Hoje de
manhã, na entrada da praia. Paraplégico, em cadeira de rodas. Pouco mais e
trinta anos, bem cuidado, barba aparada, olhos tristes, mas conformados. Apesar
disso, alguma jovialidade. Um miúdo, aí de dez anos, filho. Uma senhora, também
de cadeira de rodas, mãe ou sogra, pois o miúdo chamava-lhe avó. A mãe, jovem com ar sofrido, mas determinado. Difícil o transporte na areia. Voluntários ajudam. O
jovem pede ao banheiro que o leve ao mar. Pai, também vou contigo, diz o
garoto. Ternura ao vivo.
Há vidas
difíceis. Muito difíceis. E tantos a desperdiçar a felicidade que têm.
5 comentários:
Ha, sem dúvida, vidas muito difíceis. Mais difíceis ainda se não forem acompanhadas pelo amor dos que lhe são próximo e a solideriedade dos que ainda podem ser donos da liberdade de se poder mover pelos seus próprios meios.
Felizmente, nota-se que a nossa sociedade está mais solidária com aqueles que se acham limitados nos mais simples movimentos, voluntarizando-se para ajudar. Faltam imensas infraestructuras de apoio, que tornem facil a deslocação a quem utiliza a cadeira de rodas. Falta também muita consciência e sentido de cidadania, àqueles que utilizam a via pública e estacionam sobre os passeios e nos locais destinados exclusivamente a deficientes.
Quanto ao resto, penso que estamos a "crescer" a um ritmo lento, mas a crescer.
Muitos não têm consciência dessa felicidade não se lembrando daqueles a quem a deficiência roubou uma vida plena de capacidades.
Não somos um país inclusivo da deficiência, uma coisa são as ajudas de vizinhança como aquela que o Dr. Pinho Cardão aqui nos trouxe, outra é o país estar organizado e sensibilizado para apoiar e minimizar as enormes dificuldades com que se defrontam as pessoas com deficiência e as suas famílias nas coisas mais essenciais da vida. Está quase tudo por fazer, neste capítulo pertencemos ao terceiro mundo.
Caro Drº Pinho Cardão,
É perante estes dramas que devíamos pensar o quão ínfimos são os nossos problemas, e darmos mais sentido às nossas vidas...
Não percebo muito bem o alcance desta posta.
Comparado com os pobres diabos radioactivos de Chernobyl com descendência mutante, o paraplégico da cadeira de rodas é um privilegiado.
Aonde quer o meu amigo chegar? Ou será que não se apercebeu aonde este tipo de retórica nos leva?
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