É realmente espantoso. Todos sabemos que temos instituições de ensino superior em número excessivo. Todos sabemos que temos designações de cursos com uma imaginação difícil de igualar. Todos sabemos que devido a esta situação, todas estas instituições estão com imensas dificuldades financeiras e que os empresários têm imensas dificuldades em perceber a utilidade da maioria dos cursos existentes. Sabemos ainda que devido a esta completa balbúrdia no ensino superior temos propinas altíssimas tendo por base o rendimento médio. Sabemos ainda que lançamos para o desemprego ou para a emigração milhares de diplomados todos os anos.
E, até agora, ainda não vi nenhum candidato a governar o país dizer que é necessário fechar instituições e encerrar cursos. Se isto não for feito, corremos o sério risco de em pouco tempo mão termos ensino superior. É que, simplesmente, não há dinheiro para pagar isto.
Não é bem assim. O ensino público superior é a única coisa pública em Portugal que funciona e é o único serviço que fecha se não tiver clientes. Informe-se porque é assim, o facto de haver vagas não quer dizer que existam os custos.
Caro JMFA,
Prefiro mil vezes ter médicos a varrer ruas, que varredores a fazer cirurgias e nada disto é dinheiro deitado fora. Já bem basta a vergonha que é ter um país refém da ordem dos médicos, como milhões a pagar com a vida para que proteger o emprego de uns milhares. Devia haver 10 milhões de vagas para médicos, 10 milhões para físicos, 10 milhões para matemáticos,...Bem compreendo as reticências do bastonário dos advogados, isso é que não faz falta nenhuma..;)
José Mário Em medicina a falta de médicos é dramática. Que sentido faz continuar a exigir uma classificação de 19,9 para entrar em medicina? Que sentido faz que os jovens classificados com 19,8 sejam forçados a ir tirar o curso de medicina a Espanha? Que sentido faz que a Ministra da Saúde os tenha deixado partir e que agora declare que quer o seu regresso? Que sentido faz abrir as portas à reforma antecipada dos médicos e depois andar à procura de leis que os traga de volta ao SNS ou os impeça de exercer medicina? Nada disto faz sentido. Tem sido uma desgraça. Há muito que estamos em queda...
Respeito a sua opinião mas julgo não conhecer bem a grande maioria das instituições de ensino superior portuguesas. Quando falo de ensino superior, falo de Universidades e Politécnicos, falo de instituições que vão desde Lisboa até Oliveira do Hospital. Sim, porque Oliveira do Hospital, Seia, Felgueiras, Mangualde, Idanha-A-Nova, Mirandela, etc., etc., etc., possuem instituições de ensino superior.
Se tem dúvidas basta consultar http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Estudantes/Acesso/ConcursoNacionalPublico/IndicedeCursos/
Depois compare com Espanha, por exemplo (pois, já sei. Há quem diga que Espanha está pior que nós..., só se for na quantidade de polímeros utilizados nas estufas que nos alimentam, ou na quantidade de tecido utilizado nas roupas que vestimos, ou na quantidade de cartão utilizado nas embalagens das guloseimas que comemos, ou, ou...)
Grande provocação, caro Ferreira de Almeida. E caro Fartinho da Silva, essa de "todos sabemos", é um chavão comum, mas é também uma forma abusiva de nos expressarmos. Com a devida vénia, exclua-me desse grupo. Eu não sei nada disso. Temos universidades a mais? quando vou ao estrangeiro vejo universidades (várias) em tudo qauanto é cidade. Cursos a mais? É posível que haja exageros, mas veja a lista de cursos das universidades estrangeiras. E qual é o problema dos cursos terem nomes diferentes em duas universidades e os programas não serem iguais? O que importa é que temos menos pessoas com formação superior que qualquer outro país da europa e ainda continuamos a ter menos alunos a frequentar a universidade que qualquer outro país da europa. Esse é o nosso problema ORIGINAL. Claro que depois temos outros que, porventura, ficarão mais a descoberto com a melhoria da formação superior da população. Mas a solução nunca será deixar de tomar medidas que promovam a formação, mesmo que com alguns erros, só porque a jusante há problemas ainda não resolvidos. Grande país aquele que só tiver desempregados com formação superior... Talvez seja uma forma de promover o empreendodorismo entre os portugueses com formação superior!
Não me entendam mal, meus caros. Não reprovo o aumento de vagas no ensino superior, em especial no ensino superior público. Pelo contrário, um aumento da procura do ensino, a qualquer nível, é bom, é muito bom. O que me parece que falha é o que deve estar antes e o que deve vir depois da universidade. Deveria estar antes o planeamento do ensino superior em razão de uma prognose das necessidades do mercado. A falata dessa capacidade previsional leva ao resultado que está aí: não há licenciados a mais (haverá sempre licenciados a menos), há licenciados em cursos que não correspondem às necessidades da comunidade. Essa é a razão para o elevado desemprego entre os jovens diplomados e continuar a ignorá-lo é lançar sobre a nova geração um manto de infelicidade em que vão mergulhar milhares e milhares que não encontrarão colocação à altura da sua formação. É o que acontece quando se compram e vendem ilusões... Mais uma vez os cursos de direito podem servir de (mau) exemplo. Há ou haverá no futuro próximo necessidade de milhares de licenciados em Direito? A função pública está em condições de absorver novos juristas? Estão as empresas? A diplomacia? A advocacia? A magistratura? É óbvio que não estão. O Professor Mariano Gago, para justificar mais um alargamento de vagas em Direito, veio dizer que o curso é de "banda larga" pretendendo significar que dá um pouco para tudo. Está profundamente equivocado. E é este equívoco que, como bem avisa Marinho e Pinto, atira milhares por ano para a advocacia da ilusão e da indigência. A não ser que ter um jovem jurista a atender telefones e a tirar fotocópias num escritório de advogados ou outro, seja a ideia de "banda larga" do ministro...
O mundo está a mudar, os empregos já não são carreiras, as Empresas abrem e fecham em muito pouco tempo, tudo é mais dinâmico, e no futuro teremos de ser "caçadores recolectores de trabalhos" em vez de empregados, num claro retorno ao passado, ou num caminho apenas diferente para o futuro. Eu vejo a educação como parte da formação e crescimento pessoal, não como um meio para um emprego. Há que mudar a forma de pensar. Se ainda conseguimos que as pessoas estudem, no meio desta crise, é muito bom sinal para o país! Mau era que as pessoas desistissem de estudar por necessidade de trabalhar...
Parece haver aqui duas formas de pensar o ensino superior:
1. as pessoas que defendem que como temos um menor número de licenciados que a média europeia devemos apostar em formar o maior número de pessoas no menor espaço de tempo possível; 2. as pessoas que defendem que muito mais importante que a quantidade é a qualidade. Que defendem que a nossa economia não é capaz de absorver tanto licenciado.
Eu faço parte do segundo grupo.
Existem 54000 licenciados no desemprego apesar de 700 000 pessoas terem abandonado o país entre 1998 e 2008.
Empresários que conheço queixam-se da formação e da atitude no trabalho dos jovens com formação do 9º ano e/ou do 12º ano. Os mesmos empresários afirmam não perceber para que serve a grande maioria dos cursos do ensino superior. Os mesmos empresários apresentam muita dificuldade em perceber porque existe um número tão reduzido de escolas profissionais. Estes empresários não conseguem descortinar a diferença entre Universidades e Politécnicos.
Algumas Universidades e Politécnicos criam cursos com designações apelativas para poderem sobreviver num mercado completamente saturado. Criam condições de acesso aos seus cursos inacreditáveis. Chegaram a aceitar candidatos a Engenharia Civil tendo por base algo como: "ter realizado uma das seguintes provas de exame: matemática ou geometria descritiva ou geologia"! Hoje, algumas destas instituições, aceitam candidatos com mais de 23 anos através de exames internos que fariam corar de vergonha quem critica (e bem) os exames do 9º ano de escolaridade. Os seus planos estratégicos apresentam expressões como: "enquanto a escolaridade obrigatória até ao 12º ano não produz os seus efeitos devemos..."
Tudo isto acontece porque existem de forma clara instituições de ensino superior em excesso. Para se ter uma ideia, em toda a Espanha existem 73 e em toda a Alemanha existem 70! Agora comparem com Portugal...
Para percebermos como estamos, temos que nos comparar com outros países. Não há outra maneira.
Meus caros, Este é um debate essencial que não vejo ser feito na sociedade. Nem vejo vontade de alguma instituição o fazer, em especial o Parlamento ou a própria Universidade, esta muito rendida à lógica da educação como negócio. As visões aqui expressas não são inconciliáveis. Não me custa reconhecer total razoabilidade nas preocupações expressas pelo Fartinho da Silva ou noutro cumprimento de onda por SC; ou nas observações feitas (ao seu estilo) pelo Tonibler. E estou muito de acordo com a perspectiva que aqui trouxe o Tiago Barbosa de que o mercado de trabalho já não é o que era, e que é preferível que o lugar se adquira pelo conhecimento, do que obter conhecimento pela única e exclusiva razão de conseguir um emprego. Tudo isto está certo, e bem poderia ser o ponto de partida para um aprofundamento dos fundamentos das políticas de ensino. O que observo é que ninguém parece preocupado com isso. E que estes movimentos de expansão do ensino superior pouco ou nada têm que ver com o futuro do País. Quem contacta mais com realidades externas a este cantinho à beira mar plantado e observa a organização das sociedades de sucesso, vai percebendo que nesta competição nós perdemos porque julgamos que existe uma qualquer ordem natural que um dia reporá as coisas que estão fora do lugar, ou em excesso, ou em falta. Infelizmente para nós, não é assim. E ainda para maior infelicidade dos que aqui vivem, são muitos os cegos.
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É realmente espantoso. Todos sabemos que temos instituições de ensino superior em número excessivo. Todos sabemos que temos designações de cursos com uma imaginação difícil de igualar. Todos sabemos que devido a esta situação, todas estas instituições estão com imensas dificuldades financeiras e que os empresários têm imensas dificuldades em perceber a utilidade da maioria dos cursos existentes. Sabemos ainda que devido a esta completa balbúrdia no ensino superior temos propinas altíssimas tendo por base o rendimento médio. Sabemos ainda que lançamos para o desemprego ou para a emigração milhares de diplomados todos os anos.
E, até agora, ainda não vi nenhum candidato a governar o país dizer que é necessário fechar instituições e encerrar cursos. Se isto não for feito, corremos o sério risco de em pouco tempo mão termos ensino superior. É que, simplesmente, não há dinheiro para pagar isto.
Caro Fartinho,
Não é bem assim. O ensino público superior é a única coisa pública em Portugal que funciona e é o único serviço que fecha se não tiver clientes. Informe-se porque é assim, o facto de haver vagas não quer dizer que existam os custos.
Caro JMFA,
Prefiro mil vezes ter médicos a varrer ruas, que varredores a fazer cirurgias e nada disto é dinheiro deitado fora. Já bem basta a vergonha que é ter um país refém da ordem dos médicos, como milhões a pagar com a vida para que proteger o emprego de uns milhares. Devia haver 10 milhões de vagas para médicos, 10 milhões para físicos, 10 milhões para matemáticos,...Bem compreendo as reticências do bastonário dos advogados, isso é que não faz falta nenhuma..;)
José Mário
Em medicina a falta de médicos é dramática. Que sentido faz continuar a exigir uma classificação de 19,9 para entrar em medicina? Que sentido faz que os jovens classificados com 19,8 sejam forçados a ir tirar o curso de medicina a Espanha? Que sentido faz que a Ministra da Saúde os tenha deixado partir e que agora declare que quer o seu regresso?
Que sentido faz abrir as portas à reforma antecipada dos médicos e depois andar à procura de leis que os traga de volta ao SNS ou os impeça de exercer medicina?
Nada disto faz sentido. Tem sido uma desgraça. Há muito que estamos em queda...
Caro Tonibler,
Respeito a sua opinião mas julgo não conhecer bem a grande maioria das instituições de ensino superior portuguesas. Quando falo de ensino superior, falo de Universidades e Politécnicos, falo de instituições que vão desde Lisboa até Oliveira do Hospital. Sim, porque Oliveira do Hospital, Seia, Felgueiras, Mangualde, Idanha-A-Nova, Mirandela, etc., etc., etc., possuem instituições de ensino superior.
Se tem dúvidas basta consultar http://www.dges.mctes.pt/DGES/pt/Estudantes/Acesso/ConcursoNacionalPublico/IndicedeCursos/
Depois compare com Espanha, por exemplo (pois, já sei. Há quem diga que Espanha está pior que nós..., só se for na quantidade de polímeros utilizados nas estufas que nos alimentam, ou na quantidade de tecido utilizado nas roupas que vestimos, ou na quantidade de cartão utilizado nas embalagens das guloseimas que comemos, ou, ou...)
Grande provocação, caro Ferreira de Almeida.
E caro Fartinho da Silva, essa de "todos sabemos", é um chavão comum, mas é também uma forma abusiva de nos expressarmos. Com a devida vénia, exclua-me desse grupo. Eu não sei nada disso.
Temos universidades a mais? quando vou ao estrangeiro vejo universidades (várias) em tudo qauanto é cidade. Cursos a mais? É posível que haja exageros, mas veja a lista de cursos das universidades estrangeiras. E qual é o problema dos cursos terem nomes diferentes em duas universidades e os programas não serem iguais?
O que importa é que temos menos pessoas com formação superior que qualquer outro país da europa e ainda continuamos a ter menos alunos a frequentar a universidade que qualquer outro país da europa.
Esse é o nosso problema ORIGINAL.
Claro que depois temos outros que, porventura, ficarão mais a descoberto com a melhoria da formação superior da população. Mas a solução nunca será deixar de tomar medidas que promovam a formação, mesmo que com alguns erros, só porque a jusante há problemas ainda não resolvidos.
Grande país aquele que só tiver desempregados com formação superior...
Talvez seja uma forma de promover o empreendodorismo entre os portugueses com formação superior!
Não me entendam mal, meus caros.
Não reprovo o aumento de vagas no ensino superior, em especial no ensino superior público. Pelo contrário, um aumento da procura do ensino, a qualquer nível, é bom, é muito bom. O que me parece que falha é o que deve estar antes e o que deve vir depois da universidade.
Deveria estar antes o planeamento do ensino superior em razão de uma prognose das necessidades do mercado. A falata dessa capacidade previsional leva ao resultado que está aí: não há licenciados a mais (haverá sempre licenciados a menos), há licenciados em cursos que não correspondem às necessidades da comunidade. Essa é a razão para o elevado desemprego entre os jovens diplomados e continuar a ignorá-lo é lançar sobre a nova geração um manto de infelicidade em que vão mergulhar milhares e milhares que não encontrarão colocação à altura da sua formação. É o que acontece quando se compram e vendem ilusões...
Mais uma vez os cursos de direito podem servir de (mau) exemplo. Há ou haverá no futuro próximo necessidade de milhares de licenciados em Direito? A função pública está em condições de absorver novos juristas? Estão as empresas? A diplomacia? A advocacia? A magistratura? É óbvio que não estão. O Professor Mariano Gago, para justificar mais um alargamento de vagas em Direito, veio dizer que o curso é de "banda larga" pretendendo significar que dá um pouco para tudo. Está profundamente equivocado. E é este equívoco que, como bem avisa Marinho e Pinto, atira milhares por ano para a advocacia da ilusão e da indigência. A não ser que ter um jovem jurista a atender telefones e a tirar fotocópias num escritório de advogados ou outro, seja a ideia de "banda larga" do ministro...
O mundo está a mudar, os empregos já não são carreiras, as Empresas abrem e fecham em muito pouco tempo, tudo é mais dinâmico, e no futuro teremos de ser "caçadores recolectores de trabalhos" em vez de empregados, num claro retorno ao passado, ou num caminho apenas diferente para o futuro.
Eu vejo a educação como parte da formação e crescimento pessoal, não como um meio para um emprego. Há que mudar a forma de pensar. Se ainda conseguimos que as pessoas estudem, no meio desta crise, é muito bom sinal para o país! Mau era que as pessoas desistissem de estudar por necessidade de trabalhar...
Parece haver aqui duas formas de pensar o ensino superior:
1. as pessoas que defendem que como temos um menor número de licenciados que a média europeia devemos apostar em formar o maior número de pessoas no menor espaço de tempo possível;
2. as pessoas que defendem que muito mais importante que a quantidade é a qualidade. Que defendem que a nossa economia não é capaz de absorver tanto licenciado.
Eu faço parte do segundo grupo.
Existem 54000 licenciados no desemprego apesar de 700 000 pessoas terem abandonado o país entre 1998 e 2008.
Empresários que conheço queixam-se da formação e da atitude no trabalho dos jovens com formação do 9º ano e/ou do 12º ano. Os mesmos empresários afirmam não perceber para que serve a grande maioria dos cursos do ensino superior. Os mesmos empresários apresentam muita dificuldade em perceber porque existe um número tão reduzido de escolas profissionais. Estes empresários não conseguem descortinar a diferença entre Universidades e Politécnicos.
Algumas Universidades e Politécnicos criam cursos com designações apelativas para poderem sobreviver num mercado completamente saturado. Criam condições de acesso aos seus cursos inacreditáveis. Chegaram a aceitar candidatos a Engenharia Civil tendo por base algo como: "ter realizado uma das seguintes provas de exame: matemática ou geometria descritiva ou geologia"! Hoje, algumas destas instituições, aceitam candidatos com mais de 23 anos através de exames internos que fariam corar de vergonha quem critica (e bem) os exames do 9º ano de escolaridade. Os seus planos estratégicos apresentam expressões como: "enquanto a escolaridade obrigatória até ao 12º ano não produz os seus efeitos devemos..."
Tudo isto acontece porque existem de forma clara instituições de ensino superior em excesso. Para se ter uma ideia, em toda a Espanha existem 73 e em toda a Alemanha existem 70! Agora comparem com Portugal...
Para percebermos como estamos, temos que nos comparar com outros países. Não há outra maneira.
Meus caros,
Este é um debate essencial que não vejo ser feito na sociedade. Nem vejo vontade de alguma instituição o fazer, em especial o Parlamento ou a própria Universidade, esta muito rendida à lógica da educação como negócio.
As visões aqui expressas não são inconciliáveis. Não me custa reconhecer total razoabilidade nas preocupações expressas pelo Fartinho da Silva ou noutro cumprimento de onda por SC; ou nas observações feitas (ao seu estilo) pelo Tonibler. E estou muito de acordo com a perspectiva que aqui trouxe o Tiago Barbosa de que o mercado de trabalho já não é o que era, e que é preferível que o lugar se adquira pelo conhecimento, do que obter conhecimento pela única e exclusiva razão de conseguir um emprego.
Tudo isto está certo, e bem poderia ser o ponto de partida para um aprofundamento dos fundamentos das políticas de ensino. O que observo é que ninguém parece preocupado com isso. E que estes movimentos de expansão do ensino superior pouco ou nada têm que ver com o futuro do País.
Quem contacta mais com realidades externas a este cantinho à beira mar plantado e observa a organização das sociedades de sucesso, vai percebendo que nesta competição nós perdemos porque julgamos que existe uma qualquer ordem natural que um dia reporá as coisas que estão fora do lugar, ou em excesso, ou em falta. Infelizmente para nós, não é assim. E ainda para maior infelicidade dos que aqui vivem, são muitos os cegos.
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