Estive a ler o Relatório de Sustentabilidade de uma grande e conhecida empresas portuguesa. Fiquei particularmente agradada pelo facto de a estratégia da empresa incorporar uma ideia forte e clara quanto ao seu contributo para o desenvolvimento sustentável.
A responsabilidade social das empresas não é uma ideia totalmente nova pois, desde sempre, as empresas e as organizações participaram no bem-estar colectivo. Sempre houve pensadores e empresários que colocaram a finalidade da actividade empresarial para além de uma resposta a uma necessidade económica e da pura obtenção do lucro.
Porém, essa consciência foi ganhando uma expressão mais clara e consensual à medida que a percepção dos problemas ambientais e a globalização dos problemas de desestruturação social foram suscitando uma ideia diferente do impacto da actividade económica.
Muito se tem falado sobre o desenvolvimento sustentável e sobre a responsabilidade social das empresas. São conceitos que, no entanto, não se confundem. Com efeito, a responsabilidade social das empresas deve constituir um contributo das empresas para o desenvolvimento sustentável. Traduz-se na vontade das empresas em integrar voluntariamente as preocupações sociais e ambientais nas suas actividades económicas e nas relações que estabelecem com as partes envolvidas, incluindo os trabalhadores e as suas famílias, os consumidores, os fornecedores e clientes, a comunidade local em que se inserem e os poderes públicos.
Existe hoje na esfera empresarial a percepção de que o sucesso das empresas e a sua estabilidade no longo prazo não se obtêm através de uma tónica na maximização do lucro a curto prazo, mas sim de um comportamento orientado pelo mercado, porém, coerente e responsável. As empresas estão conscientes de que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável, gerindo as suas operações de modo a consolidar o crescimento económico e a aumentar a competitividade, ao mesmo tempo que asseguram a defesa do ambiente e promovem a responsabilidade social.
Em Portugal temos empresas que já são uma referência neste domínio. No entanto, a responsabilidade social surge ainda muito mais como um slogan do que como uma estratégia intrinsecamente assumida, associada a uma necessidade e a um dever ético.
É pena que as boas práticas na área da responsabilidade social das empresas – como acontece em outros domínios onde há bons exemplos para dar – não sejam divulgadas. Merecem ser conhecidas e reconhecidas pela comunidade; seria, igualmente, uma via importante de sensibilização para o reforço da adopção de responsabilidades sociais.
Portugal regista ainda insuficiências importantes em vários planos que efectivamente dificultam a adopção de atitudes de responsabilidade social das empresas: há carências de informação sobre o papel da responsabilidade social das empresas nas escolas e nas universidades; são insuficientes a sensibilização e os recursos das PME; há falta de transparência, derivada da ausência de instrumentos amplamente reconhecidos para conceber, gerir e divulgar políticas de responsabilidade social de empresas; os consumidores e os investidores não reconhecem nem apoiam suficientemente os comportamentos responsáveis e falta coerência às políticas públicas.
Relativamente a este último aspecto, também temos um défice para resolver. As nossas autoridades públicas não têm assumido cabalmente a missão que lhes compete de promover práticas sociais e ecologicamente responsáveis por parte das empresas.
Vamos sempre cair no mesmo problema: defice de educação e formação. É cada vez mais importante a educação para a cidadania. Gostava de ver este tema integrado nos currículos escolares das nossas crianças e dos nossos jovens. Educar para a cidadania é tão importante como aprender o português e a matemática (é capaz de ser uma provocação, mas é exactamente o que penso!). Seria um investimento muito produtivo. As crianças de hoje serão os adultos do futuro, aqueles que estarão à frente das nossas empresas e a governar o País…
Já diz o ditado popular: “De pequenino se torce o pepino”.
A responsabilidade social das empresas não é uma ideia totalmente nova pois, desde sempre, as empresas e as organizações participaram no bem-estar colectivo. Sempre houve pensadores e empresários que colocaram a finalidade da actividade empresarial para além de uma resposta a uma necessidade económica e da pura obtenção do lucro.
Porém, essa consciência foi ganhando uma expressão mais clara e consensual à medida que a percepção dos problemas ambientais e a globalização dos problemas de desestruturação social foram suscitando uma ideia diferente do impacto da actividade económica.
Muito se tem falado sobre o desenvolvimento sustentável e sobre a responsabilidade social das empresas. São conceitos que, no entanto, não se confundem. Com efeito, a responsabilidade social das empresas deve constituir um contributo das empresas para o desenvolvimento sustentável. Traduz-se na vontade das empresas em integrar voluntariamente as preocupações sociais e ambientais nas suas actividades económicas e nas relações que estabelecem com as partes envolvidas, incluindo os trabalhadores e as suas famílias, os consumidores, os fornecedores e clientes, a comunidade local em que se inserem e os poderes públicos.
Existe hoje na esfera empresarial a percepção de que o sucesso das empresas e a sua estabilidade no longo prazo não se obtêm através de uma tónica na maximização do lucro a curto prazo, mas sim de um comportamento orientado pelo mercado, porém, coerente e responsável. As empresas estão conscientes de que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável, gerindo as suas operações de modo a consolidar o crescimento económico e a aumentar a competitividade, ao mesmo tempo que asseguram a defesa do ambiente e promovem a responsabilidade social.
Em Portugal temos empresas que já são uma referência neste domínio. No entanto, a responsabilidade social surge ainda muito mais como um slogan do que como uma estratégia intrinsecamente assumida, associada a uma necessidade e a um dever ético.
É pena que as boas práticas na área da responsabilidade social das empresas – como acontece em outros domínios onde há bons exemplos para dar – não sejam divulgadas. Merecem ser conhecidas e reconhecidas pela comunidade; seria, igualmente, uma via importante de sensibilização para o reforço da adopção de responsabilidades sociais.
Portugal regista ainda insuficiências importantes em vários planos que efectivamente dificultam a adopção de atitudes de responsabilidade social das empresas: há carências de informação sobre o papel da responsabilidade social das empresas nas escolas e nas universidades; são insuficientes a sensibilização e os recursos das PME; há falta de transparência, derivada da ausência de instrumentos amplamente reconhecidos para conceber, gerir e divulgar políticas de responsabilidade social de empresas; os consumidores e os investidores não reconhecem nem apoiam suficientemente os comportamentos responsáveis e falta coerência às políticas públicas.
Relativamente a este último aspecto, também temos um défice para resolver. As nossas autoridades públicas não têm assumido cabalmente a missão que lhes compete de promover práticas sociais e ecologicamente responsáveis por parte das empresas.
Vamos sempre cair no mesmo problema: defice de educação e formação. É cada vez mais importante a educação para a cidadania. Gostava de ver este tema integrado nos currículos escolares das nossas crianças e dos nossos jovens. Educar para a cidadania é tão importante como aprender o português e a matemática (é capaz de ser uma provocação, mas é exactamente o que penso!). Seria um investimento muito produtivo. As crianças de hoje serão os adultos do futuro, aqueles que estarão à frente das nossas empresas e a governar o País…
Já diz o ditado popular: “De pequenino se torce o pepino”.
2 comentários:
Boa ideia!
Bom, mas tal desígnio já consta dos conteúdos leccionados aos alunos no ensino público. Com disciplina de igual designação, a que se acrescenta a Área de Integração e Cidadania e Empregabilidade para o Ensino Recorrente.
Pena é que estas disciplinas se demonstrem derivações simplificadas de conteúdos mais generalistas e essenciais. E são leccionados por docentes de áreas sem qualquer relação científica e pedagógica com estas áreas. Servem por vezes para colmatar horários de docentes efectivos nas escolas.
Conteúdos importantes, sem dúvida. Mas a sociedade - empresas, cidadãos - e o estado dão-lhe real importância? Apenas boas intenções.
Bem haja pelo texto,
Luís Vilela.
Caro Luís
Seja muito bem vindo. Obrigada pelas suas notas. Correspondem, mais ou menos, à informação de que disponho. Na verdade, não se trata de uma opção estratégica assumida nas políticas públicas de educação. Uma tal aposta implicaria envolver todas as escolas, públicas e privadas, incluindo a escola primária, secundária e a universidade - com figurinos distintos adaptados ao nível de escolaridade, maturidade e áreas de especialização - com conteúdos certificados, com parte teórica mas muito orientado para experiências e vivências in-loco e envolvimento em projectos.
É preciso muito mais, mas não vejo, sinceramente, que o discurso (e a prática claro que também não) vá convictamente nesse sentido…
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