António José Seguro é um poço de contradições. Por um
lado, critica o Governo por um suposto défice superior ao previsto em 2012 e
desafia Passos Coelho a tapar o “buraco” das contas públicas. Por outro, insiste
diariamente em que os cortes na despesa são a causa do desemprego e da crise
e promovem a falência dos serviços públicos.
Se fosse
coerente, Seguro devia exigir que o Governo não tapasse o buraco, pois tapar o
buraco é diminuir a despesa e diminuir a despesa é obrigar os portugueses a
mais sacrifícios, no dizer de Seguro. E os impostos não devem aumentar, também
diz, e agora bem, Seguro.
Se há um desvio no défice, é porque os cortes na
despesa pública não foram os suficientes, face às receitas efectivas. Se esses
cortes não foram os suficientes, Seguro devia estar satisfeito, pois, na lógica
que vem desenvolvendo, minimizam os sacrifícios dos portugueses.
Enfim, Seguro quer mais despesa para gerar
crescimento, mas quer simultaneamente menos despesa para tapar o buraco. E
menos impostos.
Seguro quer sol na eira e chuva no nabal e, ao mesmo
tempo, chuva na eira e sol no nabal. Quer tudo; arrisca-se a ficar sem nada.
11 comentários:
Não sei,seguramente, o que quer Seguro. Mas, imagino que as despesas a que se refere, quando desafia o governo a cortar numa e a prodigalizar n'outra, são despesas que não se equivalem.
Uma, se bem direccionada e competentemente administrada, revitaliza sectores da economia e gera criação de postos de trabalho...a outra arruina as finanças públicas e leva ao aumento dos impostos.
O meu merceeiro é que sabe da poda... até tremo, quando o vejo retirar o lápis de trás da orelha e começar a rabiscar contas na tira do papel pardo...
Mas ele só precisa de dizer aquilo que as pessoas querem ouvir, não aquilo que está correcto. Por isso passei a ser adepto do limite constitucional dos impostos cobrados, a cada pessoa.
Caro Tonibler,
Quanto à 1ª parte, completamente de acordo; já quanto à 2ª parte não estou a ver como pode vir a conseguir isso. Não se importa de me dar retorno à questão?
jotaC, não posso falar pelo Tonibler mas penso que ele se refere ao limite mínimo,o mister lá deve ter as suas razões.
Quanto ao discurso do Seguro; ele não é tão parvo e fofinho quanto querem fazer-lo parecer. Afinal já vivemos ou, ainda vivemos numa democracia.
Caro jotaC,
Introduz-se o número 3 do Artigo 25º
Artigo 25.º
Direito à integridade pessoal
1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos.
3. Ninguém pode ser submetido a práticas de escravidão ou ser privado de mais de 10% dos seus rendimentos periódicos e recorrentes.
Caro Bartolomeu:
O seu merceeiro é, sem dúvida, um homem sábio. E mais confiável do que aqueles que querem sol na eira e chuva no nabal e vice-versa, tudo ao mesmo tempo. Ele sabe que isso é impossível. E quando rabisca as contas, tira a prova real, para ver se está certo. Ao contrário de outros que, para contentarem a clientela, não as faziam. Deu o que deu, isto é, insolvência.
...E agora quem sofre é a clientela. Pois que do merceeiro nem vê-lo!...
Caro Dr. Pinho Cardão; diz o povo em toda a sua imensa sabedoria "quem confia, não porfia".
O facto de o merceeiro se manter afastado, não garante que tenha desistido de voltar e que esteja calmamente a esperar a melhor oportunidade para o fazer.
Se esse prodígio vier a verificar-se, garanto-lhe; emigro para sempre!
De acordo com os cálculos efectuados, entre 1990 e 2010, «o montante dos resultados contabilísticos positivos das empresas multiplicou-se por 13, enquanto a receita de IRC apenas triplicou». Ou seja, se «em 1990 o IRC liquidado pelo Estado representava 27% dos resultados contabilísticos positivos declarados pelas empresas», passados «20 anos o IRC pesou já só 6% desses resultados», o valor mais baixo da série apurada.
A perda de receitas gerada por esta via deve-se essencialmente a sucessivas reduções da taxa de IRC, sobretudo através da alteração da base de tributação aplicada às empresas (metade dos resultados contabilísticos deixou de ser tributado) e à diversificação das rubricas de dedução à colecta. Por sectores, em 2010 foi a banca
No ano passado (2010), os lucros da banca somaram quase mil milhões, mas o IRC pago foi de apenas 121 milhões, menos de metade do valor pago em 2009, estima a Associação Portuguesa de Bancos.
Caro António,
Que lhe dizia eu, alguns posts atrás, das qualidades inefáveis de Seguro?... Seguro quer (quererá?...) o milagre dos pães mas não surgem rosas no regaço.
Finanças a quem entende delas, a quem entende da poda. Também da poda do roseiral, que cresce, contra todas as expectativas do mundo inteligente.
Abraço grande,
João Monteiro Rodrigues
Eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velho (88anos),digo simplesmente que
o PS e o PSD são como dois irmãos gémeos que se guerreiam na disputa da herança da Quinta-Portugal,pois ambos quando se alternam no Governo,praticam a mesma Política que é DITADA de Bruxelas e ambos apoiam a Horda mercenária da NATO e suas guerras de rapina e destruição
mas o PSD leva vantagem sôbre o PS porque tem a acolitá-lo o CDS/PP em que há gente da «democracia»cristã, saudosa da Ditadura clerical-fascista do Estado Novo.
Mas,porém,todavia,contudo.....
Com populismo e demagogia,
muita mentira,verdade parece,
mas em liberdade e democracia,
o Povo tem o Governo que merece.
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