Duas notícias publicadas hoje obrigam-me a reflectir sobre o excesso de velocidade.
Recordo-me perfeitamente do dislate do presidente da Associação Portuguesa de Escolas de Condução (APEC) quando foi entrevistado pelo facto de ter sido apanhado a mais de 200Km/hora numa auto-estrada há alguns anos. O senhor justificou-se com o facto de, na altura, não haver quase nenhum tráfico, e a sua máquina voadora (topo de gama) ser suficientemente segura para atingir aquelas velocidades.
Hoje, perplexo, acabo por ler no jornal que acabou por não ser multado nem ficou sem a carta, após as tradicionais peripécias tão características do sistema judicial português. Parece que quem esteve em maus lençóis foram o próprio Director e alguns técnicos da Direcção-geral de Viação acusados de abuso de poder pelo presidente da APEC relativamente a outros assuntos à margem deste!
O senhor presidente chegou mesmo a considerar como perigoso o comportamento dos agentes de autoridade quando o mandaram parar em plena via! Claro! Então os agentes não viam a velocidade a que ele ia. Não viam que podiam ter sido atropelados! Agentes verdadeiramente inconscientes. Não sei se o senhor concorda ou não, mas deveria ser punido qualquer agente de autoridade que mandasse parar um infractor àquela velocidade. Se for a 100, a 80 ou a 60 então, vá lá, mandem parar os infractores, mas tenham cuidado, não se ponham à frente do veículo, porque há pessoas muito distraídas.
A outra notícia, ou melhor, comentário de um leitor indignado, respeita ao que se passou com o Juiz Presidente do Tribunal Constitucional o qual foi apanhado a 200 à hora e que, “naturalmente”, não sofreu quaisquer castigos por não ter respeitado a lei.
É comum ver verdadeiros “loucos”, mas dos bons, os ditos “oficiais”, a andarem na brasa, muitas vezes com a própria polícia a abrir ou então utilizando pirilampos a sinalizar excesso de testosterona rodoviária.
Sempre me fez uma impressão dos diabos, porque é que têm de andar daquela forma. Lembro-me de ter questionado alguém sobre o tema e a resposta surpreendeu-me – É por uma questão de segurança. – Segurança?! - Sim, por causa dos atentados! – Ah! Eu pensava que era por andarem sempre atrasados ou então serem mesmo atrasados, para não falar de snobismo rodoviário ou uma qualquer manifestação psicanalítica de âmbito sexual…
Todas as autoridades que fossem apanhadas a cometer infracções por excesso de velocidade e que não quisessem sujeitar-se às respectivas sanções, deveriam, em alternativa, serem obrigadas a deitarem-se num divã, de preferência confortável, até ao final dos seus mandatos.
5 comentários:
E tinham que se levantar de onde estão deitados agora?...
Tem razão. Já podem chamar o psicanalista...
Exmos. Srs.
vê-se logo que estão todos de má vontade... então vocês não sabem que o SIS tem informações de fonte segura que o Al-Zarkawhi já não está no Iraque?
Ele foi visto em Massamá com um grupo de fundamentalistas a preparar atentados com carros bomba contra os nossos ilustres políticos...
Mas shhhh!...Isto não se pode espalhar fica aqui só entre nós está bem?!
Porventura a lei estará errada e não o bom-senso dos condutores que seguiam a essa velocidade.
Obviamente que é muito negativo não terem pago as multas.
Há que relembrar que as auto-estradas são responsáveis por um décimo das mortes nas estradas portuguesas. Se iam a 200 quase de certeza iam numa auto-estrada.
Culpar o excesso de velocidade nas auto-estradas é um autismo perigoso já que desvia recursos estratégicos que são imensamente mais necessários nos pontos negros do que no valor das multas (à excepção dos senhores referidos, obviamente).
Exelente post.
Enviar um comentário