mas que apontei várias vezes já no meu bloco de notas, os vereadores municipais não deveriam ter cargos executivos. A vereação deveria definir as políticas de intervenção municipal, aprovar ou rejeitar os planos de actividades e os orçamentos das câmaras que o executivo camarário presidido por um vereador eleito pelos seus pares e constituido pelos directores do município submetesse à sua apreciação.
Por outro lado, nenhuma freguesia deveria ser extinta, mas todos os membros das juntas, sem poderes excutivos, exerceriam os seus cargos de representação dos interesses dos fregueses nas assembleias municipais de forma graciosa.
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