Pois não! Mas como e quem é que define as fronteiras? Se cada um dos grupos se comportasse como a água e o azeite então as coisas seriam mais fáceis...
Garzón não prevaricou, mas errou, diz o Supremo. Confirma-se mais uma vez o erro. Garzón não foi absolvido da atitude, apenas se considerou que não prevaricou. E o erro de um juíz pode ser trágico para a ideia de justiça. E desse erro Garzón não se liberta. Quanto ao mais, sublinho o que o Tribunal referiu e o Ferreira de Almeida anotou: "La sentencia estima que los historiadores tienen su papel y que los jueces tienen el suyo y no se pueden mezclar". Importante destrinça, porque os historiadores não podem mandar ninguém para a prisão.
Tens uma fé indestrutível na boa fé dos juízes e na objectividade com que interpretam os factos e as leis aplicáveis.
O actual PGR, Conselheiro Pinto Monteiro, com um palmarés notável, tem uma fé diferente: afirmava ontem que "os juízes são culpados pelas poucas condenações de crime económico" (Cf aqui sff: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=541005)
Aos juízes o que é da Justiça, aos historiadores o que é da História.Muito bem. Com uma nuance: A Justiça vai a reboque da História e, geralmente, com razoável atraso.
Sei que és um admirador de Camilo. Estou certo que leste "Retrato de Ricardina". Não sei se te recordas que a páginas tantas o Corregedor de Coimbra mandou prender o abade Leonardo (pai incógnito de Ricardina) por este ameaçar dar duas bofetadas ao Corregedor se ele estivesse fora do Tribunal.
O Corregedor era liberal, o abade um iracundo absolutista.
Passado não sei quanto tempo (mas não foi muito) D. Miguel foi aclamado rei absoluto.
Resultado: O abade foi solto e o Corregedor sumiu-se.
Passou-se isto no primeiro quartel do sec XIX. Hoje é diferente?
Há vários processos contra G. é bom que seja condenado no que teve culpa e ficou provado e que seja absolvido quando assim não aconteceu. Como deve acontecer a qualquer pessoa que enfrente a Justiça.
8 comentários:
"La sentencia estima que los historiadores tienen su papel y que los jueces tienen el suyo y no se pueden mezclar".
Pois não! Mas como e quem é que define as fronteiras? Se cada um dos grupos se comportasse como a água e o azeite então as coisas seriam mais fáceis...
E depois desta sentença do Supremo Garzón é reintegrado por ter sido absolvido pelo Supremo ou continua expulso da magistratura?
Só depois de ter comentado concluí que a decisão do Supremo se refere a um caso e a expulsão a outro.
Aguarde-se pela decisão quanto ao recurso da sentença que o expulsou.
Para já, também me sinto satisfeito com a notícia de hoje.
Garzón não prevaricou, mas errou, diz o Supremo. Confirma-se mais uma vez o erro. Garzón não foi absolvido da atitude, apenas se considerou que não prevaricou. E o erro de um juíz pode ser trágico para a ideia de justiça. E desse erro Garzón não se liberta.
Quanto ao mais, sublinho o que o Tribunal referiu e o Ferreira de Almeida anotou: "La sentencia estima que los historiadores tienen su papel y que los jueces tienen el suyo y no se pueden mezclar".
Importante destrinça, porque os historiadores não podem mandar ninguém para a prisão.
Pois não! Os historiadores não podem mandar para a prisão, mas podem manchar as pessoas as quais nunca conseguiram libertar-se da má fama...
Caro António,
Tens uma fé indestrutível na boa fé dos juízes e na objectividade com que interpretam os factos e as leis aplicáveis.
O actual PGR, Conselheiro Pinto Monteiro, com um palmarés notável, tem uma fé diferente: afirmava ontem que "os juízes são culpados pelas poucas condenações de crime económico" (Cf aqui sff:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=541005)
Aos juízes o que é da Justiça, aos historiadores o que é da História.Muito bem.
Com uma nuance: A Justiça vai a reboque da História e, geralmente, com razoável atraso.
Sei que és um admirador de Camilo. Estou certo que leste "Retrato de Ricardina". Não sei se te recordas que a páginas tantas o Corregedor de Coimbra mandou prender o abade Leonardo (pai incógnito de Ricardina) por este ameaçar dar duas bofetadas ao Corregedor se ele estivesse fora do Tribunal.
O Corregedor era liberal, o abade um iracundo absolutista.
Passado não sei quanto tempo (mas não foi muito) D. Miguel foi aclamado rei absoluto.
Resultado: O abade foi solto e o Corregedor sumiu-se.
Passou-se isto no primeiro quartel do sec XIX. Hoje é diferente?
Não tanto, António. Se tanto.
Há vários processos contra G. é bom que seja condenado no que teve culpa e ficou provado e que seja absolvido quando assim não aconteceu. Como deve acontecer a qualquer pessoa que enfrente a Justiça.
Enviar um comentário