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quinta-feira, 10 de maio de 2007

Eu pasmo!...

O Deputado do PS, Vítor Baptista, Presidente da Federação de Coimbra do Partido Socialista, e não um qualquer deputado, propôs ontem na Assembleia da República, e transcrevo do Jornal de Negócios, que “o Governo, em vez de baixar impostos, aumente investimento público…” Seria "ainda mais oportuno do que baixar taxas de impostos", disse ainda Vítor Baptista. Eu pasmo!...
Isto é: o ilustre deputado coimbrão defende uma carga fiscal elevada, não já pela necessidade de equilibrar as contas, como justifica o Governo, não já pelo argumento de obviar a uma redistribuição dos rendimentos, como muitos, socialistas ou não, preconizam, mas porque seria a grande “oportunidade” de o Estado se substituir aos cidadãos e às empresas na actividade económica!...Eu pasmo!...
O Sr. Deputado parece que ainda não percebeu que esse “investimento” não acrescenta nada à economia, antes a diminui, já que é dinheiro extorquido à actividade económica e aos cidadãos, que assim deixam de investir e consumir; e também não percebe que o investimento individual e empresarial traz valor acrescentado, ao contrário da irracionalidade de muito investimento público.
Para o Sr. Deputado, os cidadãos e as empresas não sabem o que fazer ao dinheiro, não sabem poupar, nem consumir, nem investir, pelo que o Estado é que deve ser o grande gestor dos dinheiros alheios.
Como o vai definitivamente demonstrar o “investimento” de dois mil milhões de euros para fabricar e enterrar 235.000 estacas na OTA. O exemplo acabado daqueles bons investimentos que o Estado faz com os nossos impostos.
De pasmar!...

12 comentários:

Tonibler disse...

Cheira-me que o Vitor Baptista do Benfica saberia mais de economia que este. E, certamente, muito mais de futebol. Mas cheira-me só...

Anónimo disse...

Parece-me que Tony Blair (o próprio) abandona a liderança dos trabalhistas porque finalmente descobriu que apesar do seu esforço, quer o seu partido quer os partidos irmãos estão pejados destas criaturas. O mundo mudou. Mas alguns genes são resistentes à mudança. Dito de outra forma: não há mesmo nada a fazer. Se não mesmo pasmar...

Carlos Monteiro disse...

Caro Ferreira de Almeida,

O próprio é este. Aquele de que fala é o outro :)

Caro Pinho Cardão,

É impressão minha, ou uma das criticas do PSD ao governo é precisamente a dimunuição do investimento público?

Claro que eu sei que o meu caro pensa (e bem) pela própria cabeça, não indo nisso de doutrinas partidárias, mas poderia ter também feito essa critica num dos posts colocados aqui por Miguel Frasquilho.

Não me leve a mal a pequena provocaçãozinha, a que aliás já está habituado vindo de mim. Mas como sabemos, é também isso que o faz simpatizar comigo...

hehehe ;)

António Fiúza disse...

O que o PSD critica é a diminuição do investimento público quando não diminui a despesa corrente.

Carlos Monteiro disse...

Não. O PSD criticou a diminuição do investimento público como algo negativo per si.

Pinho Cardão disse...

CaroCMonteiro:
O meu amigo traz sempre, com a suas discordâncias, um factor de animação ao 4R!...
Obrigado por dizer que penso pela minha cabeça. Sempre fui assim e graças a Deus que assim continuo. Pelo que, se critico o mau investimento público,também critico uma diminuição do bom,para haver dinheiro para aumentar as despesas correntes.
Mas a questão é que a despesa pública é enorme e exige uma carga fiscal desproporcionada dos cidadãos, que desde que se levantam até que se deitam estão a ser esbulhados pelo Estado, com prejuízo das suas próprias opções de investimento e consumo. De modo que, nestas circunstâncias, não faz mesmo nenhum sentido estar a passar dinheiro para o estado investir normalmente de forma irracional, somente para maior honra e glória de alguns ministros, em detrimento da raconalidade do investimento e consumo privado.
Tem razão pois o Ferreira de Almeida,face a estes dislates como o protagonizado pelo Dr. Vítor Baptista. Que, honra lhe seja feita, o secretário de estado presente logo repudiou, não sei se pelas melhores razões, mas repudiou.

nunocavaco disse...

concordo com o post.

Carlos Monteiro disse...

Caro Cavaco,

Claro que concorda, aqui o "discordador" de serviço sou eu.

Caro Pinho Cardão,

Concordo com o post.

António Fiúza disse...

caro c monteiro:
dou o braço a torcer se for capaz de dar alguma referência de uma posição oficial do PSD criticando a diminuição do investimento público como algo negativo per si.

Pinho Cardão disse...

Creio que o nosso comentador Fiúza tem razão, em tese geral; de qualquer modo, no auge da disputa política, o PSD, ou melhor, algumas iluminuras do PSD têm alguma tendência a excederem-se...utilizando o primeiro argumento que lhes vem ao pé!...

António Fiúza disse...

E o caríssimo e apreciadíssimo Pinho Cardão é capaz de me dizer quem são essas iluminuras?

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Finalmente estamos em desacordo!
Era difícil acontecer, mas não impossível...
Então o meu Amigo pasma com essas declarações do Vítor Baptista?
Eu pasmaria se ele tivesse opinião diferente, meu Caro.
Não se esqueça que o nosso Vítor, com quem tivemos por vezes acesas mas sempre muito francas discussões em sede da Comissão Orçamental, de 2002 a 2004, é um crente "cego" nas virtudes do sector público.
O que ele afirma - necessidade de impostos elevados para financiar o bom investimento público - é afirmado com toda a convicção, como sabe.
O Vítor Baptista é uma pessoa que sempre viveu no sector público, do sector público e para o sector público...E sempre continuará a viver nesse triangulo de virtude.
Para ele, quanto mais "gordo" for o sector público, melhor será, só tem a ganhar com isso.
Nós, os que pagamos para alimentar esse "gordo" (confesso que gosto mais de gordo do que de monstro), é que não achamos graça nenhuma e temos toda a razão.
Mas, como é evidente, estamos em campos opostos, não há nada a fazer.
E não se esqueça, ainda, que nós somos os tolerados deste regime, não temos direitos reais sobre o mesmo...
Pagarmos impostos devia deixar-nos felizes, também pensa o Vítor Baptista, mas aí é que ele se engana redondamente.
Penso eu de que...