A ideia do condicionamento
industrial de Salazar ressurgiu em pleno pela mão das “forças progressistas”
que defendem a RTP tal como está: não se
pode privatizar, porque a privatização põe em causa a subsistência das estações
privadas existentes.
Argumento tremendo. Os progressistas
querem vedar novo investimento, em defesa de interesses já instalados e arrogam-se
o poder, como se o dinheiro fosse deles, de dizer onde se deve ou não investir.
Se a privatização põe em causa as estações privadas, é porque os contribuintes indirectamente
as estão a financiar, através das enormes dotações à RTP. O que significaria o
público ao serviço do privado. Progressismo que se compreende: têm uma estação
pública ao seu dispor e não têm que a pagar.
Aliás, a argumentação é a
mesma de há vinte e dois anos, quando os mesmos progressistas afirmavam não haver
viabilidade, nem económica, nem financeira, para as estações privadas.
Embora o condenem, são essas
forças as maiores defensoras de um novo condicionamento industrial. Pior do que
o de Salazar. Porque é para se protegerem a si próprias.
Por isso, nem querem ouvir
falar que sejam os privados decidir do seu próprio investimento.
4 comentários:
Outros tempos, Pinho Cardão. Mas para lá das aparências e do discurso, há personagens do progressismo atual que não destoariam de emparelhar com o Doutor Salazar na sua visão sobre a economia nacional e, nela, o papel das pessoas e das empresas.
Tem, por isso, toda a razão quando assinala aquilo que não é bem um regresso ao passado pois, a bem dizer, nunca deixámos de ter um regime de condicionamento. O que deixámos foi de ter industria!
Pois é isso mesmo, caro Ferreira de Almeida. Condicionamento, puro e simples e total. Dantes, até era só industrial. Progredimos, pois, na continuidade.
Quando o mercado é pequeno e débil é muito fácil que da livre concorrência resultem posições dominantes e então lá se vai a concorrência, não vale a pena pensar que serão os reguladores a controlar os danos.
Claro, eu concordo totalmente. Eu acho que as posições extremas são inúteis ou ninguém quer. Nem o monopólio privado ou monopólio estatal. Mar petrolio na indústria, dos meios de comunicação, ou condicionador de cabelo. Para dar um exemplo. Em qualquer indústria.
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