O cancro é uma doença terrível, qualquer que seja a perspectiva pela qual analisemos os seus efeitos e consequências. Seguramente que se trata de uma doença que as pessoas temem porque provoca grande sofrimento e são conhecidas as dificuldades para a enfrentar.
Se é verdade que os rastreios são importantes para atempadamente detectar sinais de início de desenvolvimento da doença, não são menos importantes na sua prevenção os hábitos alimentares e estilos de vida.
Se é verdade que os rastreios são importantes para atempadamente detectar sinais de início de desenvolvimento da doença, não são menos importantes na sua prevenção os hábitos alimentares e estilos de vida.
O estudo agora trazido a público vem justamente apontar o dedo à incidência que uma vida suadável tem na prevenção do cancro, concluindo que um terço dos doze cancros mais comuns nos países ricos e um quarto dos casos nos países pobres ou em vias de desenvolvimento poderiam ser evitados com uma dieta equilibrada, boa nutrição e exercício físico.
A percepção que tenho é que Portugal investe muito pouco na prevenção sustentável do cancro, o que passaria por educar as pessoas no sentido de as condicionar em opções de vida que favorecessem escolhas saudáveis e que concorressem para a sua prevenção e, inclusive, de outras doenças também graves e cujos factores de risco podem ser diminuídos.
Não compreendo, ou melhor até compreendo, porque não investimentos fortemente neste domínio. Não o fazendo espelhamos um padrão de desenvolvimento humano que nos coloca bem longe dos níveis de bem-estar e de qualidade de vida de que gozam os países mais desenvolvidos. Continuamos focados em indicadores de outra natureza, bem mais tangíveis, para avaliarmos e medirmos o nosso desempenho económico e social, preterindo apostas que levam tempo a produzir frutos, em que os resultados não são imediatos.
Não compreendo, ou melhor até compreendo, porque não investimentos fortemente neste domínio. Não o fazendo espelhamos um padrão de desenvolvimento humano que nos coloca bem longe dos níveis de bem-estar e de qualidade de vida de que gozam os países mais desenvolvidos. Continuamos focados em indicadores de outra natureza, bem mais tangíveis, para avaliarmos e medirmos o nosso desempenho económico e social, preterindo apostas que levam tempo a produzir frutos, em que os resultados não são imediatos.
É uma questão política. No actual “estado da arte” é necessário, como é mencionado na notícia, tomar decisões políticas e definir estratégias de prevenção do cancro. A fraca sensibilização da população para a prevenção determina a necessidade de políticas públicas activas. Fazem muita falta!
3 comentários:
Cara Dra. Margarida Aguiar:
Apesar do Estado não fazer a parte que lhe cabe (por exemplo, campanhas massivas nos canais públicos de televisão sobre prevenção), uma parte da sociedade civil parece-me estar a assumir comportamentos de vida mais saudáveis, de modo a não potenciar os tais factores que contribuem para as doenças fatais. Ocorre-me agora que alguns desses factores de risco têm sido abordados diversas vezes, graciosamente, pelo Professor Massano Cardoso. Bom seria que os leitores deste blog fossem ainda, em maior número…
Caro jotaC
Será uma parte ainda pouco expressiva da população, embora seja notório que as gerações mais novas praticam mais exercício físico. É um contributo importante para ajudar a alterar o estilo de vida sedentário dos portugueses.
Quanto à alimentação há ainda muito para fazer na alteração de hábitos alimentares nada saudáveis. Fazemos muitas asneiras...
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