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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os pecados segundo o género

O diário da Santa Sé, L'Osservatore Romano, publica uma curiosa investigação realizada pelo Vaticano, sobre os pecados confessados pelos homens e pelas mulheres, conduzida por Roberto Busa de 95 anos.
Primeira constatação que dispensaria o esforço do aturado estudo: tanto os homens como as mulheres pecam.
As restantes conclusões já são mais curiosas. Homens e mulheres infringem os mandamentos da Santa Madre Igreja de distinta forma. O pecado mais comum entre as mulheres, revela o estudo, é a soberba. Já nos homens é a luxúria.
O periódico do Vaticano esclarece ainda que os maiores vícios dos homens são, por esta ordem, a luxúria, a gula, a preguiça, a ira, a soberba, inveja e a avareza. No caso das mulheres, a soberba, a inveja, a ira, a luxúria e a preguiça (nem gulosas, nem avaras, ou então expiam estes pecados nos SPA e nos ginásios…).
Percebo agora melhor o pensamento dos cardeais. Não querem casamentos entre pessoas que coincidem nas condutas pecaminosas, já que estará obviamente condenada ao fracasso a ligação entre dois homens igualmente luxuriosos, ou entre duas mulheres soberbas no mesmo grau.

5 comentários:

Pinho Cardão disse...

Grande perspicácia, caro Ferreira de Almeida!...
Só não sei qual a mais notável, se a sua, se a dos cardeais...

Tone disse...

...falta saber qual ou quais serão os actos de contrição e consequente penitencia! Serão iguais para homens e mulheres?

Francisco disse...

É um estudo com metodologia publicada. Ou baseia-se na boa fé?

Bartolomeu disse...

Teimam as sociedades, quer civis ou religiosas em confundir alhos com bogalhos.
Só um néscio não entende a separação dos poderes e o porquê de os mesmos existirem, tal como o direito canónico e o direito civil.
Naquilo que concerne aos homosexuais, aos heterossexuais ou aos bi-sexuais, tanto em matéria de lei divina como da terrena, está tudo muitíssimo bem definido.
Se um casal homossexual (masculino ou feminino)desejar viver em comunhão, não existe qualquer lei que os impeça, pois a decisão compete a ambos tomar, se um ou ambos desejam que o outro seja seu herdeiro ou usufrutuário, a lei permite-lhes essa prorrogativa, se desejam ser aceites socialmente e ter acesso a empregos, a cargos políticos e sociais sem que sejam de alguma forma discriminados, tambem não existe legislação que lhes vede o acesso, poderá quanto muito existir objeções de consciência, que lamentávelmente são da responsabilidade de individuos e não de uma sociedade.
Por outro lado e apesar de não estar de acordo com as expressões que têm sido proferidas em público por altos dignitários da igreja, onde a homossexualidade é apontada como algo mau, corrosivo e indígno, entendo que é mister que a igreja faça jus à sua missão no mundo e acolha no seu seio os irmãos e irmãs de qualquer orientação sexual do mesmo modo fraterno sem exclusão. Naquilo que refere ao direito canónico, está a igreja muito bem na sua posição de intransigência, na medida em que a figura do casamento religioso, ou seja, da união em Cristo, prevê desde o início unicamente que seja celebrado entre pessoas de sexos diferentes.
Tentando traduzir todo este arrazoado por miúdos, seria como que agora aquele pessoal que se enfia nos auto-estradas em sentido contrário, reivindicasse a construcção de uma faixa de trânsito exclusiva para eles...
isséquerabom!!!

Anónimo disse...

Aconselho vivamente o notável texto intitulado APENAS HOMENS de João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos - http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2009/02/apenas-homens.html#links