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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Pois é...os inocentes gregos e os safados alemães!...

Em 1985, a Grécia vetava a entrada de Portugal na CEE. E fazia depender o levantamento do veto do recebimento de mais dinheiro... 
Afinal, quem pagou, em 1985, os milhões exigidos pela Grécia para Portugal e Espanha entrarem na CEE foi...a Alemanha!...
Pois é...estes safados alemães...
Adenda: E quem esteve na origem da chantagem grega foi o PASOK. Foram os socialistas gregos que não mostrarem qualquer solidariedade conosco, e foram os alemães que a tiveram.

9 comentários:

Tavares Moreira disse...

A nossa entrada (e da Espanha) na UE ter sido financiada pelos Alemães, subornando os Gregos para não oporem o seu veto? Só faltava mais esta, caro Pinho Cardão!
Que dirão os teóricos do papa-açordismo nacional a tão vil negociata?

Pinho Cardão disse...

De facto, manifesto suborno, caro Tavares Moreira!
Exige-se intervenção do DCIAP. Já!
E o Helmut Khol para a prisão!...

Carlos Sério disse...

Caro Pinho Cardão,

Só agora reparei como alguns postadores do IV Republica se manifestam quanto ao acordo do governo grego com o eurogrupo. Atribuem ao governo grego “promessas delirantes “ e agora recuos em “formidável pirueta”. Sem qualquer justificação contudo. Por achar interessante o tema perdoe-me se volto ao assunto.

Vamos então ver, do que constavam as “promessas delirantes”: Numa palavra, parar com a austeridade, o que significa não aumentar impostos sobre o trabalho, não cortar salários nem pensões, acudir às emergências sociais, reintegrar funcionários públicos ilegalmente despedidos, aumentar o salário mínimo e reformar a administração e a fiscalidade.

Quanto à “formidável pirueta política” que se afirma que foi dada pelo governo grego ela traduzir-se-á em: Os gregos conseguiram desactivar o acordo deixado por Samaras e pelo Eurogrupo para o corte das pensões e o aumento do IVA. O BCE irá desbloquear os lucros obtidos com a dívida grega, que ascendem a 1,9 mil milhões de euros, cerca de 1% do PIB grego. Apesar da regra de não-reversão das medidas do anterior governo, o governo grego irá reintegrar 2100 funcionários públicos ilegalmente despedidos, proceder a um aumento faseado do salário mínimo, parar com a política de privatizações e dar acesso à Saúde aos desempregados, efectuar uma reforma na Administração Pública que elimine serviços paralelos parasitários e combata a corrupção, proceder a uma reforma fiscal com lançamento de impostos sobre os mais ricos, sem falarmos já da diminuição do saldo orçamental primário anteriormente exigido.

Os amantes da austeridade e do dogma neoliberal não se conformam com a hipótese de um governo de um país do euro apresente uma alternativa à austeridade, daí que seja compreensível mas condenável, porque fogem à verdade, que tentem denegrir e falsear o acordo dos gregos com o eurogrupo e assim justificarem o seu dogma do caminho único.

Ao conseguir aplicar as suas políticas alternativas, o governo grego poderia demonstrar a grande falsidade, a ineficácia e inclusive a crueldade das políticas impostas às classes populares da Grécia e dos outros países da Eurozona, com a cumplicidade e apoio das elites conservadoras e neoliberais governantes em cada um destes países.

Na verdade, serão estes amantes da austeridade sem fim que terão de dar “formidáveis piruetas” para tentar encaixar a realidade em seus dogmas neoliberais.


Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:
1. Só um masoquista ou um louco é que seriam amantes da austeridade pela austeridade. Não há nem masoquistas nem loucos entre os autores do Quarta República, pelo que não há amantes da austeridade. Mas se há masoquistas ou loucos entre os autores do 4R, conviria que nos dissesse, até para todos nos precavermos...
2. O que não significa que, em tempos de crise, não sejam a austeridade e o rigor um instrumento indispensável, a par de outros, para dela sair.
3. É absolutamente incorrecta a tentativa de que o meu amigo usa (e abusa...) de ligar austeridade ao neoliberalismo, o que quer que se entenda por isso. Com comunismo, socialismo, liberalismo, neoliberalismo, socialismo de mercado ou o que entender, a Grécia nunca poderá sair da crise sem medidas dolorosas, ou, se quiser, austeridade e rigor. Medidas que não constituem um fim, mas um instrumento, um meio.
3. Caso o Syriza optasse por cumprir as suas promessas eleitorais e, sem o apoio da UE, fosse obrigado a sair do euro, com a consequente forte desvalorização da dracma, o cumprimento dessas promessas traduzir-se-ia, inevitável e inexoravelmente, em muito maiores restrições e austeridade para o povo.
O que significa que políticas ditas socialistas (as do Syriza) ainda mais penalizariam as populações.

Tiro ao Alvo disse...

Temo que o Pinho Cardão esteja a perder o seu tempo, explicando ao Carlos Sério o que é a austeridade e as virtudes da sua aplicação, em situações semelhantes à que a Grécia se encontrou e encontra, tal como nos aconteceu a nós, portugueses.
Digo isto por que ele também lê outras cartilhas que, como se sabe, defendem outras doutrinas. E, quando acreditamos na bondade desses doutrinadores, não lhe é fácil mudar de ideias.
Ainda ontem ouvi, na televisão, o prof. Francisco Louçã a dizer que a austeridade é um mal que empobrece os países e que, por isso mesmo, deve ser combatida sem dó nem piedade. E o prof. Pedro Lains, que também perorou no mesmo programa, não discordou – embora eu não entendesse bem o que é que este outro prof ali defendeu. Ora, quando até profes em economia, dizem o que dizem, quem já está convencido de que a austeridade é uma coisa má (porque vai pôr toda a gente a viver com menos), não é fácil mudar de ideias, mesmo que aos olhos de muitos (a esmagadora maioria), essas ideias de rejeição da austeridade, por que sim, pareçam profundamente erradas.

Carlos Sério disse...

Caro Pinho cardão,

Austeridade pode ser sinónimo de rigor mas naturalmente que não no sentido político do termo, isto é, a austeridade que advêm das medidas políticas aplicadas pelos governos de Passos ou Mariano Rajoy e alguns outros. Rigor na administração pública, nas contas públicas, sem dúvida que é desejável e indispensável a uma qualquer boa governação. Mas, as medidas de austeridade aplicadas nada têm a ver com rigor. O desperdício na administração pública e as verbas desviadas pela corrupção institucionalizada ao longo dos últimos anos, geradas pelos múltiplos serviços paralelos e parasitários da administração pública nada têm de rigor ou de austeridade. Contudo, o governo de Passos Coelho não alterou o que quer que fosse para modificar este lamentável estado de coisas, este sorvedouro de dinheiros públicos.

A austeridade de que temos vindo a falar é a austeridade que cumpre um desígnio ideológico, uma alteração do modelo económico e social, uma alteração da distribuição da riqueza criada. Cortes cegos nas funções sociais do estado, cortes em salários e pensões, impostos sobre o trabalho, alteração nas leis do trabalho no sentido de tornar o trabalho na total dependência do patronato. E assim para que a “economia esteja melhor ainda que as pessoas estejam pior”. É a economia que mata como diz o Papa Francisco.

Passos coelho sabe bem do que se trata quando logo no início do seu mandato afirmava “independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.

É um modelo que foi implantado no Chile por Pinochet, depois no resto da América Latina com total devastação social (que mais tarde conseguiu dele libertar-se) e que com o euro chega á Europa. E ao contrário do que afirmam não trás mais crescimento nem igualdade social como todas as estatísticas ao longo dos últimos anos comprovam.

Pinho Cardão disse...

Caro Tiro ao Alvo:
Concordo que a partir de certo ponto a conversa torna-se redonda e volta-se ao mesmo sítio ou não se passa dele. Mas quando a conversa é educada não é lá de muito bom tom deixar o parceiro a falar sòzinho. Por outro lado, eu apenas gosto de expor livremente o que penso, sem objectivo de convencer alguém. Claro que, se convencer, tanto melhor. Mas, de facto, o nosso amigo Sério é inconvencível. Mas creio que, bem lá no fundo, ele não acredita no que diz sobre os gregos...
Quanto ao Prof. Lains, eu sofro do mesmo mal, mas agravado: nunca o entendi. Como nunca entendi certos sábios economistas que torturam os princípios em nome da ideologia. Como em (quase) tudo, são os mais mediáticos. Ajuda a compreender o estado a que chegámos. Jornalistas económicos ignorantes e ideólogos disfarçados de economistas é mistura deprimente.

Pinho Cardão disse...

Caro Carlos Sério:
O meu amigo aderiu de vez à globalização e passou rapidamente da Grécia para a América Latina...mas olhe que a globalização é coisa muito neoliberal, pelo que lhe aconselho algum cuidado...
De qualquer forma, não me consegui convencer de que as ideias do Syriza tragam alguma salvação à Grécia.
Pior, criaram ao povo expectativas que lamentavelmente não poderão satisfazer. Chama-se a isso exploração . Mas há quem não prescinda disso para viver. Em todos os regimes.

Carlos Sério disse...

Caro Pinho Cardão,
Sem ofensa,faça um esforço, não deixe descer a discussão ao nível das discussões futebolistas.