1. Apesar das inúmeras proclamações oficiais, de maior ou menor intensidade dramática, no sentido de que se torna necessário inverter a trajectória de endividamento externo – desde a invocação da medonha insustentabilidade até às habituais promessas do tipo “agora é que vai ser” – constata-se que esse endividamento não desarma.
2. As contas externas para os primeiros 5 meses do ano, divulgadas na semana passada pelo BdeP não deixam grande margem para dúvidas: tudo indica que voltaremos a ter, no corrente ano, um défice externo corrente superior a 10% do PIB...
3. Não obstante o bom ritmo de crescimentos das exportações de bens até Maio – 14,5% - as importações também subiram bastante, 9,5%, não deixando que o défice comercial diminuísse.
3. Assim sendo, é caso para perguntar: será que caíram em “saco roto” os sucessivos apelos ao aumento da produtividade e da competitividade? Ou que da catadupa de medidas anunciadas para reforço da competitividade (as mais das vezes não ultrapassando o plano da oratória fácil, é certo) nada resulta?
4. Na aparência assim será...os desequilíbrios estruturais da economia portuguesa parecem não ter solução, por mais recomendações e medidas que sejam avançadas, tendo como resultado a manutenção de um enorme desequilíbrio externo – e o consequente aumento de endividamento ao exterior ao ritmo de mais ou menos 17 mil milhões de Euros/ano...
5. Como já aqui tenho repetido vezes sem conta, tenho a percepção de que o nó deste problema está no excesso de despesa pública.
6. Quando digo isto não me refiro apenas à despesa do Estado-Administração – que aliás parece estar fora de controle como se pode concluir da informação sobre a execução orçamental de Junho – mas também às diversas outras fontes de despesa pública que são as administrações locais e regionais bem como as empresas públicas nacionais, regionais e municipais.
7. Trata-se de uma imensa floresta de fontes de despesa que tem como contrapartida uma produção de serviços de utilidade muito baixa, tendo por isso um impacto tremendamente negativo nas contas externas de uma economia actualmente muita aberta como é a economia portuguesa.
8 Se a economia fosse menos aberta, o resultado deste desequilíbrio estrutural seria muito mais inflação, mas como não existem (por agora) restrições à importação de bens, o resultado é um persistente e indestrutível desequilíbrio externo.
9. Como as medidas até agora tomadas para reduzir o impacto destas múltiplas fontes de despesa pública são pouco mais do que cosmética, teremos de continuar a viver por enquanto com este “insustentável” desequilíbrio externo! A pergunta continua a ser - até quando?
10. Um bom tema de reflexão para os responsáveis políticos que atacam as suas férias...
36 comentários:
Caro Tavares Moreira
As exportações aumentaram, em relação ao ano passado;
Seria bom que os responsáveis em vez de embandeirarem em arco, estudassem atentamente a estrutura da nossa balança; as conclusões desse estudo permitem explicar uma parte do seu post.
Quando será que se retira as conclusões óbvias que o aumento das exportações só é possível pelo aumento, correlativo das importações?
Motores de automóvel, peças para estampagem e crude, não são "matérias primas" locais.......
Cumprimentos
joão
Rasguei hoje um papel que tinha data de 05/06/09, e que dizia o seguinte: "O TGV não se vai fazer nos próximos dez anos". Havia assinado a papeleta por causa de uma aposta e o parceiro apostador confessou hoje que eu tinha razão. Queria apostar consigo, meu caro Dr. Tavares Moreira, a um jantar em restaurante à sua escolha, regado a champanhe (não precisa de ser Krug nem Dom Perignon), tendo como base um novo texto, que me prontifico a assinar e que reza o seguinte: "Nos próximos dez anos ou o Euro acaba, ou Portugal sai do Euro, ou é expulso do Euro." Aceita o repto? Se aceitar, terá como prejuízo um jantar e como benefício a companhia de uma pessoa moderadamente simpática, que poderá descrever como o Bruxo de Guimarães.
hehehehe!
"O Bruxo de Guimarães", boa!
Mas, a moeda oficial de Guimarães, é também o Euro?
;))))
E o Jantar da aposta? Vai ser em Vilar de Perdizes?
A propósito... sabeis que faz hoje anos que D. Afonso Henriques foi aclamado Rei cá do burgo, dando início à primeira dinastia, chamada de Afonsina?
Não acha, caro JMG, que a comemoração d'este facto histórico, é motivo suficiente para propor a antecipação do jantar?
;)))
Caro João,
Em primeiro lugar cumpre notar que os nossos "responsáveis" receberam formação para "embandeirar em arco" e pouco mais...
Pouco mais se pode pois esperar deles - e certamente nunca,jamais, o "estudo atento da estrutura da nossa balança", como vem sugerido no seu comentário...
Isso é demasiadamente sério e importante para merecer a atenção de Sexas...
Quanto ao seu ponto da existência de uma ligação umbilical entre exportações e importações que impede uma melhoria do saldo comercial, eu não seria tão pessimista...embora reconheça que a tarefa de desligar esses dois ramos não é fácil.
Caro JMG,
Eu aceitaria o seu repto sem dificuldade e até com muito prazer, mas sendo daqui a 10 anos não poderá levantar-se uma questão legal de prescrição, transformando o seu cumprimento numa mera obrigação natural?
Em qq caso, com ou sem aposta, eu direi que (i) o Euro não acaba, (ii) Portugal não sai do Euro e (iii) Portugal não será afastado compulsivamente do Euro (não gosto da expressão expulso).
Mas devo acrescentar, para que não seja mal entendido, que esse resultado final nos vai custar "os olhos da cara"...
Quer então ter a gentileza de apresentar uma outra proposta que não corra o risco da prescrição?
Meu caro Bartolomeu:
Tem razão, o motivo que aduz seria mais que suficiente para uma antecipação. Mas a minha sugestão era interesseira: com a franqueza que o relativo anonimato da sigla que uso permite, esclareço que estava sobretudo interessado num jantar caríssimo a expensas do Dr. Tavares Moreira - ou do meu Amigo, já agora, com o engodo de uma aposta que acho improvável perder.
Meu caro Dr. Tavares Moreira:
Maldita boca a minha, não é a primeira vez que aterro num imbróglio jurídico. Vamos a ver: o prazo que indiquei era um prazo-limite, o mau-sucesso pode ter lugar muito antes dos dez anos, portanto dentro do prazo prescricional. Mas a sua obrigação natural a mim basta-me. Assim estejamos ambos bem de saúde ... para brindarmos eu aos seus sucessos pessoais e profissionais, o Senhor aos meus involuntários dotes de vidente em matéria de macro-economia.
É preciso usar de toda a prudÊncia, relativamente a essa questão dos jantares à pala, caro JMG.
Já aqui foi referido no "quarta", não me recordo se pela Drª Suzana, se pela Drª Margarida, que não existem almoços de borla. Quem diz almoços, diz jantares, obviamente...
;)
Idanha-a-Nova também sempre teve a mesma moeda que Lisboa e não foram os seus défices que a levaram a tornar-se independente. Ficou sem pessoas, mas não saiu do escudo...Eu já me convenci que irei à festa do emigrante no Rossio quando os meus filhos cá vierem no Verão, visitar o pai à terra.
Hoje ouvi o Passos Coelho a dizer que os gastos de pessoal subiram apesar de estar tudo congelado, tal como já tinha acontecido a MFL? E esta gente ainda acha que isto é (pacificamente) governável?
Xiiii... Idanha-A-Nova... nesta altura do ano, com esta caloráça, só passando o dia e a noite, de molho, na barragem Marechal Carmona. Aquela que foi feita com o fim de irrigar os pomares que seriam plantados com um guito chorudo que veio lá da terra dos euros, mas que por indecifrável fenómeno de nacional-espertismo... as árvorezinhas acabaram todas engolidas pelos torrões e pelas ervas.
Passos Coelho falou bem... aumenta efectivamente o gasto de pessoas, está tudo gasto neste país, desde as pessoas ao próprio território.
Pode ser que a professia Saramaguiana se concretize e Península se venha a fracturar ali pela zona dos Pirinéus, soltando-nos da Europa. Com um pouco de sorte até podia ser que apanhassemos boleia de uma corrente marítima que nos transportasse até à Grone lândia, era a nossa sorte. Bacalhauzinho não nos ía faltar, depois, com o aquecimento global, ali sempre estávamos mais fresquinhos, e depois, ha todas as probabilidades de o clima por ali vir a ser num futuro próximo, temperado.
Era só vantagens!
;)))
Mais outro "annus horribilis"...
Esses problemas persistentes
e que não parecem despegar,
permanecerão bem latentes,
pesando na conta a pagar.
Com o doente combalido
e num estado dependente,
este país quase falido
tem um regime decadente.
Caros Tavares Moreira e Tonibler,
Eu aposto na hipótese Idanha-A-Nova! Parece-me óbvio e inevitável...
Já agora, por acaso, sabem que esse ilustre concelho tem uma escola superior pública? Como é que não havemos de ter défices crónicos nas nossas contas públicas? A nossa "governação" nos últimos 20 anos tem sido assim...
Caro Tavares Moreira
Peço desculpa pelo post post comentário.
Sem entrar em delongas que não interessam directamente para o caso, sobre a nossa balança externa duas pequenas notas:
a) Mais de 60% das nossas exportações são realizadas por pouco mais que 100 empresas. Note que existem oficialmente registadas (isto é identificadas como tendo realizado uma qualquer venda para fora de Portugal) cerca de 8/10.000 empresas exportadoras (são dados de 2008, que podem estar desactualizados, dada a crise).
b) Do total dos nossas exportações, em valor, cerca de +/- 10/12% são da responsabilidade de duas empresas: GALP e AUTOEUROPA. Nesta última, a percentagem média de incorporação nacional em todos os modelos que são montados na unidade não deve ultrapassar os 25/30%; não tenho dados fiáveis para a GALP, mas não creio que a margem bruta média (englobando todos os produtos) nos refinados seja superior a 10/15%.
(Todos estas dados fornecidos são, deliberadamente aproximados, por motivos de não quebrar qualquer segredo estatísitico que possa existir).
Dito isto, sobre exportações, promoção externa e outras questões conexas, temos muito, mesmo muito, para comentar...
Como vai ser um tema candente e quente dentro de um par de meses, vai haver um amplo espaço para a análise e comentário
Cumprimentos
joão
Caro JMG,
Qualquer prazo legal ou contratual tem esse significado de limite temporal.
As consequências da ultrapassagem desse limite, sem que as prestações tenham sido realizadas, é que podem ser muito distintas, dependendo da lei e/ou da vontade das partes...
Neste caso, a consequência seria a prescrição da obrigação de pagar o jantar, que assim se converteria em simples obrigação natural!
Mas, como muito bem diz, entre nós as obrigações naturais valem tanto como as civis: há que cumprir.
Vamos pois à nossa aposta, cuja extensão temporal recomenda que seja expressa em termos absolutamente inequívocos.
Sugiro-lhe pois, se assim entender, que repita os termos da aposta, para sabermos bem quem pode ganhar e quem pode perder e em que circunstâncias...
Este ponto é de grande importância não apenas pelo que acabei de dizer mas também para tranquilidade do nosso amigo Bartolomeu que, se bem percebi, ficou algo alvoraçado com os riscos que ambos estamos a correr ao entrar numa aposta com estas características...
E já agora, em atenção ao interesse manifestado pelo Bartolomeu, que acha de o convidarmos para o café (+ uma bebida espirituosa)?
Caro Tonibler,
Alguma surpresa com o aumento dos custos com pessoal na função pública?
Como poderia o consumo privado ter sido o motor da economia neste primeiro semestre se não fosse este aumento dos custos com pessoal?
Acha que se conseguem fazer omoletes sem ovos, como se usa dizer?
Em minha opinião ainda está por erguer um dos monumentos mais justificados: o monumento ao consumo privado.
E o projecto poderia muito justamente ser adjudicado a um conhecido engenheiro...
Caro Fartinho da Silva,
A Escola Superior de Gestão de I-a-N tem justa fama de ser um dos motores do desenvolvimento regional, mérito que reparte com a SCUT A23...
Sem esses ingredientes nunca aquela região teria adquirido um estatuto equivalente ao de Sillicon Valley que lhe é justamente reconhecido.
Caro João,
É um bom apontamento, esse.
É verdade, certamente, que um dos drivers das nossas importações são as nossas exportações...em relação a alguns produtos (minerais não metálicos, por exemplo) assim é e daí não podemos fugir.
Mas há muitos mais produtos e serviços transaccionáveis, meu Caro.
Por exemplo os tradicionais, cuja componente importada é bem menor...e por isso fizemos algum sucesso quando esses produtos eram os de maior peso na balança. Outros tempos dirá - e é certo,mas em contrapartida não gozavamos o privilégio de ter tão brilhantes cérebros no comando das decisões estratégicas....
Caro Manuel Brás,
Bravo - mais uma vez, bravo!
Quer-me parecer que encontro matéria suficiente para processar judicialmente o caro Dr. Tavares Moreira.
Uma queixazinha para o tribunal europeu dos direitos humanos, por discriminação.
Com que então, ao pobre Bartolomeu, cabe únicamente o direito a um café e uma bebida... espirituosa(!?)
Sempre queria ver se no meio desta balburdia toda, não persistisse em alguns o espirituosismo...
;)))
Caro Bartolomeu,
Mas que é isso? Então o meu amigo quer ter o mesmo benefício do apostador-vencedor sem correr o risco de apostar?
Aonde é que já chegamos em matéria de reivindicações irrealistas!!
Se quiser beneficiar - eventualmente - terá de apostar nos mesmos termos que os demais...se o JMG concordar, obviamente(por mim, sem qq oposição)!
Sendo assim... retiro a queixa.
Se me é dada oportunidade de propor uma aposta, aposto o seguinte: No prazo de um ano e meio, a partir desta data, todas as empresas públicas estarão privatizadas e o nosso país já não fará parte da União Europeia.
A menos que a Assembleia seja dissolvida, ou o governo se demita, factos que me parecem improváveis, mas que constituem o meu risco de aposta.
Meu caro Dr. Tavares Moreira:
Está bem, à la guerre comme à la guerre.
Vai abaixo um texto de contrato. Não o assino já porque provàvelmente irá querer reformular uma ou outra cláusula.
CONTRATO DE APOSTA
Entre
1. DECLARANTES
1.1 Tavares Moreira, especialista em Ciências Económicas, adiante designado como TM, e
1.2 JMG, especialista em Ciências do Oculto, adiante designado como Bruxo,
é celebrado um contrato de aposta, que se rege pelas seguintes
2. CLÁUSULAS
2.1 TM apoiou e foi entusiasta da adesão de Portugal ao Sistema Monetário Europeu, primeiro, e ao Euro, depois.
2.2 Esta adesão reduziu a inflação para mínimos há muito não verificados, aumentou a capacidade de endividamento das pessoas, das empresas e do Estado, eliminou o risco cambial nas trocas com os países pertencentes ao mesmo universo e veio impor critérios de gestão mais apertados às empresas expostas à concorrência.
2.3 A política económica do País não contemplou, nos anos que se seguiram à adesão e até ao presente, as medidas que se impunham para evitar a derrapagem das contas públicas e o crescimento explosivo das dívidas pública e externa. TM denunciou, pelos meios ao seu alcance, a ausência das medidas que se requeriam, e a constância de medidas que agravavam uma evolução negativa que sempre verberou.
2.4 O Bruxo declarou a um grupo de amigos, à data da adesão e no bar de um restaurante entretanto falido, que "esta gente está maluca" e que "vamos pagar isto bem caro".
2.5 Entende TM que há ainda tempo para mudar de Governo e de políticas, e inverter o crescimento das acima mencionadas dívidas; que, sob pressão das instâncias europeias e dos credores, há, preservando o Euro, soluções para a falta de competitividade das economias débeis e fortemente endividadas como a Portuguesa; e que o fim do Euro colocaria problemas horríficos de solvabilidade dos Estados falidos, com consequências gravosas inclusivamente para os Estados com finanças ainda saudáveis.
2.6 Entende o Bruxo que as soluções à escala europeia comprometeriam o que resta da independência nacional dos pequenos países e que as populações destes não o tolerarão; que é mais do que duvidoso que as populações dos países grandes subscrevam sacrifícios em nome da falta de competitividade dos países pobres e endividados; e que as soluções nacionais que impliquem em simultâneo diminuição do rendimento disponível, aumento do desemprego e diminuição da produção são um caldo de cultura explosivo, por imporem sacrifícios sem um desígnio nacional que os suporte.
2.7 TM, pelas razões aduzidas no ponto 2.5, acredita que o Euro sobreviverá e sairá reforçado das suas presentes dificuldades.
2.8 O Bruxo, pelas razões aduzidas na cláusula 2.6, acredita que é apenas uma questão de tempo até o edifício do Euro se desmoronar; que este desenlace terá lugar entre o próximo dia 6 de Setembro, se não chover, e algum dos dias durante os próximos dez anos, contados desde aquele dia 6 de Setembro; e que o desmoronar consistirá, para Portugal, num abandono decidido pelas autoridades Portuguesas sob forte recomendação das instâncias europeias e por acordo com o BCE, na sequência do abandono por parte de algum outro país ou por Portugal não conseguir reescalonar a sua dívida externa.
2.9 Se em algum momento no decorrer do prazo fixado na Cláusula 2.8 se verificar o abandono de Portugal aí descrito TM pagará ao Bruxo um jantar, em restaurante de categoria superior e na comarca de Lisboa, regado sem limite de libações a champanhe bruto de boa marca.
Se o prazo referido na cláusula 2.8 decorrer sem que a previsão do Além, veiculada pelo Bruxo, se verificar, este pagará a TM um jantar, nas mesmas condições referidas na Cláusula 2.9
CODICILO
Poderá ser admitido ao jantar objecto deste contrato de aposta o comentador designado Bartolomeu, desde que, após dedução do custo das bebidas quer de aperitivo quer brancas que tenha consumido, suporte um terço do preço total da refeição, incluindo gorjeta.
É bem verdade que não há almoços - ou jantares - de graça... ;)
Não sendo Bruxo, nem aprendiz de, prevejo desde já que quer ganhe um ou outro dos apostantes, o pagador da aposta e o beneficiário irão querer afirmar e negar razãos de parte a parte, no decorrer do jantar, sobretudo após ser aberta a segunda garrafa de "bruto".
Apesar de reconhecer a ambos (TM e Bruxo) qualidades de cavalheirismo, suponho que seja prudente, admitirem o comentador Bartolomeu, na qualidade de moderador do "jantar", dividindo entre ambos, nas proporções que entenderem justas a despesa referente ao mesmo, incluindo bebidas (ou seja, mais bebidas que comidas... isto a idade já vai avançando e não convem comer demasiado ao jantar).
Temos acordo?
Caro JMG,
Magnífica construção contratual aquela que acaba de nos presentear!
Sugiro no entanto que quando diz que TM apoiou entusiasticamente a adesão ao SME e ao Euro se fique pelo SME...
Se quiser incluir o Euro, peço-lhe que ajuste o introito para dizer que "TM apoiou trabalhou afincadamente para a criação de condições propícias à adesão de Portugal ao SME e ao Euro, tendo, quanto a este último, verificado tempestivamente que a adesão iria ser um Flop devido ao facto de os cérebros que conduziram a política económica nos últimos anos que antecederam essa adesão não terem percebido do que se tratava".
Quanto ao resto, sem prejuízo de uma melhor precisão quanto à marca do espumante, está verdadeiramente soberbo!
Falta apenas dizer que tratando-se de uma aposta, é equivalente a um jogo, pelo que a dívida dela eventualmente nascida será sempre uma dívida natural - não precisa de aguardar a prescrição!
No tocante ao nosso amigo Bartolomeu, também me parece adequada a solução proposta embora perceba que o seu espírito fogosamente reivindicativo (tipo CGTP dos "bons tempos") dificilmente lhe permitirá acolher solução tão equitativa!
Caro Bartolomeu,
A sua aposta está para lá do limite de risco aceitável!
Trata-se de APOSTAR num verdadeiro terramoto a 18 meses de prazo...está mesmo convencido da bondade probabilista do cenário?
Isso é 1.000 vezes mais gravoso que os famosos cenários extremos de stress para os testes de suposta resistência dos bancos...que a populaça tanto tem apreciado, mostrando-se até deslumbrada com a maravilha!
Meu caro Dr. Tavares Moreira:
Seja. As suas correcções substituem o articulado pertinente e do contrato passam a fazer parte integrante. O champanhe será Jacquesson, ou Bollinger, ou Roederer, todos correntes, ou ainda outros equivalentes.
Dê-se tempo ao tempo, caro Dr. Tavres Moreira, e todo o tempo será pouco para provar o pouco que foi feito, em oposição ao tempo que houve para fazer.
Não é uma questão de tempo, mas sim de querer!
Caro JMG,
Registo seu espírito de abertura em relação às alterações propostas nos considerandos do contrato.
Relativamente ao champagne, lamento ter de discordar mas, defrontados com tão grave desequilíbrio das contas com o exterior temos de saber dar o exemplo, não podemos pensar em marcas estrangeiras...
Vamos ter de optar por um Vértice, que muito aprecio, ou por um Raposeira que, não estando no top das m/ preferências tb escapa...
Caro Bartolomeu,
Com essa de dizer que é tudo uma questão de querer é que o meu Amigo estraga a pintura!
Mas ainda não viu que o que esta rapaziada realmente quer é folia e nem pensar em trabalho?
O que tiver de ser feito, para evitar o seu TERRAMOTO, será feito por imposição externa, só por imposição externa, nunca por opção própria conscientemente assumida!
Disso pode o meu ilustre Amigo estar ciente?
Não me diga que discorda...
Caro JMG,
Registo seu espírito de abertura em relação às alterações propostas nos considerandos do contrato.
Relativamente ao champagne, lamento ter de discordar mas, defrontados com tão grave desequilíbrio das contas com o exterior temos de saber dar o exemplo, não podemos pensar em marcas estrangeiras...
Vamos ter de optar por um Vértice, que muito aprecio, ou por um Raposeira que, não estando no top das m/ preferências tb escapa...
Caro Bartolomeu,
Com essa de dizer que é tudo uma questão de querer é que o meu Amigo estraga a pintura!
Mas ainda não viu que o que esta rapaziada realmente quer é folia e nem pensar em trabalho?
O que tiver de ser feito, para evitar o seu TERRAMOTO, será feito por imposição externa, só por imposição externa, nunca por opção própria conscientemente assumida!
Disso pode o meu ilustre Amigo estar ciente?
Não me diga que discorda...
Caro Dr. Tavares Moreira, quanto à "imposição externa" a que se refere, os resultados de uma sondagem efectuada na Alemanha, demonstra que mais de metade dos "Deutsch Menschen" defende a "saída" da Grécia da zona euro. E uma percentagem ainda maior de cidadãos Alemães, manifestou-se contra o plano de ajuda a Atenas. Do mesmo modo, é manifesta aintenção de afastar todos os países económicamente débeis da mesma zona. Mas ha aqui duas questões distintas, mas que se complementam; uma coisa é a zona euro, outra é a União Europeia. E nós, somos estratégicamente importantes, enquanto membros da NATO.
Contudo, as contas, a economia europeia, exige que Portugal estabilize as suas contas internas. Por outro lado não nos oferece melhores condições de crédito, nem de mercado para colocação dos nossos produtos. A agravar todo este desiquilíbrio governa-nos uma equipe, sem o menor sentido de gestão pública e dos dinheiros do estado. O caminho que isto está a levar, todos percebemos qual é e Medina Carreira, com o seu olho pisco, vê-o melhor que a maioria e di-lo frontalmente. Daí caro Dr. Tavares Moreira, não baste em minha opinião a imposição externa, mas sim a vontade interna, a qual, bem sabemos, passa acima de tudo pela concertação política. A nossa gente vai chegar forçosamente à conclusão que a brincadeira da corrida aos lugares do governo, tem de acabar e que, um novo modelo de governo, baseado numa coligação geral dos partidos, é a melhor solução para que se estabilize e se pense em equilibrar as contas públicas.
Por isso, aquilo que o Caro Dr. TM considera um "terramoto", é em minha opinião o inevitável, se as duas situações que mencionei, não ocorrerem e um novo modelo, não for estabelecido.
É isto que eu penso.
Meu caro Dr. Tavares Moreira:
De acordo, mais uma vez. Parece-me um tantinho polìticamente correcto, mas a minha sugestão também era um tantinho petulante. Se o restaurante não tiver o que escolheu, Murganheira Reserva Bruto ou Luís Pato Rosé também marchavam.
Até qualquer dia então, com um abraço cordial. Eu continuarei a aparecer por aqui, como por outros lugares, a aborrecer meio mundo - é um vício.
Caro Bartolomeu,
O papel da vontade interna, no processo de prevenir a ocorrência do terramoto que o meu Amigo prenunciou, é submeter-se à vontade externa...como de resto já tivemos amplas provas há muito poucos meses e voltaremos a ter dentre de 3 a 4 meses...
E, se assim for, não será mau de todo...
Quanto ao resto, será certamente muito interessante podermos discutir os diferentes cenários com Euro, sem Euro, com UE, sem UE, no projectado jantar com JMG...ao café e bebidas pelo menos!
Caro JMG,
Nada a opor às suas sugestões alternativas para o espumante!
Quanto a aparecer por aqui, não deixe de o fazer sempre que lhe aprouver...mas a aborrecer é que nunca, aí não estamos de acordo!
Correndo o risco de estar a tornar-me repetitivo e inconveniente, persisto, caro Dr. Tavares Moreira.
É necessário acima de tudo, vontade interna!
Portugal, já pouco conta para o exterior, caro Dr. e se vamos continuar na indolência de esperar pela ajuda externa que nos irá salvar da queda-livre em que a nossa economia se encontra... olhe, é como diz o rifão "nem o pai morre... nem a gente almoça".
Caro Bartolomeu,
Nunca serão demais os seus comentários! Sempre bem-vindos é que eles são!
Far-nos-á a justiça de reconhecer que em matéria de vontade de corrigir os erros de política este 4R estará bem no pelotão da frente...vontade, pois, a nós não nos falta.
O que nos pode faltar - e estará pelos vistos a faltar - é capacidade de persuasão dos decisores...aí sim, temos estado a falhar redondamente - e é exactamente daí que vem o meu cepticismo sobre o tal problema de vontade, meu Caro!
Pois... o problema da persuasão é que já "pia! mais fino, caro Dr. Tavares Moreira.
Quem sabe... um dia próximo, o NOSSO Presidente da República, acorda, faz o seu chichizinho e quando em seguida se olhar ao espelho, para iniciar a sua escanhoadela, decide:
Espera lá Aníbal... tu que és O Supremo Magistrado da Nação, O Supremo Chefe das Forças Armadas, O garante Supremo de que as Instituições funcionem em democracia e O Supremo Garante de que as normas que compõem a Constituição da República Portuguesa, sejam honradas, tu, que és afinal de contas o Chefe deste Estado, que garantes a Sua Independência, que tens ligitimidade suficiente para demitir o governo, se entenderes que que o regular funcionamento das instituições democráticas se encontra em risco. Tu... podes, deves, é exigível que, perante o estado de perigosidade em que o teu país se encontra, convoques e reunas os superiores representantes de todas as classes sociais e políticas do teu país e lhes digas, olhos nos olhos: meus amigos, temos uma crise enorme e precisamos encontrar solução para ela com a máxima urgência, exijo de cada um de vocês, a máxima colaboração e apresentação de propostas sérias, directas e honestas, daquilo que pela vossa honra deverá ser feito, na área em que cada um de vós se integra. Depois, reunido com o staf que te apoia lá no Palácio, compilas um número de acções que envias à Assembleia da República, com uma nota apensa: FAÇA-SE DESTE MODO!
(Ainda estaria para ver, se aquele pessoal das bancadas, ía ficar a engonhar)
Sonhos de uma Noite de Verão, caro Bartolomeu...eternizados na belíssima sinfonia de Felix Mendhelsson, parece que a estou a ouvir!
Tem todo o direito de sonhar também, caro Amigo!
Pode ser, caro Dr. Tavares Moreira, que através do poder catalizador das notas musicais, as pessoas comecem a afinar o ouvido e passem a tocar todas a mesma melodia.
Parabéns pelo seu gosto musical, caro Dr.
http://www.youtube.com/watch?v=bDr8Q7lDW8o
Vamos então a isso, caro Bartolomeu, deixemo-nos embalar, neste tempo morno, pelos acordes do Sonho de Uma Noite de Verão!
Que delícia - e com a barra do Douro em frente, para regalo dos olhos!!
Que privilégio caro Dr. Tavares Moreira!
Estou a perceber que o caríssimo tomou à risca o conselho presidencial e destinou as suas férias "cá dentro".
;)
Não sei em que margem do Rio do Ouro se encontra o meu estimado Amigo mas, recordo-me de um restaurante onde já não vou ha um bom par de anos, em Leça, junto à praia, O Garrafão, onde me deliciava frequentemente com uns linguadinhos fritos, acompanhados de um arrozinho malandro e um verde gelado, ou então, uns filetes de pescada, com um sabor que difícilmente se encontra noutro local.
Um excelente sítio para ser feito um almoço preparatório para o sumptoso jantar, prémio da aposta estabelecida com o nosso Amigo JMG...
;)
Bem mais austero do que isso o regime por que optei, caro Bartolomeu...cá dentro e sem férias!
Como não pertenço à brigada Armani, as minhas opções neste domínio encontram-se severamente limitadas!
Quanto à margem do rio, esclareço que se trata da direita!
Em matéria de restaurantes e se, como diz, é grande apreciador de filetes de pescada acompanhados por um arroz de grelos de 1ª, recomendo-lhe o Lusíadas em Matosinhos ou o Hotel de Santana em Vila do Conde, ambos muito apreciados por muito boa gente, nomeadamente pelo P. Cardão!
Duas referências a considerar... dado a eminência dos testemunhos!
E... talvez não demore muito, caro Dr. Tavares Moreira.
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