O episódio
da “agressão” de Luisão ao árbitro alemão é a alegoria perfeita da “cegueira”
que atingiu muitos portugueses.
Para muita gente, a começar por comentadores e jornalistas de vista afinada, e apesar da evidência das imagens, Luisão
não “agrediu” o árbitro, antes acorreu a protegê-lo dos excessos de dois
colegas. Para eles, Luisão foi vítima destes e da "palhaçada" do árbitro. "Uma posição de grande capitão, agindo de acordo com o código que temos", diz o treinador.
Para muita
gente, a começar pelos políticos do Partido Socialista, e apesar da evidência do endividamento incontrolado que provocou, o Governo
de Sócrates não foi culpado da crise que vivemos. A culpa foi das agências de rating e do capital financeiro. Para eles, Sócrates foi o cordeiro imolado no altar dos especuladores internacionais.
Por isso, continuam a pedir mais despesa, para "fomentar o crescimento e o emprego". Com o dinheiro dos especuladores, claro está!
Por isso, continuam a pedir mais despesa, para "fomentar o crescimento e o emprego". Com o dinheiro dos especuladores, claro está!
14 comentários:
Boa e inteligente tentativa meu caro Pinho Cardão. Mas o episódio evoca mais um certo central formado na escola de um certo clube do norte ;)
Caro Ferreira de Almeida:
Num supremo esforço mental, creio ter atingido o conteúdo da mensagem do meu amigo. Violência não é do norte, centro ou sul, portuguesa ou brasileira, verde , vermelha ou azul. É violência.
E, a ser verdade que compreendi, esse "certo central formado na escola de um certo clube do norte" todos os dias era crucificado na comunicação social.
Todavia, um certo central há bastantes anos num certo clube do sul todos os dias é ilibado, como se nota.
Portanto, há uma diferença de violência, pelo menos de acordo com a cor...
Obviamente que a responsabilidade mais imediata é dos (des)governos de Sócrates, mas também de uma enorme multidão que tem há muitos anos ocupado postos de responsabilidade política (o chamado sistema pouco democrático que criou casos como Isaltino, Lima, Loureiro e tantos outros que estão sob o radar dos "verdadeiros Portugueses").
Querer negar as responsabilidades de toda esta mole de gente é como desresponsabilizar muitos "cabeças de cartaz" da 1ª república (e nessa altura havia ainda um pouco mais de decoro e... de medo do lavar da honra!).
Os "Sócrates" e os "especuladores" são as duas faces da mesma moeda.
Meu caro Pinho Cardão, não concordo nada que o dito cujo que joga num clube do sul seja ilibado. Só se for pela Bola, mas essa não conta.
Caro Ferreira de Almeida:
Claro que seria uma total indecência se não fosse punido. Mas contra isso, inocentando o musculado atleta, levana-se A Bola em peso. Com editoriais, entrevistas, comentários. Ainda hoje A Bola titulava um texto dizendo que o árbitro devia estar com os copos. Assim mesmo.
Caro Arnaldo Madureira:
Não concordo. No caso em referência, Sócrates está nas duas faces.
Ò Pinho Cardão
essa analogia entre o Luisão e o Sócrates é de mestre:
afinal, o Sócrates agrediu o árbitro ou só o empurrou?
Estou a ver uma clara influência do seu mentor futebolístico, que desatou logo a comentar o escândalo de Dusseldorf.
É mesmo de silly season!
Vou registar e à primeira oportunidade cá estarei atento e zeloso. Só é pena o Bruno Alves e o Pepe já cá não estarem. Mas por cá ficou o Álvaro Pereira. Aposto que me vou rir daqui a uns dias.
Abraço benfiquista!!!
Caro Professor:
Todos temos momentos infelizes e desta vez foi o meu caro amigo que não leu, mas tresleu.
Eu não comparei Luisão ao Sócrates, embora em matéria de destruição não sei qual foi o mais eficaz.
Eu apenas referi que a cegueira dos que persistem em afirmar que a crise nacional se deveu aos especuladores financeiros e não ao excessivo endividamento protagonizado por Sócrates, é igual à cegueira dos que vêem na corrida do Luisão contra o árbitro e do seu derrube apenas a atitude de afastar os companheiros. De facto, até conseguiu, como objectivo secundário...
Por outro lado, meu caríssimo David Justino, acho que se deveria afastar rapidamente das teses de A Bola, mero jornal local, que não sabe, nem sonha, que o mundo não se resume a um dos lados da 2ª Circular.
Isto está a ficar catita :)
Futebol= Política...
a mesma insanidade, o mesmo facciocismo de gente que se transforma!
À especial consideração de P.A.S.:
"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
- Friedrich Nietzsche.
Benditas insanidades que dão cor à vida! Como detesto o pão sem sal...
Citando: "Nunca pensei, na vida política, que a culpa era toda dos governos e que os cidadãos, coitados, estavam sempre sujeitos à ditadura dos governos."
Caro Ferreira de Almeida
Mas olhe que o excesso de pão no sal, dir-lhe-à o dr. Massano, é mau para a saúde.
Pelo menos foi o que alguns, insanamente, escreveram=decretaram, com aquele mau hábito de quererem gerir as nossa vidas (que não o manter dos equilíbrios na vida social para não cairmos no estado selvagem de natureza) nas tábuas da administração pública portuguesa: sal a mais, persiga-se! (decreto lei...).
De resto concordo consigo no consumo moderado (no debate civilizado de ideias, nas peladinhas entre amigos, ...) mas quando se fala no nosso colega de bloga, F. Nietzche, torço sempre um pouco o nariz (bolas, é que ele é sempre tão radical!)
Meu caro P.A.S., não foi por acaso que trouxe o insano Nietzche à conversa...
Tem obviamente razão quanto aos excessos de sal. Na minha santa terrinha dizia-se sempre que "o que é demais é moléstia". Mas por aqui, como certamente concederá, o consumo é muito moderado.
Obrigado pela atenção que sempre dispensa ao que aqui se escreve.
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