Ninguém se pronuncia? Também eu estou convencido de que o processo acabará por prescrever! O que será mau para os arguidos eventualmente inocentes que terão de acarretar o resto das suas vidas com a condenação já proferida na praça pública; para as vítimas dos abusos e, finalmente, péssimo para a justiça portuguesa! Quem se dê ao trabalho de percorrer o sítio que um dos arguidos colocou na Net pode facilmente adivinhar o que está para chegar!
Pronuncio-me eu, para dizer que é bom que se encarem as declarações do meu Bastonário cum grano salis. O problema não é tanto a prescrição - não é o número de recursos que provoca a prescrição do processo - nem, em princípio, o tempo que demorará a decidi-los (basta que os tribunais superiores os julguem como prioritários), mas a eficácia das decisões que os tribunais venham a tomar sobre o caso, quaisquer que elas sejam. Uma decisão - punitiva ou de absolvição - não é ontologicamente justa quando dista décadas dos factos. Esse é que é o verdadeiro problema. Mas atenção, se isso vier a acontecer creiam que há muitos e muitos casos dramáticos envolvendo, tal como este, gente concreta, de carne, sangue, osso e sentimentos como os sujeitos do processo Casa Pia, que sofrem silenciosamente a sevícia imposta pela demora de uma decisão que lhe faça justiça. Nunca fará. Esses, porém, não atraem os holofotes. E a maior parte deles vê nisso um bem, no meio do suplício...
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Ninguém se pronuncia? Também eu estou convencido de que o processo acabará por prescrever! O que será mau para os arguidos eventualmente inocentes que terão de acarretar o resto das suas vidas com a condenação já proferida na praça pública; para as vítimas dos abusos e, finalmente, péssimo para a justiça portuguesa!
Quem se dê ao trabalho de percorrer o sítio que um dos arguidos colocou na Net pode facilmente adivinhar o que está para chegar!
Pronuncio-me eu, para dizer que é bom que se encarem as declarações do meu Bastonário cum grano salis. O problema não é tanto a prescrição - não é o número de recursos que provoca a prescrição do processo - nem, em princípio, o tempo que demorará a decidi-los (basta que os tribunais superiores os julguem como prioritários), mas a eficácia das decisões que os tribunais venham a tomar sobre o caso, quaisquer que elas sejam. Uma decisão - punitiva ou de absolvição - não é ontologicamente justa quando dista décadas dos factos. Esse é que é o verdadeiro problema.
Mas atenção, se isso vier a acontecer creiam que há muitos e muitos casos dramáticos envolvendo, tal como este, gente concreta, de carne, sangue, osso e sentimentos como os sujeitos do processo Casa Pia, que sofrem silenciosamente a sevícia imposta pela demora de uma decisão que lhe faça justiça. Nunca fará. Esses, porém, não atraem os holofotes. E a maior parte deles vê nisso um bem, no meio do suplício...
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