Bento XVI manifestou-se mais uma vez contra a investigação de células embrionárias. Considera que naquele momento, concepção, já existe um ser humano e que, por esse motivo, não se pode negar o direito à vida. Afirma igualmente que os seres humanos estão dotados de uma alma imortal e são criados à imagem e semelhança de Deus. Alma imortal? Uma questão de fé e, como tal, não se discute, mas, também, não pode servir de argumento. Seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus? Bom, se for verdade, não abona nada a favor de Deus, antes pelo contrário. Talvez o inverso fosse mais plausível, Deus criado à imagem e semelhança do homem.
Em termos biológicos a vida humana é um contínuo e não começa no momento da concepção, naquele momento produz-se uma singularidade entre muitas outras que poderiam ter ocorrido.
Concordo plenamente que a investigação tem de respeitar princípios éticos e deverá continuar neste caminho, mas isso não é impeditivo da utilização de células embrionárias em situações muito bem definidas, caso de embriões deficientes e não viáveis, os quais podem "ceder" as suas células para efeitos de investigação científica. O mesmo acontece com embriões excedentários para os quais não se vislumbre qualquer projeto parental. Por isso, em circunstâncias muito bem definidas e eticamente escrutinadas, nada impede o uso de células embrionárias em investigação científica, mesmo que o papa não aceite. O papa tem todo o direito a manifestar a sua opinião, assim como muitos cientistas que aceitam o uso de células embrionárias, e estes últimos também têm preocupações éticas.
Se um dia vier a verificar-se que as células tronco adultas podem substituir as células embrionárias, então, os cientistas serão os primeiros a usá-las, por motivos óbvios. Até lá, e desde que sejam respeitadas as normas éticas, não vejo grandes problemas na utilização de células embrionárias em condições bem definidas.
2 comentários:
Portugal é um país estranho. Mesmo sob a óptica da frase: qual a frase que não compreendeu: Não, Há, Dinheiro. É estranho porque é um país de negações e contradições. Pais onde até são os LIBERAIS QUE AUMENTAM IMPOSTOS.
Portugal é verdadeiramente um país sui generis.
Um país que aumenta impostos a um nível já destrutivo mesmo sob governação de liberais.
Que se queira orçamento equilibrados é genuíno e correcto.
Que se aumentem impostos no sentido destrutivo até aqui apontado por PSD e CDS é que é incompreensível.
Porque os Portugueses que acreditam num estado mais eficaz não entendem que a manutenção dos seus postos de trabalho, via economia saudável, continue a ser posta em causa por contradições insanáveis.
Só há uma solução para Portugal. Mais trabalho e mais produção. Mas esta faz-se sem destruir tudo o que ainda mexe primeiro.
...e mais esta carta (que ainda não é de Paris ou de Londres , mas de Lisboa)DE UM SOCIAL DEMOCRATA A RELVAS E PASSOS
Como gestor e economista de empresa, depois de ver os argumentos fundamentados do impacto não só social, mas acima de tudo económico sobre a economia, chego à triste conclusão que este governo ou é antipatriótico e quer destruir Portugal ou é constituído por gente pouco inteligente com deficiências de formação económica. À macroeconomia deve sobrepor-se a microeconomia!
Uma análise microeconómica de diversos impactos, conclui que os aumentos do IVA em actividades pouco utilizadoras de bens importados, muito baseado na mão de obra, não tem impacto na balança comercial do lado da despesa mas tão somente do lado da receita. Serve isto para a indústria do golfe, a restauração, o sector dos ginásios... Subir o IVA devia ter sido feito nos bens superiores de luxo com efeito pelo lado da despesa. Aumentar o IVA no golfe significa alimentar ignorâncias, já que os operadores turísticos retiram-se do país, as low - cost não trazem mais turistas a Portugal - com o efeito que têm no valor final das receitas de impostos, no IVA, no IRS e no acréscimo de despesa para o estado sob a forma de subsídio de desemprego.
Tal é idêntico em sectores como o dos ginásios, onde o valor acrescentado é quase todo nacional, bem como na restauração. Será que Passos não vai aos restaurantes (a definhar), ou só vai aqueles (poucos) que estão sempre cheios da nomenclatura?
Será que Passos entende que Portugal por esta via está a caminhar para o colapso social e económico. O que farão milhões sem subsídios de desemprego? E, no entanto, contradição das contradições, é ver os não transaccionáveis como os preços da electricidade, dos operadores de autoestradas a aumentar os seus preços mantendo o "parasitismo" sobre o que resta do transaccionável e das famílias esbulhadas dos seus rendimentos.
Se nos combustíveis é perceptível que o aumento do consumo não é desejável, por serem bens importados, tal não se verifica nos sectores de mão de obra nacional intensiva.
Isto não é uma questão política (de esquerda ou de direita), é uma questão económica de boa gestão e governação. Portugal não pode continuar a ser governado por amadores sob pena de estar a ser destruído. Nem se pode argumentar que é a Troika que assim o exige (lavando as mãos como Pilatos), já que seria fácil de explicar à Troika que estes argumentos teriam de ser sujeitos de um Trade-Off (palavra cara ao estudante de Economia Passos, com a matéria mal digerida) que não afectasse a receita fiscal.
E é por isso que se exige um governo de salvação nacional, sob pena de mais senhores quando saírem da governação terem aprofundado ainda mais a governação criminosa de Sócrates.
ISTO NÃO É UM JOGO, UMA APOSTA POLÍTICA OU UMA INICIATIVA DE PRINCIPIANTES QUE CONFUNDEM O INTERESSE DAS TROIKAS EUROPEIAS COM OS INTERESSES DE PORTUGAL OU UMA TENTATIVA DE ROLETA RUSSA DE EQUILIBRAR A BALANÇA ORÇAMENTAL A TODO O CUSTO (MESMO COM 8000 M € DE JUROS DE DÍVIDA). O QUE ESTÁ EM CAUSA É A SOBREVIVÊNCIA DE PORTUGAL E DE MILHÕES DE PORTUGUESES E OS PORTUGUESES (MESMO OS QUE VOTARAM EM PASSOS, ENGANADOS COM OUTROS ARGUMENTOS POLÍTICOS) E A CONTINUAÇÃO DE POLÍTICAS ECONÓMICAS DESASTROSAS QUE DESTROEM PORTUGAL.
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