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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ainda e sempre o reino da ilusão



Na pausa para almoço fui atraído pelo título da notícia: "Medidas de incentivo à natalidade em Portugal falham". Julguei tratar-se de um qualquer estudo, de uma avaliação das políticas de apoio à família e de combate ao flagelo demográfico que está aí, aos olhos de todos - o acelerado processo de envelhecimento da população portuguesa. Fiz um esforço para me recordar de uma medida assim, com esse propósito. Uma medida séria, que leve os jovens casais a apostar na famíla estruturada, com filhos, e não daquelas que só existem no discurso político. Esforço feito em vão, pois para além do quase insignificante efeito da existência de filhos na família para efeitos fiscais, não me veio à memória uma só. Das sérias, repito. Não das folcolóricas de que se faz este reino de ilusão. Pois só no reino de ilusão se pode discorrer sobre o falhanço de medidas que jamais existiram...

12 comentários:

Bmonteiro disse...

Estamos sempre a inventar a pólvora (seca).
“O quinto império”

Uma das particularidades portuguesas: o gosto da pequena polícia, a que mantém relações sentimentais como povo. A sua arte de bisbilhotar, de procurar por trás, de inventar razões e causas, a um tempo teima de funcionário e regressão à inteligência infantil. Ou bem que os portugueses não fazem nada, ou bem que vão até ao último pormenor e, chegados aí, largam tudo como de costume (196)
Dominique de Roux (1977, Paris)
Somos assim?

Tonibler disse...

É notável a resiliência das notícias que, pensaríamos nós, deveriam ser as coisas mais mutáveis deste mundo. Afinal, notícia é para ser nova, certo? Mas notícia é "falhou uma política". Se fosse sobre crime seria "falhou uma politica de combate ao crime" e ninguém se questiona de facto se houve política e se os dados sustentam que houve alguma coisa. "Nós" não estamos abertos a ter notícias diferentes.

Joao Jardine disse...

Caro JMFAlmeida

Esta geração e a anterior cometeu um suícidio colectivo, um comportamento próprio de uma sociedade comunitária individualista.
Da mesma forma que, ainda, pensamos defender uma versão de um idioma que mais de metade dos que o falam não nos entendem (vá falar depressa como fala aqui no Brasil - mesmo em Angola- e vai ver os resultados); tambem consideramos que outros vão viver cá porque é o melhor lugar do mundo; omitindo o pequeno detalhe que, país ou nação é composto em partes iguais, por território e população.
A reportagem que "linkou" é o que acabo por evidenciar acima; ou acha que os nossos parceiros no euro não sabem de demografia? O que acha que pensam sobre tudo isto? Como pensa que avaliam, em escala, o indice de responsabilidade social?
Cumprimentos
joão

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
A questão é que em Portugal a política que mais se pratica e esxecuta é a do palavriado oco e fácil: os políticos resolvem tudo com meia dúzia de palavras. Acontece que essa política tantas vezes repetida cria a ilusão de que há políticas a sério. Vivemos, pois, num mundo de ilusão. E alguns querem continuar nessa via.

Para a Posteridade e mais Além disse...

3 Steps to Zero Old People Emissions- Intelligent young pups, Electric Babies and Baby Energy

Já o Daföe propõe criar e engordar bébés das classes baixas e irlandeses para consumo

isso estimularia a natalidade e os impróprios para consumo aumentariam o número de putogoeses não-senis

os gráficos são de 2004

e vê-se tão mal que parece que vem com cataratas acopladas

Ilustre Mandatário do Réu disse...

Essa de citar o de Roux tem que se lhe diga....

Tinha-se posto a repetir aquele exasperante pá que corresponde em Portugal a uma maneira mais mental que social, a um snobismo que o povo também apanhou, sobretudo desde os acontecimentos de África.

Apanhados de imprevisto, Os portugueses são indescritíveis, podem-se-lhes contar os pá.

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

os putogoeses ou os mouros de veneza?

se bem me lembro era Othelo que dizia Pá Desdémona pá...agente pá tem que arranjar pá aí pá uns 800 pá gajos pá para pá fazermos disto pá uma Grécia pá ou umas ruynas de Palmira pá...

Estes oitenta e três por cento de analfas efectivos e os 17% de snobs que passam por cultes...libertae-os da servidão dos rythos dos caciques políticos e da preguiça e tereis ingleses

Anónimo disse...

De facto os gráficos anteriores não eram legíveis nem atuais. Coloco este, bem mais simples mas ilustrativo.

Gonçalo disse...

Anoto o facto de 2009 ter sido um ano de queda abrupta e de 2010 ter melhorado um pouco a "coisa". Efeitos evidentes do ano eleitoral de 2009. Onde Sócrates deu o que tinha e o que não tinha e onde decretou o fim da crise...
Depois, 2011, 2012 e seguintes só podem ser depressivos, nesta matéria.

http://notaslivres.blogspot.com/2012/02/incentivos-natalidade-tudo-tretas.html

Anónimo disse...

É verdade. Mas ouço por aqui uma versão diferente, em bom vernáculo. Não posso reproduzi-la por que este é um blogue sem bolinha ao canto. Mas teve graça...

Anónimo disse...

E obrigado, caro Gonçalo, pelo seu link.

Ilustre Mandatário do Réu disse...

Entretanto quando se compara a alta actividade do fornicāns tuga com o gráfico da posta salta à vista a baixa productividade do tuga.

Fonte próxima do arménio Charles afirma que provas contundentes do envolvimento da Goldman Sachs e da acção do pan-judaismo capitalista serão reveladas pela hora dos telejornais por Mânfio S., em comunicação agudíssima. Entrento o porta voz de Pau Mancebo duvida da capacidade de resposta do SNS à mais que previsível onda de gravíssima timpanite.