Andam os operadores do turismo da natureza muito zangados por causa das elevadas taxas que são cobradas pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN) por cada visita aos parques e reservas naturais incluídas na rede nacional de áreas protegidas. E a crer no que se escreve hoje no DN, os ditos operadores viram-se agora para Espanha onde a visitação destas áreas, mesmo mediada por empresas, fica mais em conta.
A taxa é imposta por uma portaria que data de 2005 cujo valor jurídico é, por várias razões, muito discutível. Mas adiante que o que me motiva nesta nota é outra coisa.
Sobre a importância das áreas protegidas já vi defesas para todos os gostos. Já assisti à defesa de que deveriam ser colocadas adentro de um redoma como conditio sine qua non de preservação da biodiversidade em perda. Seria assim como transformá-las num extensa reserva integral, intocável, que só daria para contemplar. Assim proclamam alguns dos habituais monges da religião ambiental.
Como já ouvi, valha a verdade, o discurso oposto. Isto é, que nenhuma vantagem se surpreende no esforço público da conservação da natureza, antes pelo contrário pois só origina despesa. Assim prega o novo materialismo, disfarçado de liberalismo.
A verdade é que existe uma realidade de grande potencial em termos de geração de riqueza por um lado e de educação para os valores da conservação por outro, que não temos sabido aproveitar.
As áreas protegidas podem ser factores de geração de riqueza se, em vez de restringir desta forma a visitação e o seu conhecimento, se estimular o turismo da natureza. Naturalmente um turismo ordenado. Evidentemente com base em regras bem definidas. O turismo da natureza (como o cultural) tem hoje uma procura crescente e é fonte de rendimento para os países que inteligentemente souberam encontrar as formas de exploração sustentada dos valores da paisagem e o interesse suscitado pelos espaços ambientalmente preservados.
Acresce que alguns dos nossos parques e reservas estão dotados de infraestruturas de alojamento, as chamadas ´casas da natureza´ que bem poderiam ser os apoios de circuitos turísticos organizados, mas que continuam na rota da ruína acelerada, depois dos milhões que se gastaram na sua recuperação em tempos de vacas gulosas.
Mas a visitação dos parques poderia ser também uma forma de proteger o enorme património biogenético. É que ninguém protege o que não conhece. E é uma comprovada ilusão pensar que a bem sucedida protecção da biodiversidade é tarefa exclusiva do Estado. Tem de ser dever assumido pelos cidadãos.
Por isso o que faria sentido era que a tal taxa fosse a contrapartida de serviços que o ICN prestasse no âmbito do esclarecimento dos visitantes, em especial no capítulo da interpretação do património natural. À semelhança do que se faz lá fora há muito tempo, como pude verificar nalgumas viagens que fiz.
Dizem-me que a explicação da tal taxa que afugenta os operadores para Espanha é a necessidade de obter receitas para o falido ICN.
Se foi essa a razão, não poderiam achar uma mais estúpida. Os números encarregar-se-ão de o demonstar. E sendo assim, resta um caminho: taxar a estupidez. Caminho de êxito certo.
A taxa é imposta por uma portaria que data de 2005 cujo valor jurídico é, por várias razões, muito discutível. Mas adiante que o que me motiva nesta nota é outra coisa.
Sobre a importância das áreas protegidas já vi defesas para todos os gostos. Já assisti à defesa de que deveriam ser colocadas adentro de um redoma como conditio sine qua non de preservação da biodiversidade em perda. Seria assim como transformá-las num extensa reserva integral, intocável, que só daria para contemplar. Assim proclamam alguns dos habituais monges da religião ambiental.
Como já ouvi, valha a verdade, o discurso oposto. Isto é, que nenhuma vantagem se surpreende no esforço público da conservação da natureza, antes pelo contrário pois só origina despesa. Assim prega o novo materialismo, disfarçado de liberalismo.
A verdade é que existe uma realidade de grande potencial em termos de geração de riqueza por um lado e de educação para os valores da conservação por outro, que não temos sabido aproveitar.
As áreas protegidas podem ser factores de geração de riqueza se, em vez de restringir desta forma a visitação e o seu conhecimento, se estimular o turismo da natureza. Naturalmente um turismo ordenado. Evidentemente com base em regras bem definidas. O turismo da natureza (como o cultural) tem hoje uma procura crescente e é fonte de rendimento para os países que inteligentemente souberam encontrar as formas de exploração sustentada dos valores da paisagem e o interesse suscitado pelos espaços ambientalmente preservados.
Acresce que alguns dos nossos parques e reservas estão dotados de infraestruturas de alojamento, as chamadas ´casas da natureza´ que bem poderiam ser os apoios de circuitos turísticos organizados, mas que continuam na rota da ruína acelerada, depois dos milhões que se gastaram na sua recuperação em tempos de vacas gulosas.
Mas a visitação dos parques poderia ser também uma forma de proteger o enorme património biogenético. É que ninguém protege o que não conhece. E é uma comprovada ilusão pensar que a bem sucedida protecção da biodiversidade é tarefa exclusiva do Estado. Tem de ser dever assumido pelos cidadãos.
Por isso o que faria sentido era que a tal taxa fosse a contrapartida de serviços que o ICN prestasse no âmbito do esclarecimento dos visitantes, em especial no capítulo da interpretação do património natural. À semelhança do que se faz lá fora há muito tempo, como pude verificar nalgumas viagens que fiz.
Dizem-me que a explicação da tal taxa que afugenta os operadores para Espanha é a necessidade de obter receitas para o falido ICN.
Se foi essa a razão, não poderiam achar uma mais estúpida. Os números encarregar-se-ão de o demonstar. E sendo assim, resta um caminho: taxar a estupidez. Caminho de êxito certo.
2 comentários:
Estaríamos ricos!
Vamos ver se percebo. Temos um instituto de conservação da natureza que cobra taxas para que as pessoas possam ver a natureza conservada. Faz isto porque não tem dinheiro e as pessoas, a pagar, não querem ver.
Se o instituto não tem dinheiro e funciona lá naquilo que faz é porque não precisa de mais dinheiro. Se as pessoas não querem ver a natureza conservada, não me parece que a queiram comer, porque é que a conservamos?
Placa de cimento em cima e fecha-se o instituto!
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