"...Por vezes no estaleiro da empresa M&M, SA, há trabalho. Surge uma encomenda para a construção de algum yate ou ferry-boat e nunca faltam candidatos (isto é, trabalhadores) que aceitem as condições. Mas só até entrarem nas instalações, sem convite, os homens dos Sindicatos. Chegam, em grande algazarra, e mandam parar tudo...".
Paulo Moura, in Nos Estaleiros de Perama..., reportagem da Grécia, Público de 19 de Novembro
"...É uma pessoa particular que quis aquele barco. Eu fiz-lhe um orçamento e um prazo e ela aceitou. Mal começámos, os Sindicatos mandaram parar....Apresentaram uma lista de condições: salários elevadíssimos e um máximo de 6 horas por dia de trabalho...O cliente cancelou o contrato..."
Dimitris, dono do estaleiro, citado por Paulo Moura
Assim vão as coisas, na Grécia. Coisa de especuladores e do nefando capital financeiro internacional...
3 comentários:
Da Grécia??
Há uns dias numa empresa industrial portuguesa enorme estava a falar de formas de os executivos da empresa poderem aceder a informação da produção remotamente e perguntei (totó...) porquê os executivos, porque não todos os trabalhadores já que toda a gente tem hoje internet e smartphones. A resposta foi "porque se dermos acesso a todos os trabalhadores, os sindicatos colocam-nos um processo por estarmos a sugerir que eles trabalhem fora de horas. E o tribunal dá-lhes sempre razão, por isso temos que vedar o acesso à informação." E, insistindo, perguntei (2xtotó...) "então e aqueles que querem mesmo aceder?" e a resposta foi "os sindicatos vêm cá chatear não é por aqueles que não querem aceder..."
Gŕecia???
Caros Pinho Cardão e Tonibler,
Existe por detrás desta questão das dívidas (públicas+privadas) insustentáveis de alguns países do Euro - Portugal e Grécia serão 2 casos notáveis - um cortejo infindável de disfunções e de fenómenos de rigidez nas actividades produtivas, em especial no funcionamento dos mercados de factores, que a economia não pode aguentar mais...
E é precisamente a persistência dessas irracionalidades que, consciente ou inconscientemente, os profetas dos Eurobonds e outros paladinos da equidade parecem querer assegurar em nome da continuidade do Projecto Europeu...
Acrescentaria, aos vossos exemplos, as 200 rerpartições de finanças da Grécia que a Troika pretende que sejam encerradas, por funcionarem como centros de negócios com os contribuintes - lesando o fisco em centenas de milhões de Euros em cada ano - e ainda não foi possível cumprir por resistência inaudita de sindicatos amigos do povo...
Ora aí está uma ideia criaiva, essa de as repartições de finanças virarem centros de negócios dos funcionários!...
De facto, não há alemão que entenda!...
Nem mesmo holandês ou finlandês ou austríaco...
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