Li num jornal (El Pais)que no sábado passado se celebrou o Dia Mundial do Comércio Justo e que em Espanha, por exemplo, já há organismos públicos que optam por fazer as suas compras neste comércio ético, como é o caso dos cafés disponíveis em máquinas nos ministérios, ou o algodão “certificado”para as fardas dos jardineiros municipais.
Confesso que já tinha vagamente ouvido falar no Comércio Justo mas, assim de repente, não era capaz de saber exactamente do que se tratava.
Confesso que já tinha vagamente ouvido falar no Comércio Justo mas, assim de repente, não era capaz de saber exactamente do que se tratava.
Aqui fica a explicação da WiKipédia:
Significa o comércio onde o produtor recebe remuneração justa por seu trabalho. Neste comércio elimina-se os intermedíários ao mínimo necessário.
Alguns países têm consumidores preocupados com a sustentabilidade, e que optam por comprar produtos vendidos através do comércio justo. Esta opção ética tem permitido que pequenos produtores de países tropicais possam viver de forma digna
Todos as organizações envolvidas no circuito do Comércio Justo devem obedecer aos seguintes princípios:
A preocupação e o respeito pelas pessoas e pelo ambiente, colocando as pessoas acima do lucro;
A criação de meios e oportunidades para os produtores melhorarem as suas condições de vida e de trabalho, incluindo o pagamento de um preço justo (um preço que cubra os custos de um rendimento aceitável, da protecção ambiental e da segurança económica);
Abertura e transparência quanto à estrutura das organizações e todos os aspectos da sua actividade, e informação mútua entre todos os intervenientes na cadeia comercial sobre os seus produtos e métodos de comercialização;
Envolvimento dos produtores, voluntários e empregados nas tomadas de decisão que os afectam;
A protecção dos direitos humanos, nomeadamente os das mulheres, das crianças e dos povos indígenas;
A consciencialização para a situação das mulheres e dos homens enquanto produtores e comerciantes, e a promoção da igualdade de oportunidades;
A promoção da sustentabilidade através do estabelecimento de relações comerciais estáveis de longo prazo;
A educação e a participação em campanhas de sensibilização;
A produção tão completa quanto possível dos produtos comercializados no país de origem
Utopia? Vale bem a pena tentar, as mudanças importantes nascem muitas vezes destes pequenos gestos…
9 comentários:
É bem verdade, Suzana. E este conceito é bem interessante.
Este é um conceito que já conheço há alguns anos, de outros países da Europa (mais detalhadamente em França), e que inclusivé tem diversos produtos à venda em vários super/hipermercados.
Tem vindo a ganhar adeptos, mas também é um sistema que tem os seus vícios, aliás foi amplamente esmiuçado por uma reportagem no programa CAPITAL do canal de televisão francês M6 em finais de 2006.
O contra é que geralmente os preços são mais elevados, até porque o tipo de produção é mais "ecológico" que a produção intensiva e de plástico das massas.
Cuidado com as boas intenções...
http://www.cato.org/pubs/journal/cj27n1/cj27n1-9.pdf
Também vi entretanto as críticas que o caro Virus aqui reporta, embora também haja quem considere que precisamente é uma forma de garantir que a produção ecológica não desaparece. Os produtos ecológicos são geralmente mais caros, mas o que tem qualidade também...Mas percebo os argumentos e os riscos.
Vou ver o site recomendado por Helder.
Suzana
Muito interessante o tema que nos trouxe.
O Comércio Justo tem tido maior expressão em países pobres – especialmente na América do Sul e em África – constituindo uma via que procura contribuir para o combate à pobreza.
Muitos dos produtos confeccionados e produzidos ao abrigo do Comércio Justo são vendidos nos países ricos em estruturas que funcionam à base do voluntariado, tornando os produtos mais competitivos para os consumidores.
Em Lisboa existem algumas lojas do Comércio Justo, com produtos da "terra", que apresentam qualidade e são atractivos pelo seu contrataste com os produtos "urbanos", a lembrar os produtos que adquirimos quando visitamos o Portugal "profundo".
Não é utopia cara Suzana, é falta de divulgação. Divulgue porque vale a pena!
Eu em tempos já o fiz:
http://tonibler.blogspot.com/2006/11/um-mundo-mais-justo.html
Que façam o comércio "justo" que entenderem. Só não impeçam que as pessoas - cá e lá - possam comprar e vender os bens aos preços que entenderem. "Justiça" é liberdade para fazer todo e qualquer comércio honesto.
Li os comentários e achei bastante interessantes, gostaria de solicitar um auxilio caso algum de vocês possam me dar uma orientação, estou escrevendo um artigo, trabalho da faculdade, onde o tema é o comércio justo, quero expor o tema de forma descritiva, apontando os prós e os contras desse processo e os exemplos no Brasil. A minha dificuldade está sendo em encontrar críticas sobre o comércio justo, ou seja, seus pontos negativos. Caso alguém tenha idéia onde poderia encontrar maiores informações sobre o tema seria de grande ajuda para o meu artigo. Obrigada (meu e-mail é mel966@hotmail.com)
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