Ontem ao jantar estavam representadas
quatro gerações: avós, pais, filhos e netos. Foi muito engraçado ouvir o que
uns e outros tinham para dizer sobre o que de mais importante atribuem ao 25 de
Abril e aos quarenta anos que entretanto decorreram de lá para cá.
Depois de muitas críticas e
desabafos sobre a situação a que o país chegou, especialmente vividos nos
últimos anos, todos foram capazes de eleger o que de mais importante aconteceu
e foi conquistado. A crise da classe política recebeu a unanimidade dos votos.
Chegada a minha vez para me
pronunciar, elegi o Estado Social como a principal realização colectiva que fomos
capazes de construir. A educação, a
protecção social e a saúde transformaram a vida do país, chegaram a milhões de
pessoas. Fomos capazes de criar uma sociedade inclusiva, tanto mais impressionante quanto partimos de um patamar muito baixo. Mas não podemos estar
totalmente satisfeitos. Não fomos capazes de incluir todos os portugueses, os
níveis de pobreza atingem, depois de quarenta anos de democracia, mais de dois
milhões de pessoas.
Esta realidade mostra que nem
tudo correu bem e que temos a obrigação colectiva de fazer muito mais. O Estado
Social continuará a ser fundamental para uma sociedade inclusiva e para uma
economia de todos. Temos que o reinventar, não se trata de ser menor ou maior,
trata-se de ser melhor, na gestão e utilização dos recursos Assim saibamos produzir mais riqueza, com o envolvimento de todos, e promover a sua justa e equitativa redistribuição.
7 comentários:
É verdade, este regime com 40 anos começou em patamares mais baixos, por exemplo na educação em 1974 a taxa de analfabetização era de 30%, já o anterior regime herdou uma gloriosa taxa de alfabetização de 30%.`
O anterior regime em 40 anos não fez nada, só os fachos é que estudavam.
Apoiado, Margarida. O desafio que o 25 de abril coloca ao País 40 anos depois é o que diz: ser melhor, aproveitar o que, apesar dos percalços e erros, constitui avanço civilizacional. Um bom Dia da Liberdade, Margarida.
Fundamentalmente, promover, reivindicar, exigir, a justa e equitativa redistribuição da riqueza, cuja receita provém do pagamento de impostos. Para ser sincero, cara Drª Margarida, não vejo como - numa conjuntura global - poderá o nosso país crescer economicamente, mas riqueza sim. Tal como a Drª Margarida reclama neste belíssimo texto, todos juntos, conscientemente, poderemos produzir riqueza, a vários níveis. E saber redistribui-la já é uma riqueza que se cria.
Caro luis barreiro
Na saúde há dados impressionantes:
Em 1975 havia 122 médicos por 100 mil habitantes, em 2012 eram 417, em relação a enfermeiros, em 1975 eram 204 por 100 mil habitantes, em 2012 eram 622.
José Mário
Temos que olhar para a frente e fazer muito mais. Em liberdade.
Caro Bartolomeu
Não podemos redistribuir a riqueza que não temos, temos que produzir mais riqueza e depois redistribui-la de forma equitativa e justa. É isto que temos de fazer, quero acreditar que é possível, tem que ser.
Entre 1926 e 1974, parêntese que os militares abriram e fecharam, interrompendo 16 anos de República após 800 anos de Monarquia, portugal ficou em "ponto de rebuçado":
Só precisávamos duas (2) coisas:
Juízo e Sarna para nos coçarmos.
Sarna já temos!
Cara Margarida Corrêa de Aguiar,
... Em 1975 havia 122 médicos por 100 mil habitantes, em 2012 eram 417, em relação a enfermeiros, em 1975 eram 204 por 100 mil habitantes, em 2012 eram 622...
E se recuar 40 anos, quando Salazar chegou ao poder, quantos médicos haviam por mil habitantes? Quantos enfermeiros haviam?
Assim é que se fazem comparações objectivas, e pelo que conheço tanto pelas escolas secundárias que existem aqui no Grande Porto, como pelas inúmeras escolas primárias na província, todas elas foram construídas pela "ditadura".
O anterior regime em 40 anos não fez nada, só os fachos é que estudavam... esreveu Luís
Luís, é pura mentira. Nasci em 1955 e os meus irmãos são mais velhos. Contam-se pelos dedos os ricos da minha aldeia cujos filhos estudaram e contam-se pelos dedos os alunos que antes de 1974 concluiem o 9º ano à primeira. Na minha familia todos concluiram o 9º ano aos 15 anos, porque tínhamos que estudar e trabalhar. Foram 5. O meu pai faleceu há 3 anos com uma reforma de 200€. Agora renove o seu juízo de valores. Antes de 1974 os pobres podíam estudar, da mesma forma que os ricos. Mas estudar não significa distribuir diplomas como se tem feito até aqui, fazendo crer que temos um povo evoluído quando estes diplomados não sabem destrinçar um galo de uma galinha ou fazer uma raiz quadrada sem a utilização da calculadora. E mais, a juventude do meu tempo, aos 15 ou aos 19 anos se tivessem habilitação ao nivel do ensino técnico, sabiam projetar uma instalação elétrica ou outros projetos. Atualmente quem é capaz de o fazer no atual sistema de ensino?
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