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O Prémio Boas Práticas no Sector Público, promovido pela Deloitte em colaboração com o Diário Económico, a FLAD e o INA, abriu as candidaturas à sua 8ª edição. Esta iniciativa tem avaliado e divulgado centenas de iniciativas inovadoras no sector público e o modo como contribuem de forma comprovada para a qualidade do serviço. Muito desse trabalho é conseguido com poucos meios, imaginação e muito empenho das equipas e precisam do reconhecimento e divulgação que a sua qualidade merece, também para que outros possam seguir o seu exemplo e replicar os modelos já testados.
Tenho o privilégio de ter participado desde o início nesta iniciativa que quis contrariar o sistemático discurso crítico e desmotivador ,que só aponta maus exemplos e ignora o muito que se progride e melhora no sector público. A análise dos projectos é feita com os mesmos critérios que são usados para avaliar e destacar iniciativas empresariais.
Tive a sorte de poder testemunhar a notável evolução que tem havido, quer na quantidade e diversidade de candidaturas, por exemplo de municípios, escolas, universidades e serviços centrais, quer na qualidade e exigência crescente dos projectos apresentados. Há progressos muito significativos no modo como se quantificam e valorizam as várias vertentes a considerar, - a financeira, processos, impacto nos colaboradores e qualidade de serviço ao cidadão, - o que evidencia os resultados e fundamenta a sua consistência.
Assisti, ao longo deste oito anos, ao entusiasmo e à emoção dos que trabalharam em centenas de projectos visitados, avaliados e por fim seleccionados para os Prémios finais. Em todos eles o traço de lideranças conscientes da importância do trabalho em equipa e o orgulho de assumir que se fez bem, em todos eles a ansiedade do reconhecimento e a importância do estímulo para continuar. Um estudo da avaliação do impacto deste Prémio mostrou o aumento do reconhecimento interno e externo e um aumento do grau de motivação das equipas.
É muito importante que a Administração Pública mostre o que faz com sucesso e prove como contribui para apoiar ou facilitar a vida aos que precisam dos seus serviços. É muito importante que, na falta de recompensas materiais ou perspectiva de carreira, se dê sem regatear o estímulo do reconhecimento a quem tem o brio de fazer bem o seu trabalho.
Para isso é preciso que sejam apreciados e divulgados, e a 8ª edição do Prémio das Boas Práticas no Sector Público é uma excelente oportunidade para o fazer, como podem testemunhar as dezenas de serviços já premiados.
As candidaturas podem ser apresentadas até 15 de Julho e a Gala terá lugar em Novembro. Esperamos ter muitos casos de sucesso para premiar!
16 comentários:
Totalmente de acordo, reconhecer o mérito de uma instituição ou de um funcionário é um ato de superioridade moral e intelectual de quem o pratica, no entanto na generalidade não é este o comportamento, antes pelo contrário, cultiva-se a indiferença e só quando as coisas batem no fundo é que se lembram do que se ia dizendo nas entrelinhas...
Mas tenho que fazer aqui um público elogio!:-A Dra. Suzana Toscano está muito bem nestas fotografias! viva a beleza!
http://www.youtube.com/watch?v=_bcKnmH_syU
Excelente iniciativa!
Sinceramente, não sei, como é que as pessoas que trabalham para o Estado conseguem obter a motivação para aumentar a eficácia e eficiência dos processos e até apresentar inovações dignas de registo. Num ambiente tão partidarizado, sem progressões, prémios de desempenho, aumentos salariais, estrangulamentos financeiros de toda a ordem, regulamentação contraditória e centralista, com uma mole de pessoas sempre a zurzir nos funcionários públicos, professores, médicos, polícias, etc.. é de facto espantoso como ainda há quem consiga obter energia para olhar em frente e fazer melhor.
Suzana
Antes de mais, parabéns pelo trabalho que tem vindo a fazer!
Este Prémio tem o mérito de reconhecer que no sector público há excelentes lideranças, profissionais e organizações. Muitas das iniciativas inovadoras, capazes de melhorar a qualidade da prestação de serviços públicos, são tanto mais meritórias quanto sabemos as dificuldades com que se debatem muitos serviços.
A liderança - na sua capacidade de identificar oportunidades, de mobilizar esforços e vontades e de acrescentar valor - é fundamental no processo de transformação e mudança de paradigma em que o cidadão deve ser colocado no centro das atenções. A mudança faz-se fazendo. As sementes lançadas à terra, mesmo quando ela é muito árida, acabarão por dar bons frutos...
No entanto, cara Drª. Suzana Toscano, ha serviços do estado onde os projectos que são apresentados, não chegam a merecer, da parte dos dirigentes, um olhar de atenção.
Durante o ano que passou e no início deste, apresentei aos meus superiores 2 projectos; um, relacionado com equipamentos informáticos, iría permitir reduzir os custos em 50%, o outro, relacionado com o aproveitamento de águas pluviais para rega e lavagem de viaturas, que iría necessitar de um investimento inícial, o qual, passados 3 anos, se pagaria a si mesmo.
Acredita, cara Drª. que nenhum dos dois projactos, colheu o interesse de quem decide?!
Por vezes ficamos com a impressão que certos gestores, consideram somente projectos válidos, aqueles que lhes projecta a imágem, os de estadão...
Permita-me dizer-lhe, caro bartolomeu, que pelo menos um dos seus projectos faz agora algum sentido, o buraco gigantesco para acolher as águas pluviais já existe, tem vindo a ser aberto paulatinamente desde 2006, finalmente chegou ao fim...
Quanto ao projecto da informática, sabe como são estas coisas, evoluem da noite para o dia, o que ontem era uma certeza inabalável hoje é um devir permanente…
Pois, insista, insista, insista muito, vai ver que o projecto da água acaba por ser apreciado superiormente com o indispensável despacho: concordo e autorizo nos termos propostos!
:)))
Pois... essa questão da insistÊncia, está de acordo com o espírito do post que a Drª. Suzana publica... é necessário que nos oiçãm. Caso contrário, perde-se a vontade.
Caro Bartolomeu,
Insista, especialmente se incluir a substituição de software pago, por software livre como Linux e OpenOffice, por exemplo. Indique exemplos de países bem mais ricos que o nosso. Indique até como exemplo a nossa vizinha Espanha.
Boa sorte.
Pois...
:)
Agradeço-lhe desde já a atenção que dedicou ao meu comentário, caro Fartinho da Silva. Contudo, devo esclarece-lo de alguns pontos:
O estado paga muito pouco pelo licenciamento do Office, depois, a implementar um programa substituto, seria necessário compatibiliza-lo com o restante sistema implantado e ainda exportar tudo o que existe no Office, para o software sem pagamento que fosse instlado, o que, dependendo do volume de dados e da dimensão do serviço, seria uma tarefa que obrigaria à afectação de pessoal especializado e demoraria imenso tempo, sem que, no final se tivesse a garantia de sucesso a 100%.
Deviam dar o prémio de Boas práticas na administração pública ao Silva Pais, a título póstumo. Está bem que dedicava a vida a lixar o próximo, mas fazia-o de forma eficiente...
Tenham dó de mim...
Caro comentador Bartolomeu:
Especificamente no caso de um software como o Office, e salvo raras excepções (como por exemplo folhas de Excel com programação avançada, VBA), não há propriamente necessidade de exportar nada. O OpenOffice lê perfeitamente os .doc, .docx, .xls, .ppt, etc.
Não quero com isto dizer que não haveria trabalho a fazer, obviamente, apenas que muitas vezes se parte pra estas "migrações" com noções pré-concebidas que poderão não ser as mais correctas.
No entanto, ninguém melhor que o caro Bartolomeu pra saber exactamente do que se trata em concreto.
Por fim, apesar de eu ser um "entusiasta" e apologista do software livre/open source, devo dizer que, no caso do Open Office, existe uma barreira a transpôr, que é o interface gráfico, simplesmente horrível. Pode parecer uma questão de somenos, mas no caso dum software deste tipo, é mesmo uma grande barreira!
Melhores cumprimentos.
Dra. Suzana Toscano
Estou de de acordo com o que escreve a propósito do Prémio Boas Práticas no Sector Público. De facto há muita gente capaz na nossa administração pública e que devem ser incentivados.
Mas, e lá vem o mas, propunha-lhe que fosse criado também o Prémio "Como enganar o sector público".
Explico: é que há pessoas na administração pública que conseguem aceder a formação qualificada, por exemplo o CADAP, do INA, com recurso a falsas declarações.
Por outro lado, há pessoas, na qualidade de dirigentes, que prestam falsas declarações, o que permite "validar" as citadas anteriormente.
Entretanto a situação é descoberta, mas ninguém faz nada.
Assim, quem sem habilitações para tal, consegue obter um título que o pode fazer aceder, com prioridade, a procedimentos concursais para acesso a cargos dirigentes, e a estar habilitado a dirigir qualquer unidade orgânica, e até uma Direcção-Geral ou Instituto, merece um prémio, não acha?
Ah! Acresce o facto de não ser funcionário público!
De facto esta prática incentiva-nos a trabalhar melhor, sermos inovadores, criativos, e a vestirmos a camisola!
Felicidades para a sua tarefa! Vivam as Boas Práticas!
A dra Suzana Toscano é digna dos maiores encómios. Não apenas pelo que tem feito em prol das boas práticas, como por nos prodigalizar o seu post, partilhando connosco a ideia chave de que vale a pena incentivar e motivar o sector público do Estado.
Peço desculpa ao AF, por só agora lhe responder. Hoje o meu canguru decidiu emudecer, talvez as radiações solares lhe tenham afectado o software.
;)
Pois é, meu caro, a barreira do grafismo, é talvez o mal maior, sobretudo se a gama de utilizadores, se mostrar pouco aberta a mudanças.
O que traria trabalhos acrescidos ao helpdesk.
;)
Mas mesmo assim, ainda sou preferencialista do microsoft e das suas actualizações. pode ser uma questão de tacanhez, mas oferecem-me mais garantias em termos de funcionalidades. E em certos locais e serviços, essa garantia é fundamental.
A Dr.a Suzana Toscano foi alguém que, no desempenho de funções governativas, se bateu pelas boas práticas da Administração como parte de uma política de reforma das atitudes e condutas no sector público administrativo. Fui disso testemunha privilegiada. Não me admira o seu empenho nesta iniciativa que visa exibir o mérito como exemplo.
Muito bem lembrado, caro Drº Ferreira de Almeida...e é justo dizer que não passou apenas por lá, deixou a sua marca.
Pena é que outros não sigam o exemplo, em vez de abandalharem o sistema...
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