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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Acordo Grego: a propaganda, e a verdade a que temos direito

Para além da avalanche informativa, digo, propagandística, que criou uma realidade virtual e deu uma estrondosa vitória ao Syriza nas reuniões com o Eurogrupo, socorro-me de Vital Moreira, no Blog Causa Nossa, para repor a verdade a que temos direito.
O Governo grego não obteve "nem corte na dívida, nem fim da austeridade orçamental, nem reversão das medidas tomadas, nem novo empréstimo à margem do programa de resgate em vigor (que o Syriza tinha declarado morto e sepultado), nem fim da supervisão da troika (que só perde o nome)".
E escreve ainda Vital Moreira: "Uma nota humilhante para a Grécia (que traduz a falta de confiança de Bruxelas em Atenas) é o facto de os 11 000 milhões de euros que tinham sido emprestados à Grécia para eventual recapitalização dos bancos gregos, e que o Governo Syriza queria desviar para outros fins, vão voltar à UE, ficando confiados à guarda do ECB, não vá o diabo tecê-las..."
Vital Moreira, no Blog Causa Nossa-Vertigem Grega 13 

16 comentários:

Unknown disse...

"“O espaço mediático atual, será o espelho da sociedade portuguesa e traduzirá de forma isenta as diferentes correntes e sensibilidades existentes?

Ou será que esse espaço, negligenciando a missão de informar de forma isenta e, não raras vezes, menosprezando até o pensamento e as convicções da maioria, empenha-se, suportado nas convicções de uma minoria alinhada com o “wishfull thinking” do jornalismo militante, num exercício diário de doutrinação da “população” com os seus próprios valores?”
"

Esta comunicação social não é um conto de crianças, é um autêntico conto do vigário!

http://jornalismoassim.blogspot.pt/

Carlos Sério disse...

Depois do Ultimato lançado à Grécia (nas palavras do presidente do Eurogrupo “ou o governo grego aceitava uma extensão do memorando nas condições e exigências iniciais ou então não haveria acordo possível”) o Eurogrupo, na sua última reunião de sexta-feira, recua ao admitir agora discutir novas condições e exigências depois de analisada a proposta a apresentar pelo governo grego até à próxima segunda-feira.
Apenas dois países, Portugal e Espanha, pretendiam manter o ultimato à Grécia. Saíram derrotados.
Alguns jornais alemães terão mesmo informado que a ministra das finanças de Passos Coelho terá mesmo solicitado ao ministro das finanças alemão para manter o ultimato à Grécia.
Não foi atendida. Foi descartada. É o que costuma acontecer aos servos submissos e sabujos quando o seu senhor se cansa deles.

Carlos Sério disse...

Os comentadores afectos ao governo vaticinam grandes cedências do governo grego. Na lógica de que para haver equilíbrio orçamental, ou se aumentam impostos ou se corta nas funções sociais do estado - na Educação, na Saúde ou na Protecção Social e, dizem, não haverá grande margem para novo aumento de impostos na Grécia.
Quando se fala em impostos será necessário afirmar antes, de que tipo de impostos se trata. Impostos que incidam sobre a maioria da população, sobre os trabalhadores ou impostos que incidam sobre os mais ricos. Isto é, estamos a falar de impostos sobre o trabalho ou impostos sobre o capital?
Ora, o que os governos do euro têm imposto aos cidadãos desde o início da crise financeira dos bancos, tem sido cortes sociais e aumento de impostos sobre unicamente o trabalho. Reformas fiscais no sentido de aumento de impostos sobre o capital é coisa que nenhum país tomou. Não se aumentou o IRC (em Portugal diminuiu), não se congelaram os benefícios fiscais às grandes empresas (em Portugal segundo TC em 2013 foram mais de 1.100 milhões de euros de isenções fiscais), não se taxam fortunas nem se aplicam taxas nas transacções financeiras, permite-se que grandes empresas fujam às suas obrigações fiscais pelo simples registo em paraísos fiscais, etc.
Não deverá surpreender ninguém se o governo grego apresentar na próxima segunda-feira um conjunto de reformas que, a par de uma profunda reforma fiscal que aplique impostos ao capital enuncie uma profunda reforma na administração pública no sentido de eliminar serviços paralelos parasitas e eliminar a corrupção.

António Pedro Pereira disse...

As voltas que o mundo dá.
O Vital Moreira saltitou da CDU para a CDU.
Ao menos a familiaridade do nome.
Outros agora saltitam-lhe para o dorso.

Anónimo disse...

Caro Pinho Cardão, valha-nos ao menos haver na Grécia e no próprio Syriza quem realmente tenha percebido o que aconteceu na sexta-feira passada.

http://www.keeptalkinggreece.com/2015/02/22/syriza-mep-manolis-glezos-sharply-criticizes-greek-govt-for-negotiations-handling/

Divertido, tanto pela coisa em si como pela forma como o senhor escreveu o que lhe vai na alma.

Rui Fonseca disse...



Quo Vadis Vital?

Tiro ao Alvo disse...

Onde será que o Carlos Sério obtém tanta informação? E informação tão fidedigna?

JM Ferreira de Almeida disse...

Pois eu cá não resisto e solto o BE, o Suriza e o Podemos que há em mim: ALEMANHA FORA DA UE, JÁ!

Carlos Sério disse...

À atenção do Tiro ao Alvo,

Alexis Tsipras afirma: “ Demos um passo decisivo, deixando para trás a austeridade, o Memorando e a Troika”, numa declaração internacional. Na televisão grega, o primeiro-ministro do governo grego salientou: "Ganhámos uma batalha, mas não a guerra".
“O acordo de ontem com o Eurogrupo (...) cancela os compromissos dos governos anteriores para cortes nos salários e nas pensões, para despedimentos no sector público, para subidas do IVA na alimentação, na saúde”.
O acordo cria o quadro institucional para as tão necessárias reformas progressistas no que respeita à luta contra a corrupção e a fuga ao fisco, bem como reformar os Estado e a administração pública, e evidentemente ultrapassar a crise humanitária, o que consideramos ser a nossa principal responsabilidade.

Pinho Cardão disse...

Voltando ao comentário do Zuricher:
“I ask the Greek people to forgive me for contributing to this illusion.” With this phrase veteran left politician, WWII resistance fighter and SYRIZA MEP Manolis Glezos slammed the Greek government for handling the negotiations with the country’s lenders and so having changed the rhetoric of the party.
Por outro lado, hoje, tanto o dirigente Samaras, como até o Pasok em comunicado já vieram dizer que o rei vai nu...
Veremos, pois.

António Pedro Pereira disse...

Um banco alemão, credível, na opinião de altos responsáveis germânicos, calculou o que a Alemanha já perdeu com a Grécia.
http://www.youtube.com/watch?v=8UN1gI2nr34&sns=em

Pedro Almeida disse...

À atenção de Carlos Sério:

Eurodeputado do Syriza critica acordo do Governo grego com Eurogrupo

O eurodeputado grego do Syriza Manolis Glezos criticou hoje o acordo que foi alcançado entre o Governo helénico e os parceiros europeus, apelando à mobilização dos simpatizantes do partido para manifestarem a sua posição acerca do mesmo.

"A mudança do nome da 'troika' para 'instituições', do 'memorando' por 'acordo' e dos 'credores' por 'parceiros' não altera nada a realidade anterior", assinalou Glezos num artigo publicado num 'blog', noticiou a agência de notícias espanhola EFE.

Manolis Glezos pediu a "todos os membros e simpatizantes" do Governo de coligação encabeçado pelo Syriza que decidam "em reuniões extraordinárias a todos os níveis da organização" se aceitam a decisão do executivo de Alexis Tsipras.

O emblemático político esquerdista sublinhou que já passou um mês desde as eleições, mas ainda não foi cumprida a promessa do Syriza de
"abolir a 'troika' e o programa de resgate".

No seu artigo, Glezos pede desculpa aos eleitores gregos por tê-los feito "participar na ilusão" durante a campanha eleitoral de ter um Governo de esquerda, pedindo-lhes uma reacção "antes que seja demasiado tarde".

http://www.sol.pt/noticia/124632

Pedro Almeida disse...

O Carlos Sério quer reduzir a taxa de IRC...

Vejamos alguns números:

IRC em Portugal muito acima da média europeia

Para reforçar a necessidade de mudar rapidamente o atual sistema fiscal que incide sobre o tecido empresarial português, João Gonzaga Rosa, partner da Ernst & Young, defendeu em declarações ao Saldo Positivo que “esta reforma do IRC é fundamental para começar a incentivar a competitividade do país”.

Os números não enganam e Portugal acaba por ficar mal na fotografia quando se trata de comparar taxas de IRC. De acordo com os dados apresentados pela Erns&Young na conferência, as empresas portuguesas são das que mais pagam impostos na Europa. Por comparação com os restantes países da União Europeia, a carga fiscal suportada pelas empresas é a terceira mais elevada (depois da França e da Bélgica) e pode chegar aos 31,5% (25% da taxa nominal de IRC a que se somam os 1,5% da derrama municipal e a derrama estadual, até 5% para lucros superiores a 7,5 milhões de euros).

Perante esta realidade, João Gonzaga Rosa não tem dúvidas: “Não nos podemos dar ao luxo de manter uma taxa de IRC tão elevada e tão acima da média europeia. É um forte inibidor à captação de investimento”. Neste momento, a taxa de IRC em Portugal mantém-se muito acima da média da UE: 31,5% contra os 23,5% registados na UE a 27 e os 26,1% na Zona Euro.

http://saldopositivo.cgd.pt/empresas/o-que-pode-mudar-com-a-reforma-do-irc/3/

Pedro Almeida disse...

Aliás, QUER AUMENTÁ-LA!

(Fica a retificação).

Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:

O que Tsipras referiu e o meu amigo descreve no seu último comentário é uma verdadeira quadratura do círculo, que devia envergonhar qualquer político. Demagogia até à insolência.
É que do acordo não corre o maná celestial assim tão facilmente prometido por Tsipras. Coitado do povo, sempre enganado, seja por gregos, seja por troianos.

Carlos Sério disse...

À atenção do Pedro Almeida,
De acordo com os cálculos efectuados, entre 1990 e 2010, «o montante dos resultados contabilísticos positivos das empresas multiplicou-se por 13, enquanto a receita de IRC apenas triplicou». Ou seja, se «em 1990 o IRC liquidado pelo Estado representava 27% dos resultados contabilísticos positivos declarados pelas empresas», passados «20 anos o IRC pesou já só 6% desses resultados», o valor mais baixo da série apurada.
A perda de receitas gerada por esta via deve-se essencialmente a sucessivas reduções da taxa de IRC, sobretudo através da alteração da base de tributação aplicada às empresas (metade dos resultados contabilísticos deixou de ser tributado) e à diversificação das rubricas de dedução à colecta.
Resumindo: em 1990 cerca de 55% das empresas pagaram uma quantia de IRC que representou 27% dos resultados. Em 2010 só cerca de 29% das empresas pagaram um IRC de 6% dos resultados contabilísticos.