Para o GAVE(Gabinete de Avaliação Educacional), não penalizar os erros ortográficos é uma "técnica de avaliação".
Para a Ministra da Educação, há "uma técnica que distingue a avaliação de competências de leitura e de interpretação".
Para o 1º Ministro, hoje, no Parlamento, a avaliação ou não avaliação dos erros de português é também uma questão técnica.
Não saber escrever é, pois, uma mera questão técnica, sobre a qual não vale a pena ter qualquer preocupação.
Ademais, não saber fazer contas também é uma mera questão técnica, que qualquer máquina de calcular pode resolver.
Não saber ler é também uma mera questão técnica, que até vai ficar resolvida pelo simples facto de não se saber escrever: não se escrevendo, não se lê!...
Como vemos, de técnica em técnica, e com pleno aval político, assim se cumpre o programa do Governo de defesa da língua portuguesa!...
Para a Ministra da Educação, há "uma técnica que distingue a avaliação de competências de leitura e de interpretação".
Para o 1º Ministro, hoje, no Parlamento, a avaliação ou não avaliação dos erros de português é também uma questão técnica.
Não saber escrever é, pois, uma mera questão técnica, sobre a qual não vale a pena ter qualquer preocupação.
Ademais, não saber fazer contas também é uma mera questão técnica, que qualquer máquina de calcular pode resolver.
Não saber ler é também uma mera questão técnica, que até vai ficar resolvida pelo simples facto de não se saber escrever: não se escrevendo, não se lê!...
Como vemos, de técnica em técnica, e com pleno aval político, assim se cumpre o programa do Governo de defesa da língua portuguesa!...
8 comentários:
Então... então... o que é que leva o meu caro a ser tão pessimista?
Não vê que o Governo está um passo à sua, minha, nossa frente?...
Isso vai ficar tudo resolvido com a OFERTA de mais de meio milhão de computadores portáteis aos analfabetos e iletrados deste país... A única coisa que vão precisar de saber é em que ícones carregar para correr o Dicionário do Word... o resto é peanuts! Para quê saber escrever se o computador corrige automáticamente!
A próxima fase do programa de desenvolvimento tecnológico do Governo é a instalação em todas as salas de aula de impressoras laser, com WiFi para reconhecer automáticamente os pc's dos alunos e professores, por forma a que os alunos quando estiverem a fazer exames só têem de escrever no computador, correr o Dicionário e pressionar o CTRL-P.
É limpinho...e baratinho!
Ooops... não corri o dicionário :)
Caro Pinho Cardão, talvez eu já esteja contaminada com o eduquês, mas deixe-me deitar aqui alguma água nessa fervura! Um dos grandes males diagnosticados no nosso ensino foi o da dificuldade dos alunos entenderem o que lêem, ou seja,são fracos a interpretar um texto, do mesmo modo que têm dificuldade em exprimir-se por escrito, de modo claro e escorreito. Este defice reflecte-se em todas as disciplinas na medida em que, sempre que a pergunta implica alguma interpretação, não atinam com a resposta. Não é por não saberem escrever correctamente cada palavra, ou mesmo por não saberem gramática, mas simplesmente porque não sabem interpretar o que leram. Corrigir esse problema é muito diferente de ensinar a escrever, de modo que a avaliação deve poder mostrar onde é que está o problema, se num, se noutro, se nos dois, e isso só é possível se a classificação incidir sobre cada um em separado. Note-se que estamos a falar de testes que se destinam a "diagnóstico" do ensino e não a aprovar ou reprovar os alunos, por isso esta "técnica", como diz no seu post.
Eu quando vejo a palavra conhecimento trocada pela palavra competência é porque vem asneira educativa. Denota logo que estão no caminho errado.
Bem podem vir com as teorias da treta, se andam a ver competências, estão completamente errados.
Cara Suzana:
Por uma vez, estamos em ameno desacordo.A minha opinião é a seguinte, e digo-o sem reservas:
1.Escrever sem erros e construir as frases de maneira correcta é um valor absoluto, em termos de língua, que não pode nem deve ser relativizado.
2.Estes "exames" são para os alunos um mero faz de conta,já que não ganham nem perdem nada se responderem bem, ou mal ou assim assim. Por isso, raros serão os que se esforçam por responder acertadamente. Como tal, não servem para nada, muito menos para "diagnóstico" do ensino.
3. Escrever bem e compreender bem são faces indissociáveis da mesma realidade. Querer separá-las é um desastre, como, aliás, se tem visto.
4.Por último, não posso deixar de pensar que Salazar, com o seu lema de "ler, escrever e contar" se deve estar a rebolar de gozo com os resultados do ensino que se pratica em Portugal...
Mas que espécie de "diagnóstico" é este? Mas está tudo doido por acaso? Ou isto tudo não passa de uma enorme farsa, para mais uma vez iludir o Zé Povinho?
stou seriamente a ficar preocupada e muito.. com este estado de coisas!
O facilitismo no seu melhor, depois dizem que promovem uma maior qualificacao para os portugueses!!!
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