“Adão, Pai dos Homens, foi criado no dia 28 de Outubro, às duas horas da tarde... Assim o afirma, com majestade, nos seus "Annales Veteris et Novi Testamenti", o muito douto e muito ilustre Usserius, bispo de Meath, arcebispo de Armagh, e chanceler-mor da Sé de São Patrício (Adão e Eva no Paraíso - Eça de Queiroz)”.
Ao longo da vida fui confrontado com várias situações que contribuíram, e muito, para a minha formação.
Uma delas foi uma discussão acerca da criação do mundo. Na altura, andava no 3º ou no 4º ano e, após um jogo de bilhar no café da terra, em que consegui vencer pela primeira vez um colega mais velho e “perito” na matéria, envolvi-me numa acesa troca de palavras a propósito de determinados achados humanos que afirmei terem sido produzidos há mais de 10 ou 20 mil anos. O pateta começou a rir e a dizer que isso era impossível, porque o mundo era muito mais recente, tinha sido criado 4.000 anos antes de Cristo. Foi quando perdi as estribeiras e disse-lhe das boas. E cheguei a perguntar-lhe onde tinha aprendido tamanha asneira e se não esteve atento nas aulas de história. O que é certo é que não consegui demover um milímetro que fosse, argumentando que foi o padre que lhe tinha dito. Subi a calçada fulo da vida e quando cheguei a casa desabafei a minha indignação. Como era possível um comportamento destes?
Hoje, não me surpreende atitudes destas. Apesar de todas as conquistas, divulgação e democratização da ciência, cerca de metade dos norte-americanos acreditam que Deus criou o homem tal como é há 10.000 anos ou mesmo menos. A percentagem dos que acreditam na evolução a partir de formas de vida primárias atinge apenas 13 por cento. O restante acredita que a evolução ocorreu, mas sob a vontade de uma entidade suprema. O interessante é a existência de uma correlação inversa entre a criação plena do homem por Deus e o nível educacional.
A par da criação, outro tema que sempre me incomodou foi o fim do mundo. A visão escatológica está tão presente na nossa sociedade que tudo serve de pretexto para a invocar. Altera-se o clima, é o fim do mundo, quando chegaram à Lua diziam que ia ser o fim do mundo, aparece um cometa é fim do mundo, fim de século e de milénio sinónimos de fim do mundo, isto só para contar com alguns cenários. Nunca acreditei nas histórias de fim do mundo. Em pequeno dizia que o fim do mundo acontecia com muita frequência, bastava ver os que iam para Vale Maceira (o local do cemitério lá do burgo)!
A natureza humana é mesmo assim. As emoções sobrepõem-se às evidências. Há mesmo quem ponha em dúvida se haverá alguém que queira viver num mundo regulado por frios intelectos. Também concordo. O que seria da vida se não fossem os disparates?
Ao longo da vida fui confrontado com várias situações que contribuíram, e muito, para a minha formação.
Uma delas foi uma discussão acerca da criação do mundo. Na altura, andava no 3º ou no 4º ano e, após um jogo de bilhar no café da terra, em que consegui vencer pela primeira vez um colega mais velho e “perito” na matéria, envolvi-me numa acesa troca de palavras a propósito de determinados achados humanos que afirmei terem sido produzidos há mais de 10 ou 20 mil anos. O pateta começou a rir e a dizer que isso era impossível, porque o mundo era muito mais recente, tinha sido criado 4.000 anos antes de Cristo. Foi quando perdi as estribeiras e disse-lhe das boas. E cheguei a perguntar-lhe onde tinha aprendido tamanha asneira e se não esteve atento nas aulas de história. O que é certo é que não consegui demover um milímetro que fosse, argumentando que foi o padre que lhe tinha dito. Subi a calçada fulo da vida e quando cheguei a casa desabafei a minha indignação. Como era possível um comportamento destes?
Hoje, não me surpreende atitudes destas. Apesar de todas as conquistas, divulgação e democratização da ciência, cerca de metade dos norte-americanos acreditam que Deus criou o homem tal como é há 10.000 anos ou mesmo menos. A percentagem dos que acreditam na evolução a partir de formas de vida primárias atinge apenas 13 por cento. O restante acredita que a evolução ocorreu, mas sob a vontade de uma entidade suprema. O interessante é a existência de uma correlação inversa entre a criação plena do homem por Deus e o nível educacional.
A par da criação, outro tema que sempre me incomodou foi o fim do mundo. A visão escatológica está tão presente na nossa sociedade que tudo serve de pretexto para a invocar. Altera-se o clima, é o fim do mundo, quando chegaram à Lua diziam que ia ser o fim do mundo, aparece um cometa é fim do mundo, fim de século e de milénio sinónimos de fim do mundo, isto só para contar com alguns cenários. Nunca acreditei nas histórias de fim do mundo. Em pequeno dizia que o fim do mundo acontecia com muita frequência, bastava ver os que iam para Vale Maceira (o local do cemitério lá do burgo)!
A natureza humana é mesmo assim. As emoções sobrepõem-se às evidências. Há mesmo quem ponha em dúvida se haverá alguém que queira viver num mundo regulado por frios intelectos. Também concordo. O que seria da vida se não fossem os disparates?
3 comentários:
Meu caro Professor Massano Cardoso, veja lá se com este post o meu Amigo não está a apoiar, moralmente embora, o movimento cívico de apoio à instituição do direito fundamental ao disparate, quiça motivo para uma revisão constitucional. Tanto mais que de há uns tempos para cá, decerto por falta de imaginação, ninguém reclama por uma reformazita da lei fundamental...
Não é preciso qualquer revisão constitucional. Basta ver a forma como às vezes é interpretada para podermos concluir que o disparate está coberto pela lei fundamental..
Deus criou o homem e este evoluiu mentalmente aperfeiçoando com inteligência suas descobertas, o homem e a ciência se completam. Esse negócio de querer separar ciência de Deus e ciência dos homens é mais uma maneira de tentar explicar o que não tem explicação. A ciência é uma só. Afinal de contas não foi o homem que escreveu a Bíblia?
O que eu sei é que os dinossauros existiram porque os fósseis estão em qualquer museu para provar, sei também que existiram faz bilhões de anos muito antes dessa história de Adão e Eva, maça e cobra, no entanto, a Biblia nem menciona esses discretos bichinhos,passam despercebidos no Capítulo Génesis.
Não é possível que alguém acredite que Noé ficou 40 dias e 40 noites dentro de uma barca com leão, tigre, crocodilo e etc... e essas feras ficaram de dieta. Além do mais, animais como o elefante e crocodilo evoluíram de animais pré-históricos, não foram criados com a varinha de pirlim pim pim.
Seria melhor se a humanidade esquecesse um pouco a Bíblia e procurasse simplesmente fazer o bem ao próximo e a sí mesmo, e principalmente deixasse de arranjar desculpa para a morte.
Salve Darwin e a teoria da evolução!!!
Religião é um atraso para ciência e para a humanidade, basta olhar para o mundo em guerra por causa do Cristianismo, do Islamismo, Protestantismo.. por causa de um Deus que tem que ser imposto a qualquer custo.
As doenças, como por exemplo a Peste Negra agradecemos ao Cristianismo e seus ensinamentos Bíblicos, qualquer contato íntimo com o corpo era pecado. Gratos ficavam os ratos e suas pulgas contaminadas que proliferavam ocasionando milhares de mortes na Europa, coitado daquele que surgisse com uma plantinha diferente para curar um enfermo, ia para a fogueira.
Será que esse Deus um ser de luz e bondade teria criado o mundo e o homem se quisesse ver tudo isso?
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