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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O confisco

Durante quatro anos o Governo massacrou todas as classes com novos e acrescidos impostos, embora diariamente dissesse que os tinha diminuído.
Não investiu ou investiu mal, não redistribuiu, limitou-se a consumir e a gastar.
Em ano de eleições, promete distribuir pela classe média o que lhe foi tirando ano após ano. Indo buscar aos ricos os meios necessários. Como se, de há muito, não tivesse confiscado a todos o máximo que podia.
Quando o problema está na confiança, na falta de investimento e na baixa de produção, o que faz é afugentar o capital.
Porque, na esteira de Louçã, se dois coelhos se reproduzem, duas notas juntas não são capazes de criar mais notas, nem actividade económica, nem riqueza.
Na voragem da demagogia, vai redistribuir as dificuldades de hoje e certamente a miséria de amanhã.

4 comentários:

Rui Gama disse...

Touché.

Pinho Cardão disse...

Merci!...

PA disse...

caro Dr Pinho Cardão peca por tardia esta medida a meu ver. Já desde há muito tempo mesmo em governos anteriores deveria ter sido evitado que se criasse o enorme fosso económico entre estratos sociais que hoje se verifica, na sociedade portuguesa. É um fosso que tem vindo a ser criado ao longo do tempo, de décadas.

nada disto tem a ver com a actual crise, tem sim, a ver com a forma como se redistribui a riqueza e direitos, nas diversas formas de o fazer.

Por exemplo, não é admissível haver milhares de pensões de reformas de 3000, 4000 e 5000 euros e depois do outro lado, existirem quase dois milhões de pensionistas que têm 200 e tal euros de pensão por mês.

Faria muita diferença retirar 200 ou 300 euros às pensões de reformas mais elevadas para dar do do outro lado, aos pensionistas das pensões de 240 euros/ mês ?

Eu penso que não. As pensões mínimas não deveriam ser inferiores a 600 ou 700 euros.

Recuperava-se o direito de dignidade na sobrevivência, no final da vida, de muitos cidadãos, muitos deles, com o seu dever cumprido, de muitos anos de descontos para a segurança social.


Não é só o dinheiro em si que está em causa, para estes cidadãos desfavorecidos, devido a uma errada política de protecção social. É também o sentimento de ingratidão que sente quem trabalhou uma vida inteira e que se reconhece como um miserável no final da sua vida.
Um estudo sobre a representação social que um pensionista desfavorecido tem de si próprio penso que seria esclarecedor.

Impossível que neste contexto o sentimento de revolta não venha à superfície ...


E o dever de Solidariedade impõe-se neste momento. Agora o que também é preciso assegurar é que essa Solidariedade vai para o destino certo, e não sofre desvios .....

A Cidadania assume muitas formas na actualidade. Se nós quizermos...


cumprimentos.




Quanto à "caixinha" de Louçã:

é um facto que sem pessoas, as organizações não poderiam existir. As organizações são feitas de pessoas e para as pessoas.

Pinho Cardão disse...

Cara Pèzinhos:
Alguma "razão" tem que haver na política.
Uma das finalidades dos impostos é assegurar o funcionamentos do Estado, das suas funções essenciais. Pelo facto de o Estado se ter dispersado para funções que não lhe competem, não exerce bem nem umas nem outras. E desperdiça dinheiro a rodos, que retira aos cidadãos.
Outra finalidade dos impostos é a redistribuição de rendimentos. Acontece que o Estado já cobra impostos que cheguem para fazer essa redistribuição. Não a faz, não porque lhe falte dinheiro, mas porque o desbarata onde não deve. Fosse o Estado, ou os Governos, gestor equilibrado e de bom senso, muito se tinha avançado nesse domínio. Assim, mais dinheiro entregue ao Estado será mais desperdício. O Estado não precisa de mais impostos para obter uma redistribuição de rendimentos,o caudal já é enorme, precisa é de o aplicar nessa redistribuição.
Quanto às reformas.
São os descontos que estabelecem o valor da reforma. O dinheiro entregue é dinheiro do beneficiário, que o entregou com base em expectativas que não lhe podem ser retiradas. Isso seria um roubo.
Se há pessoas que ganhavam pouco e descontavam pouco, e há, e têm reformas que não propiciam um mínimo de dignidade de vida, aí entra o estado social para, através da redistribuição dos rendimentos, lhes assegurar um rendimento digno. Alterando as prioridades dos gastos públicos.
O nosso sistema fiscal é já demasiado penalizador dos cidadãos, não propicia a poupança, nem o investimento, nem o consumo, está unicamente voltado para o consumo público. Pelo que o remédio não é aumentar impostos, mas redistribuí-los adequadamente.
Se assim não for, estamos todos a pactuar com a perversa situação existente e com a demagogia política.