Foram muitos os milhões de euros gastos na informatização da justiça. Desmaterializou-se a maioria dos processos. No discurso oficial tratou-se de uma revolução. Com os meios informáticos ao serviço da justiça não só se dava como certa a diminuição dos tempos, como se facilitaria a relação dos interessados com as instituições judiciárias e dos agentes da justiça entre si. Quanto aos tempos da justiça, não vale a pena escrever muito. Aqui e ali reduziram-se algumas pendências. Mas o tempo médio de solução dos problemas da vida que a justiça é chamada a resolver não sofreu alteração para melhor, pelo menos de forma sentida pelos cidadãos. Pelo contrário.
No plano da poupança de recursos, esta notícia é significativa. Em 2011 aumentou-se a despesa em papel e consumíveis para impressoras e fotocopiadoras em 2,6 milhões de euros. Aos poucos e poucos vai-se percebendo qual o custo real das reformas que parecem ter como única explicação a promoção política de quem as promove.
5 comentários:
O problema da informatização são as pessoas: a Segurança Social está a mandar e-mails para avisar da necessidade de os empresários em nome individual apresentarem Declaração de Valor de Actividade (como se não a soubesse já!), 48h antes do prazo limite, que é no dia 15 de Fevereiro. Não há informatização que resista às naturais avalanches que depois dão em impedimento dos servidores. E não adianta dizer que a culpa é do governo, porque trabalham lá milhares de pessoas em quadros intermédios.
declarações e minutas impressas à tonelada é que antes para uma circular ser metida em triplicado era só meter papel químico...fazer duzentas cópias era doudice...a mesma cópia circulava por todos
agora mandam pdf's aos montes o pessoal em vez de os ver no computador imprime tudo e depois joga o papel no lixo...a fotocópia tá torcidinha...fazem-se mais 2 ou 3 até ficar nice..
a culpa é de quem sempre foi
um systema ineficiente que se lixa para o dinheiro de todos que não serve a ninguém
As pessoas não têm a noção de quanto custa o "clic" para dar ordem à fotocopiadora, talvez ajudasse se houvesse uma conta/cliente em que ficava registado o número de fotocópias que se faz em cada serviço, trabalhei numa empresa em que cada pessoa tinha um código de acesso e se sabia quem tinha fotocopiado e quanto, não é muito agradável ao princípio mas depois resulta imenso. Há um enorme desperdício, sem dúvida, embora também não seja nada fácil estudar um processo ou um documento enorme no ecran do computador...
E quantas vezes somos notificados pelo Tribunal, via postal, dos requerimentos e documentos que nós próprios (!) apresentámos via CITIUS?...
Pois...
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