Afinal, como qualquer pessoa sem preconceitos e
minimamente informada poderia prever (e eu próprio o escrevi aqui no 4R), o
apoio estatal aos bancos americanos, na sequência da crise da falência do
Lheman Brothers, revelou-se um excelente investimento, contrariando as vozes
que diariamente clamavam contra o desperdício do dinheiro do contribuinte a
favor do capital especulativo financeiro e da grande banca internacional. Investimento
que, em pouco tempo, deu um lucro de 21 mil milhões de euros, conforme
divulgado pela Administração Obama.
Também o Governo Inglês começou a recuperar, com ganhos, o
investimento feito no LLoyds, o maior banco de retalho inglês, e de que é
Presidente o português Horta Osório.
O mesmo acontecerá, estou certo, em Portugal, com o reembolso do apoio
obrigacionista prestado a alguns dos maiores bancos portugueses, por uma
questão de melhoria de rácios de solvabilidade, que não de risco de insolvência.
Apoio, diga-se, altamente compensador para o
Estado, dadas as taxas de juro exigidas.
Curiosa é a argumentação de que se tratava de dinheiro
perdido, porquanto vinha de quem se insurgia contra os lucros do sector
bancário que, de repente, e como resultado da intervenção, deixava de saber
ganhar dinheiro, sendo por isso incapaz de proceder aos reembolsos exigidos.
Claro que este quadro nada tem a ver com situações de gestão
imprudente ou fraudulenta, onde a intervenção pública mais agravou a
inobservância das leis de mercado e de uma sã concorrência e, no fim, se
materializou em prejuízos enormes para o contribuinte. No entanto, ainda hoje ouvi quem confunda tudo, num
exercício também fraudulento de intoxicação da opinião pública. É que
produtos tóxicos temo-los diariamente nos comentários dos jornais, das rádios e
das televisões. Gente que é a primeira a criticar a falta de regulação nos outros sectores. Mas é assim que, por cá, parece que estamos condenadods a viver...
2 comentários:
Admite-se exactamente por causa da regulação estar completamente errada e a situação dos bancos é, em primeira mão, provocada pelos estados(no caso, pelos bancos centrais desejosos de uma "economia de papel" que lhes dê de comer). No entanto, caro Pinho Cardão, não são os resultados financeiros obtidos que justificam semelhante coisa pelo custo de oportunidade que essa intervenção teve em dívida pública, no livre mercado e em futuras falências. As intervenções foram más, sob qualquer perspectiva económica e se o mercado não fosse excessivamente regulado como é, não se justificava de todo, independentemente do resultado que pudesse vir a ter. E claro, reclamar-se por mais regulação vai ter o brilhante efeito de a próxima vir a ser bem pior que esta.
Caro Pinho,
mas porventura, a par do investimento nos bancos, terá a administração obama aplicado medidas de austeridade semelhantes ás da Europa ?
Ou terá em conjunto com o investimento nos bancos, promovido mais algumas medidas ?
infelizmente, não creio que tenha sido uma unica medida....mas seria muito bom para todos nós que só isso fosse suficiente...
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