Afinal, após
cem dias de presidência, a maioria dos franceses já não confiam em Hollande. Segundo uma sondagem francesa hoje publicada
no DN (não consegui o link), 54% dos franceses não estão satisfeitos com
a presidência e 57% dizem que não está a cumprir as promessas eleitorais. Em
todos os quesitos, Hollande tem mais de 50% de opiniões desfavoráveis:
. 51% não
confiam em que encontre uma solução para a crise
.56% não
confiam em que lute eficazmente contra a insegurança
.63% não
confiam em que reduza o desemprego
.62% não
confiam em que lute eficazmente contra a imigração clandestina
No entanto, Hollande tem sorte, pois resta-lhe o apoio de Seguro
e dos seus camaradas portugueses. Quanto ao que receberão de troca, bem poderão
esperar sentados. E nós todos, porque o caminho não é por ali. Só na imaginação de Seguro.
21 comentários:
.51% são 0,0051
qualquer um pode fazer sondagens
isso não impede o afundanço europeu
que vai ser contrabalançado pela falhA na produção alimentar norte e sul-americana
mais 2 anos de fome e voltamos a ser o celeiro mundial...
vamos é ter que exportar
e não comer muito
em putocale não dá só nos outros colonatos gregos
e dórios
e doritos
Caro António P.C.,
Hollande, mais que um fruto de uma grande vitória eleitoral, foi a válvula de escape de uma França saturada de um Presidente incorrecto. Falar de incorrecção pode parecer presunção da minha parte, e talvez o seja efectivamente, admito, mas a razão dos factos fala por si, não é uma opinião, uma subjectividade casual, é perfeitamente factual. Incorrecto nos métodos de se relacionar com os parceiros europeus, incorrecto na forma de se exprimir publicamente, incorrecto por falta de postura de Estado, incorrecto na defesa de muitos princípios essenciais (como por exemplo o respeito pelo direito comunitário, nomeadamente no que diz respeito à extensa tratadística que vem sendo sucessivamente desenhada e assinada com pompa, e desrespeitada com quasi-vaidade em cimeiras subsequentes que a transformam em burocracia para o acervo histórico das instituições) para o desenvolvimento dum quadro europeu sólido. Obliterou, com Merkel, a figura da baronesa Ashton, liquidando por completo uma estratégia de consolidação internacional de Negócios Estrangeiros Europeus que poderia ter logrado um relacionamento privilegiado via Reino Unido com a Ásia extrema e o Médio Oriente grande produtor de petróleo, onde o Reino Unido goza de enorme influência, etc., etc.,. Sarkozy era um político de teatro. Vencê-lo não foi tarefa demasiado complicada a François Hollande num contexto europeu desgastado, com uma França numa posição de subserviência a uma nação com quem mantém conflitos há séculos, e por quem esteve ocupada há menos de 70 anos. Mas se esta grande incorrecção chamada Sarkozy tinha de ser saneada pelo sufrágio, também tinha o Povo Francês e a Europa a necessidade de um líder capaz. Capaz de dar confiança, capaz de executar, capaz de ter a audácia de não se deixar colonizar.
O Partido Socialista português, essa máquina trituradora de ideais e princípios e cujo mecanismo (nomeadamente no acesso às posições de liderança política), confesso, com horror, me causa estupefacção, apoia ,com inconsequência, um homem que não é mais que uma sombra de intenções, e tiros nos pés. Um demagogo que diminui a idade de reforma num país onde onde o rátio de pensionistas e trabalhadores nos próximos 20 anos vai ser catastrófico, e onde a esperança média de vida é das mais altas da Europa e do Mundo. Um homem que dispara um tiro de canhão ao coração da Social Democracia, a que, pelos vistos, não tem apreço, em defesa dum socialismo que não reconheço de nenhum manual ou manifesto ideológico. Ou não compreende verdadeiramente o que é defendê-la no contexto actual (esta é outra reflexão para um post em que os caros bloggers queiram e se disponham a fazer...) ou pensa noutras instâncias de futuro...
Seguro é, como Hollande, uma nulidade política. Um vazio total de audácia, de ideias, de sentido de estratégia nacional, de incapacidade de aceitar responsabilidades e, nesse quadro específico, apresentar soluções de consenso, porventura fazendo-se valer das suas ligações ao actual executivo francês, por exemplo. Estes homens estão esvaziados de conteúdo filosófico político, de ideias do que é ser nacional, eu atrevo-me a dizer, de amor pelos seus próprios países e consideração pelas dificuldades dos seus povos. Pensam como carreiristas e agem como carteiristas. Vivemos, como disse em comentário passado, tempos duros para a Democracia. Esperemos que neste quadro europeu e global, tenhamos entre nós Homens e Mulheres com a audácia de a fazer valer como a melhor dos modelos de gestão das sociedades e do espaço de desenvolvimento do Homem. Não é seguramente com Hollande nem com Seguro que o lograremos, afirmo-o com alguma presunção.
Abraço amigo,
João Monteiro Rodrigues
Mais ou menos como Pedro Passos Coelho por volta de Setembro-Outubro de 2011?
Ha poucos dias, num jantar com deputados do PSD, Passos Coelho afirmou: "Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal". Na "festa do PSD, no Pontal, Passos Coelho afirmou que 2013 será o ano do início do fim da crise.
Os portugueses ficaram assim a saber que os fins das crises, têm um início definido. Mantêm-se contudo na ignorância, quanto à duração desse fim, se terá meio e se finalmente, por fim... terá fim.
Seja como for, Passos Coelho, mostrou-se optimista quanto a sua reeleição em 2014, ou seja, um ano depois de se dar o tão prometedor início do fim... da crise.
Quando comentei isto com o meu merceeiro, ele retirou o lápis de trás da orelha, rasgou uma borda de uma folha de papel pardo com que embrulha as 250 gramas de açucar que avia a uma idosa reformada que lhe pede para colocar no rol e diz-me, encostando a barriga ao balcão: então vamos lá fazer aqui umas contas, sô Bartolomeu; so home diz que se lixem as eleições e agora diz que quer ser eleito, isso quer dizer que em 2014, Portugal já está completamente lixado?!
É bem possível, sô merceeiro... é bem possível...
Recebida a reavaliação do imobiliário concluímos que vivemos no mundo da contradição e da hipocrisia nacional.
Para efeitos de IMI o imobiliário tem um coeficiente devastador: o coeficiente de localização.
Para quem mora em Lisboa em bairros como Campo de Ourique, Campolide, bairros muitas vezes populares, o coeficiente significa não, 1, nem 2, nem 3... a diferença que vai entre uma avaliação final tripla: entre o IMI incidir (exemplo) num valor de 60.000 ou 180.000 €.
Ou seja, para o fisco viver numa cidade como Lisboa é um luxo, ao contrário do que nos diz a necessidade de reabilitação da cidade e da necessidade de atracção do factor suburbano que tanto pesa na economia pela dispersão ( e necessidade de mobilidade).
Sejamos pois todos camponeses, pois então e adoremos as inteligências que despontam todos os dias na política partidária!
Porque será que eu penso que o amigo Pinho Cardão vive num mundo de fantasia que não existe?
Caro Fernando Martins,
Não posso, de todo, concordar consigo. Não são comparáveis os enquadramentos politico-ideológicos, não são comparáveis os constrangimentos das nações, não são comparáveis as personagens per se, não são comparáveis as condicionantes infinitas que separam as duas realidades. Da inadequação e ingerência de José Sócrates fala o presente e falará muito mais o futuro. Do esforço, que me parece sincero, de Passos Coelho, falará o futuro apenas.
Comparar Hollande e Pedro Passos Coelho é um absurdo, perdoe-me a expressão.
Abraço
JMR
Caro Bartolomeu:
O meu amigo certamente sabe que o programa da Troyca tem um prazo, e não foi Passos Coelho que o assinou. Mas tem que cumprir. Claro que, como todos os planos, sofrerá ajustamentos; mas até lá...
De qualquer forma, para além do palavreado oco socialista, ainda ninguém apresentou alternativas válidas e factíveis. Ou apresentou?
Caro P.A.S.
Quanto à minha pessoa, o meu amigo pode pensar o que lhe aprouver, o pensamento é livre. Digo-lhe, no entanto, que pensa mal, porque sei bem o que é o mundo real e vivo nele.
Quanto à avaliação do imobiliário e ao IMI, o post não foi sobre isso.
Caro Der Wanderer:
Talvez um pouco exagerada a opinião sobre as maldades de Sarkozy e de Hollande. Terão, certamente, algumas coisas boas...
Quanto ao comentário ao comentário do F.Martins, tirou-me as palavras da boca...
Caro Pinho Cardão
Apenas como declaração de interesses, caso fosse françês não votaria socialista, o que não me concede o manto da independência, apenas revela o lado em que me "sento".
Dito isto, deixe-me alertá-lo para um detalhe importante: não subestime o PR françês, porque pode experimentar alguns dissabores.
Repare, se a emissão da dívida diz alguma coisa, a França já realizou duas emissões a custo zero, o que revela muito sobre a credibilidade, (presente e futura),internacional do país e das políticas que (que esse país),prossegue.
O que não deixa de ser curioso que, aparentemente, os nacionais acreditam menos no seu presidente, do que os estrangeiros???!!!! Será que os françeses enlouqueceram???
Cumprimentos
joão
Pois não, caro Dr. Pinho Cardão, a assinatura do plano com a Troyca, já estava assinado, muito antes de Passos Coelho se propor e ter ganho o lugar de governante do país, antes ainda de Passos Coelho ter prometido que se fosse eleito 1º ministro de Portugal, nunca retiraria o subsídio de férias aos trabalhadores, o que considerava um disparate, de declarar que não faz sentido aumentar impostos para aumentar a receita, e que não faz sentido pedir mais impostos aos portugueses, e ao mesmo tempo, pagar ordenados milionários a gestores públicos.
Ou está o caro Dr. Pinho Cardão a querer dizer-me que o Dr. Pedro Passos Coelho decidiu ser astronauta, mas não sabia que para isso, precisava de entrar a bordo de uma nave espacial e lançar-se no espaço, no vácuo?
A realidade, caro DR. Pinho Cardão, é aquilo que está a acontecer neste momento; é o pib que decresce, o desemprego que cresce, o investimento público e privado que decrescem e a economia me finança que estoiram.
Dirme-á que são resultados das medidas tomadas pelo ex-primeiro ministro José Socrates, mas sabe o caro Dr. que essa não é a única raíz do problema.
O programa assinado pelo governo de Socrates, com a Troyca, o mesmo que o PSD não votou contra, também por falta de alternativa, era um programa de reestruturação, de adaptação, que o primeiro ministro Pedro Passos Coelho transformou, ou adoptou como um programa de governo. Permita-me que lhe coloque a questão que se impõe, caro Dr. Pinho Cardão; terá sido por falta de alternativas válidas?
PPC disse, no comício, que há sempre alternativas, mas que nenhuma é melhor do que a dele.
... devia estar a referir-se àquelas que não colidem com a Constituição...
Caro Drº Pinho Cardão,
Com o crescimento parado, ou aos soluços, é natural que os franceses opinem negativamente sobre o seu presidente, mas isso não significa que o estejam a preterir em relação a sarkozy. E daí, permita-me dizer-lhe, que não acho apropriado o título deste post à substância que o mesmo encerra, e também como o termina…
Estou convicto que,
-se igual sondagem fosse feita aos portugueses, findo este período estival, na altura das compras das mochilas e dos cadernos para os miúdos, igual ou pior opinavam os portugueses, sem contudo quererem dizer com isso que no tempo do Sócrates é que era bom.
Portanto, o problema (o desânimo das pessoas), pode estar no esgotamento do sistema que não tem a fórmula de fazer crescer a economia...
Embora mal comparado, o que se passa é um pouco bíblico, naquela parte em que se promete o purgatório cá na terra, para se ter o céu lá em cima...
JotaC
Estou convicto que bom como este governo é, já este ano os portugueses não terão de comprar livros escolares para os seus filhos, dado que em vez da solução em papel serão os livros fornecidos gratuitamente em digital.
E JotaC, o purgatório ainda agora vai começar com as reavaliações do IMI, do aumento das rendas, nacionalização da TAP, etc... o cerco do Passismo com as suas três características (desencontro do discurso e prática, incompetência, teimosia) à classe média está quase concluído.
Caro P.Cardão,
Seguramente um homem não é feito só de coisas boas nem de coisas más... Mas ele há momentos em que o Mundo desespera pelas coisas boas dos homens e eles não as conseguem providenciar!
Abraço
JMR
Dá-lhe Falâncio:
«A Finex, uma empresa têxtil da Maia encerrou e deixou 110 pessoas no desemprego.
Os trabalhadores apresentaram-se esta quinta-feira nas instalações da fábrica, regressados das férias, e encontraram as portas da empresa fechadas.
A empresa finlandesa apresentou um pedido de insolvência alegando que os custos de produção em Portugal são muito elevados.
A Finex está em Portugal há 40 anos e os trabalhadores não têm salários em atraso.»
Será que agora que foi decretada a inversão da crise tudo irá melhorar? caro Pinho Cardão.
Não nota alguma discrepância entre o discurso e a realidade? entre o aumento constante dos custos de contexto e a competitividade que se persegue?
Garanto-lhe caro Pinho Cardão que 90% dos votantes sociais democratas votaram na Passeana figura com "esperança" (embora mitigada que o sabor amargo da mentira vai-se acumulando na boca como o tártaro), que os custos em portugal diminuíssem na generalidade (não só os de algum emprego - não do trabalho - como todos os que asfixiam a economia); sente a mudança caro Pinho Cardão? Eu não, bem como os tais 89,9999999% dos votantes sociais - democratas na Passeana figura como esperança ao flagelo Socrático!
(os outros 10% pertencem a funcionários do partido, clientelas distribuídas, etc...)
se não se corresse o risco das sondagens serem um instrumento de propaganda, seria interessante fazer uma igual em Portugal.
Caro Dr. Pinho Cardão:
Se a partidarite, misturada com alguma demagogia (de todos os quadrantes, ressalve-se), pagasse imposto, resolvíamos rapidamente o défice.
Com uns podemos esperar sentados... com outros deitados.
A Dívida Pública passou de 97% com o delirante Sócrates para 111,7% com Passos... por quem podemos esperar deitados.
Um aumento de 17,2% face ao último trimestre de 2011, prevendo-se que atinja 120% em 2013. A dívida privada no final e 2011 era de 249% do PIB, o que dá tudo 360%. E com austeridade no último ano.
Bem podemos esperar deitados.
Sr. Pinho Cardão
Demagogos é o que há mais na politica, seja quando os governos são alegadamente de esquerda ou quando são efetivamente de direita.
Andam vossas exelencias a sacudir a agua do capote para cima da esquerda, sem se aperceberem que esse argumento já não pega. Bem sabe e sempre sobe o povo, que durante os governos de esquerda se fez muita trafulhice e muita má politica, não há ilusões, a politica em Portugal é tal e qual a todo o bom português que sempre viu e agiu conforme o velho proverbio: "quem trabalha na baleia, come dela".
Mas, o povo também sabe que a direita, mesmo durante os longos períodos de férias que tem gozado nos últimos 30 anos, sempre ficou com boa, sabe-se lá se mesmo com a maior parte do bolo, porque simplesmente todos sabemos que é na direita onde estão a maioria dos poderosos do país, contudo também é certo que os há na esquerda, mas até mesmo esses o povo sabe que são uma espécie de pseudo-canhotos disfarçados de esquerdinos.
Quero apenas alertar para os extremismos da coisa, pois esse argumento da culpa ser da esquerda já soa mal e pode mesmo acordar os 40% de abstenção e, é neles que está a verdadeira esquerda que nem se dá ao trabalho de ir votar.
Outro alerta para os extremismos, é a questão da utopia, pois o argumento que sempre brota na esquerda (pessoalmente acho um absurdo sem qualquer hipótese) e que por sinal mexe bem com as mentes oprimidas pode ser usado pelos oportunistas que normalmente surgem nos momentos em que as massas estão cegas e sedentes por um líder. Por outro lado é igualmente absurdo, a direita acreditar ou sequer sonhar que consegue derrotar a força das massas, mesmo que se chegue ao extremo máximo, isto já falando de guerra, é ainda mais absurdo, pois matando o povo quem é que vai produzir e trabalhar para os patrões. Ou ainda de outro ponto de vista: acabar com a maioria?!
Caro Pinho,
hoje nas noticias : "França reduz impostos sobre os combustíveis para travar subida do preço final".
E em simultaneo, parece que os juros da divida francesa manteem-se sossegados.
Assim sendo, nem sabe quanto eu gostaria de "esperar sentado" por um "Lapin"...mas não creio que venha a sair da toca.
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