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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Clemência para criminosos?

Não sou chileno, mas tenho muita dificuldade em compreender esta atitude da conferência episcopal chilena ao pedir clemência para os militares chilenos condenados por crimes durante a ditadura. E na altura dos crimes o que é que fizeram?

6 comentários:

João Carvalho disse...

Não sou chileno. É um povo "próximo" muito longínquo. Tenho problemas no próximo muito mais próximo: no meu País há responsáveis por crimes contra a humanidade; há trinta e cinco anos que são alvo de mordomias inadmissíveis.
Quando os vir sujeitos à LEI, depois depois de o tribunal cumprir a sua missão, então poderei preocupar- me com problemas de terceiros. Aqui não é a igreja (qual delas?) que pede clemência. Somos nós que andamos com eles ao colo e lhes prestamos vassalagem diariamente. Preocupe-se com os problemas de cá, lute para que no seu País os criminosos contra a Humanidade sejam julgados; até lá está a fazer pior que a dita igreja no Chile: não está a pedir clemência, está a conviver com eles!
Será que o seu objectivo é voltar as atenções do nosso Povo para outras bandas longíquas, de forma a que continue a não ver os nossos telhados de vidro. Se não foi essa a sua intenção, então trate primeiro dos assuntos importantes(que até lhe dizem respeito) e deixe os secundários para outra ocasião.

Henrique Pereira dos Santos disse...

"O golpe militar de 1973 no Chile foi apoiado pelos setores mais reacionários da sociedade e avalizado logisticamente pelo governo dos Estados Unidos. Deu início a um período de horror, onde a perseguição política, arrestos, execuções, torturas e desaparecimentos de pessoas se tornaram o cotidiano.
A Igreja conciliar reagiu, com a criação do Comitê Pró Paz, um organismo de caráter ecumênico, com o apoio da comunidade judaica. Devido a pressões governamentais, esse Comitê foi fechado. Surgiu, então o Vicariato da Solidariedade que, sob a inspiração do Cardeal Silva, se transformou no refúgio para os perseguidos.
Ante a proibição de organizações e movimentos populares, a Igreja de base acolheu a todos aqueles que lutavam pelo retorno à democracia e pela defesa dos direitos humanos básicos, enriquecendo a vida das comunidades com novos signos e celebrações onde a reflexão, centralizada na libertação de Israel, encontra fermento propício na práxis de libertação do povo chileno.
Esta nova maneira de ser Igreja desde os oprimidos e empobrecidos configurou uma nova forma de viver a Igreja, perseguida e incompreendida pelos setores mais conservadores."
E se desse uma volta maior pela internet encontraria com certeza bastante mais informação do mesmo tipo. Bem como alguma informação sobre a colaboração da igreja com Pinochet, com certeza.
E pergunte quem fez pressão para a libertação de presos políticos, incluindo o secretário geral do PC Chileno, Luis Corvalan, durante a ditadura.
E sim, parece-me razoável a existência de clemência para criminosos (é essa a origem de todos os indultos que quase todos os Governos do mundo usam em algumas circunstâncias) porque há circunstâncias perfeitamente razoáveis para isso.
A ideia de que um criminoso deve sempre ser tratado como um criminoso, independentemente do que faça depois na sua vida, é uma ideia brutal e pouco civilizada.
henrique pereira dos santos

Massano Cardoso disse...

Não há problemas secundários quando os mesmos dizem respeito ao ser humano.
Lutar e ter intervenção cívica no meu país? Tenho dado provas ao longo da minha vida, pelo que não necessito de quaisquer aconselhamentos.
Quanto a uma atitude brutal e pouco civilizada rejeito-a, porque é mais do que evidente de que os culpados têm de ser punidos. É uma ordem criada pelos humanos, para os humanos poderem ser capazes de perceber a importância do humanismo. Punir não é sinónimo de vingança. Esta, sim, é que é brutal e pouco civilizada.

Cumprimentos

Henrique Pereira dos Santos disse...

Mas os culpados estão a ser punidos, ninguém pediu para não se condenarem culpados (que aliás estão presos há vários anos).
henrique pereira dos santos

Altitude disse...

Não só aplaudo o editorial como o oportuníssimo comentário do autor (14:23). Ninguém está a desviar atenções do que quer que seja. Era o que mais faltava que voltássemos ao tempo do orgulhosamente sós!

Medina Contreiras disse...

Augusto Pinochet Ugarte foi um grande patriota que tirou o Chile da miséria onde as forças extremistas, especialmente o MIR, destruiuram o tecido produtivo da nação, a única da América latina onde existia (felizmente já existe outra vez) uma verdadeira classe média. Não tanto por parte de Salvador Allende, um homem sério, bem intencionado, mas ingenuamente covarde, incapaz de pôr cobro às atrocidades políticas e económicas que destruiram o Chile em pouco tempo. Augusto Pinochet Ugarte, que até jurara lealdade a Allende e de de quem fora chefe do Estado-
Maior do Exército, viu-se compelido a encabeçar o golpe de estado que depôs o regime marxista.
À custa de muita persistência e com o apoio incondicional da maioria dos chilenos, sublinhe-se, Augusto Pinochet Ugarte arrancou o país da miséria económica e social e devolveu o poder à democracia. Quantos ditadores de esquerda foram até hoje capazes de o fazer? ZERO!!!