São inevitáveis leituras como esta do anúncio pelo Dr. António Borges da decisão política muito relevante sobre a rádio e televisão públicas em Portugal. De facto, ao invés do que acontece noutras paragens em que as medidas dos governos, mesmo as mais relevantes, são anunciadas por porta-vozes qualificados que não integram os executivos, a verdade é que não é essa a nossa tradição.
Creio, no entanto, que a questão do mensageiro não tem a dimensão institucional que alguns lhe dão, e sobretudo é pouco importante (mesmo que o mensageiro tenha influenciado a decisão, coisa que não me escandaliza pois foi para isso que contrataram o Dr. António Borges). Mais relevante é saber se o que foi anunciado (apagar o canal 2 da TV e a antena 3 da rádio e concessionar os restantes canais, mantendo a propriedade pública) é o caminho certo. Não estou seguro que a discussão vá por aí dada a tendência de ligar mais ao biombo do que aquilo que o biombo encobre...
7 comentários:
Mas o que está por detrás do biombo interessa a muito pouca gente. A começar por quem fugiu durante anos a pagar a taxa da televisão e que hoje chora baba e ranho se o governo acabar com uma porcaria que me custa 80 euros por ano, directamente. Isto sem contar nas inúmeras rubricas da TSF que só existem porque são feitas com o apoio de um organismo público qualquer, o mesmo acontecendo com a SICN.
O governo arranjou maneira de ocupar uns quantos amigos, para arranjar uma solução que não é nem carne nem peixe, e que no fim do dia vai acabar com a única coisa que justificava a existência de toda a RTP - o "serviço público" e arranjar mais uma fonte de corretagem de influência à minha conta. Tudo isto quando a solução óbvia seria facilmente encontrada por qualquer senhor da REMAX, uma placa a dizer "vende-se" com um número de telefone por baixo.
Se fosse anunciado por um especialista em comunicação o cenário era diferente? Ou apenas ficava escondido o que realmente aconteceu: que vou ser roubado outra vez?
Caro Drº Ferreira de Almeida,
Aquilo que eu ouvi não me deixa tranquilo e parece-me a solução errada, senão corrija-me por favor:
-O estado faz a concessão da rtp por um determinado período, e vai pagar aos concessionários o valor que arrecada nas taxas que cobra a todos (milhões de euros) para haver um serviço público!?
Então assim sendo:
-que riscos inerentes ao negócio correm os concessionários!? -Não seris mais sério e vantajoso para o estado privatizar a rtp na sua totalidade e o serviço público necessário ser posto a concurso com todos os operadores do mercado, em igualdade de circunstâncias!?
Meu caro Tonibler, aquele senhor não era da REMAX? ;)
Nem de propósito. A "sensibilidade" da Impresa:
http://expresso.sapo.pt/porque-o-governo-nao-vai-querer-concessionar-a-rtp=f748668
LOL!!
Pergunta parva:
Vai-se poupar mais ou menos com esta concessão do que se poupa nas PPP e nas «rendas» excessivas da electricidade?
Também não percebi nada mas se a remax me quisesse vender uma casa com aquela conversa eu ficava desconfiada...
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