Lisboa é uma cidade lindíssima, cheia de luz e de mar, carregada de história, rica em património e tradições, pitoresca no seu bairrismo e com muitas outras coisas bonitas a que a sensibilidade e o bom gosto não resistem em reconhecer.
Mas Lisboa é também uma cidade feia, onde no lugar da luz há escuro, onde o mar tão perto longe nos parece, onde o peso da história e do seu património ficam abafados por autênticos atentados urbanísticos, onde as tradições e o pitoresco se perdem na degradação dos espaços públicos antigos e onde muitas outras coisas bonitas a nossa vista não consegue alcançar.
Lisboa está na ordem do dia, infelizmente pelas más razões. Lisboa merece muito mais e tem muito mais para dar aos lisboetas, aos seus visitantes e aos turistas que a procuram.
São muitas as mudanças que gostaria de ver em Lisboa, mas há uma que em particular, desde há muitos anos, gostaria de ver acontecer. É um daqueles desafios que levados a sério, colocariam Lisboa no ranking das cidades europeias em que apetece viver.
Refiro-me ao Terreiro do Paço/Praça do Comércio. O Terreiro do Paço é a praça mais bonita e monumental de Portugal e constitui a entrada nobre da cidade de Lisboa, que deveria ser a sua sala de visitas principal. A Praça no estado em que actualmente se encontra não é de uma atractividade tal que reúna o número suficiente de interessados – investidores, promotores, animadores – que se proponham desenvolver uma oferta diversificada de soluções, que permita devolver a Praça aos cidadãos, fazendo dela um espaço público, cultural e turístico de excelência.
A revitalização do Terreiro do Paço deveria ter repercussões em toda a sua envolvente imediata, a zona ribeirinha adjacente, nas suas acessibilidades (tráfego. estacionamento, etc.), no seu redor, especialmente na zona comercial que lhe é mais próxima a Baixa Pombalina. O novo conceito de ocupação e utilização deverá privilegiar o turismo, devolvendo o estatuto pedonal ao Terreiro do Paço e assegurando a existência de atracções âncora de natureza preferencialmente cultural. Porque não, instalar em permanência uma Alta Escola Equestre, com espectáculos ao ar livre, em que a principal exibição seria o Cavalo Lusitano? Porque não trazer para o Terreiro do Paço Hotéis de "Charme", lojas de artigos de excelência portugueses, cafés e esplanadas? Porque não, instalar uma Mostra Náutica que receberia em permanência a caravela D. Fernando e temporariamente as caravelas Crioula e Sagres? E porque não uma Mostra centrada no tema dos Oceanos (a lembrar a vocação histórica portuguesa), através de espectáculos tipo matrix?
Mas Lisboa é também uma cidade feia, onde no lugar da luz há escuro, onde o mar tão perto longe nos parece, onde o peso da história e do seu património ficam abafados por autênticos atentados urbanísticos, onde as tradições e o pitoresco se perdem na degradação dos espaços públicos antigos e onde muitas outras coisas bonitas a nossa vista não consegue alcançar.
Lisboa está na ordem do dia, infelizmente pelas más razões. Lisboa merece muito mais e tem muito mais para dar aos lisboetas, aos seus visitantes e aos turistas que a procuram.
São muitas as mudanças que gostaria de ver em Lisboa, mas há uma que em particular, desde há muitos anos, gostaria de ver acontecer. É um daqueles desafios que levados a sério, colocariam Lisboa no ranking das cidades europeias em que apetece viver.
Refiro-me ao Terreiro do Paço/Praça do Comércio. O Terreiro do Paço é a praça mais bonita e monumental de Portugal e constitui a entrada nobre da cidade de Lisboa, que deveria ser a sua sala de visitas principal. A Praça no estado em que actualmente se encontra não é de uma atractividade tal que reúna o número suficiente de interessados – investidores, promotores, animadores – que se proponham desenvolver uma oferta diversificada de soluções, que permita devolver a Praça aos cidadãos, fazendo dela um espaço público, cultural e turístico de excelência.
A revitalização do Terreiro do Paço deveria ter repercussões em toda a sua envolvente imediata, a zona ribeirinha adjacente, nas suas acessibilidades (tráfego. estacionamento, etc.), no seu redor, especialmente na zona comercial que lhe é mais próxima a Baixa Pombalina. O novo conceito de ocupação e utilização deverá privilegiar o turismo, devolvendo o estatuto pedonal ao Terreiro do Paço e assegurando a existência de atracções âncora de natureza preferencialmente cultural. Porque não, instalar em permanência uma Alta Escola Equestre, com espectáculos ao ar livre, em que a principal exibição seria o Cavalo Lusitano? Porque não trazer para o Terreiro do Paço Hotéis de "Charme", lojas de artigos de excelência portugueses, cafés e esplanadas? Porque não, instalar uma Mostra Náutica que receberia em permanência a caravela D. Fernando e temporariamente as caravelas Crioula e Sagres? E porque não uma Mostra centrada no tema dos Oceanos (a lembrar a vocação histórica portuguesa), através de espectáculos tipo matrix?
Porque não unirmos esforços em torno de um projecto empolgante, cheio de excelência, de brio e identidade nacionais, com futuro?
A história e a geografia oferecem-nos uma Cidade lindíssima. Mas não chega. Cabe-nos usufruir desse privilégio. Este sim é um desafio nobre. Haja vontade política para o fazer...
A história e a geografia oferecem-nos uma Cidade lindíssima. Mas não chega. Cabe-nos usufruir desse privilégio. Este sim é um desafio nobre. Haja vontade política para o fazer...
9 comentários:
Não pense cara MCA que o meu comentário esconde um espírito Maquiavel. Todas as soluções que apontou para revitalizar a praça do comércio, são em minha opinião muito válidas, a cidade tem uma tradição de mar e justamente aquela praça foi talvez o primeiro mega-centro-comercial que Portugal conheceu. Porém, disseram-me, até pode nem ser verdade, que a CML tem um endividamento na ordem dos 600 milhões de euros. Bacoca e alarvemente diria que "quem não tem dinheiro, não tem vícios", diria. Não digo porque, sei tambem que para não deixar aumentar esse "défice" orçamental, é necessério dinamizar os espaços que por razões culturais, de enquadramento paisagista, comerciais, ou outras, são capazes de atrair e cativar a presença de nacionais e estranjeiros.Estamos numa época de mecenas, de fundações e associações. Penso ainda, firmemente, que qualquer que seja o novo presidente e a nova vereação eleitos, vão ter de possuir varinhas de condão, para equilibrar o orçamento, para equilibrar os fortes interesses e as fortes pressões políticas. Para não parecer pessimista, finjo que acredito na forte e incorruptível vontade de fazer prosperar esta cidade, que tal como a Margarida refere, usufrui de uma posição geográfica de excelência.
Já Ulisses se tinha enamorado dela ha bués. :)
Margarida:
Ao ler este seu magnifico POST, assaltou-me logo uma ideia: porque razão não se candidatou a minha querida Amiga - ou não foi escolhida como candidata - às eleições em Lisboa?
Os lisboetas precisam, acima de tudo, de pessoas sérias, com vontade férrea e boas ideias para concretizar.
Características que a Margarida tem, de sobra.
É uma pena, muito sinceramente.
Caro Bartolomeu
Ainda estamos para saber com todo o rigor a quanto ascende o endividamento da CML e qual a sua estrutura. A situação é de crise.
Sem dúvida que o saneamento das contas é uma prioridade, assim como a reestruturação do serviços e a reorganização do funcionamento da CML. Mas considero que é um erro não existir uma visão de futuro para a Cidade. É fundamental decidirmos o que queremos para Lisboa. Ora sanear e desenvolver não são actividades inconciliáveis. Sem dinheiro e sem desenvolvimento, estamos a cavar um triste cenário.
Cada vez mais o desenvolvimento de projectos de excelência desperta o interesse de investidores. Recorrer a parcerias privadas é o caminho. Combinar o público com o privado é o futuro.
O projecto de revitalização do Terreiro do Paço e zonas adjacentes assenta numa ideia de que Lisboa se deve virar para o turismo de qualidade, tirando vantagem da sua história e geografia. Será uma fonte de receita fundamental para transformar Lisboa numa cidade com qualidade de vida, ao nível de muitas e famosas cidades europeias.
Dr. Tavares Moreira
Tem toda a razão quando expressa que "os lisboetas precisam, acima de tudo, de pessoas sérias, com vontade férrea e boas ideias para concretizar". Temos pessoas muito capazes. O problema é que não fazem parte daquilo que designo por "intriga política". E o meu Amigo Dr. Tavares Moreira é uma daquelas pessoas e sabe bem o que quero dizer.
Mas vale sempre a pena pensarmos nos assuntos. E se alguém nos quiser ouvir, tanto melhor...
Margarida,
A minha Querida Amiga ladeou com muita arte a questão central do meu anterior comentário...
Quanto a esse assunto da dívida da CML quero confessar-lhe que é algo que me intriga.
Essa dívida, à luz das preocupações mediáticas dos últimos dias, passou a ser O PROBLEMA NACIONAL.
Importa notar que a dívida de uma só empresa pública, a REFER, é cerca de 3X a dívida de Lisboa.
A dívida da CP é superior à dívida de Lisboa.
A dívida do Metro do Porto é superior à dívida de Lisboa.
A dívida dos Hospitais EPE é N vezes a dívida de Lisboa.
E em todas essas dívidas é o Estado que vai ter de as pagar, pois essas empresas não têm dinheiro para "mandar cantar um cego" quanto mais pagar a dívida!...
Porque motivo só se fala na dívida de Lisboa? Porquê?!
Não quero com isto passar um atestado de louvor à gestão financeira da CML, longe de mim, creio que se terão cometido muitos erros e se terá incorrido vezes sem conta em gastos excessivos e desnecessários .
Mas espanta-me esta dualidade de critérios na apreciação destas realidades e impressiona-me a fragilidade das pessoas que em primeira mão deviam por em causa este dualismo (provocado é evidente) dos media que só parecem ver problemas financeiros na CML...
É, com toda a humildade e consciência da diferença de posições que nos diferencia, que dirijo ao Dr. Tavares Moreira, esta nota:É verdade que os meios de informação, utilizam as notícias mais mediáticas para catalizar a atenção geral, muitas vezes dando-lhes uma interpretação empolgante, apontando números e nomes, como quem toma um refresco numa tarde de verão. Porem, é dever dos mesmos meios, informar a opinião pública, é uma regra num estado democrático. Em relação à questão que coloca, saberá certamente melhor que eu o motivo porque tanto se fala na dívida da CML. Não estivessem a decorrer as eleições e o assunto retomaria a sua dimensão habitual. Aquilo que pretendo opinar, é que, existe uma dívida e essa dívida é grande e por ser tão grande, cerceia os projectos, ousados ou não do presidente e vereação que se vão seguir. Porque, se forem pessoas de carácter, não lhes vai bastar, encolher os ombros e desvalorizar o problema, porque foi herdado dos anteriores edis. Cada presidente de câmara e seus vereadores, vão querer apresentar, aprovar e concretizar projectos. Sabemos ainda que cada projecto, envolve, além do interesse da edilidade, o interesse privado, utopicamente dirigido ao cidadão como seu usufrutuário.
Caro Bartolomeu,
Com toda a consideração, permita-me a nota de que o meu Amigo "missed my point".
O que eu pretendi - e pretendo - contestar é o facto de a dívida da CML ser apresentada como se tratasse de um fenómeno único, paradigmático, um verdadeiro "caso nacional".
Quando não é, infelizmente existem outros e alguns bem mais graves, todos tendo em comum (CML incluída) um enorme descontrolo nas despesas, como se os recursos fossem ilimitados e sem custo.
É só isto.
É um facto caríssimo Dr. Tavares Moreira. Uma constatação indesejável, tanto naquilo que respeita às ingerÊncias praticadas nas gestões camarárias, como nas empresas públicas, sobretudo se reflectirmos no tempo que estas dívidas sempre crescente existem, resistentes à susseção de administradores, gestores e presidÊncias.
Resta-nos confiar nas capacidades, nas vontades e nas honestidades.
Dr. Tavares Moreira
Infelizmente vivemos uma época em que a selecção e a escolha dos assuntos tratados na praça pública obedecem a interesses políticos e mediáticos. No caso da CML só agora se fala na crise financeira, como se fosse algo de novo!
E fala-se na dívida porque dá jeito, caso contrário seria ignorada como tantas outras.
As outras que o Dr. Tavares Moreira muito bem assinala que se arrastam e se acumulam desde há muitos anos. Só por si não são notícia, a não ser que a comunicação social ou um qualquer interesse mais oculto descobrisse uma intriga política com possibilidades mediáticas. Afinal, nem sabemos - a maioria da população não faz uma pequena ideia - que uma parte significativa dos impostos continua a ser positivamente sorvida por opções políticas empresariais, de desenvolvimento e exploração comprovadamente esgotadas...
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