A cultura instalada de pensar que é a despesa pública, contra todas as evidências, que pode fazer recuperar ou desenvolver a economia teve a sua exacta tradução numa pergunta feita pelo jornalista do Público ao Prof. Daniel Bessa na entrevista recentemente dada ao jornal.
Discorria o Prof. Daniel Bessa sobre a necessidade de diminuir a despesa pública, quando o jornalista lhe pespegou:
Mas isso não reduz ainda mais a esperança numa retoma?
Admito que a pergunta tenha sido retórica, para propiciar uma resposta mais clara.
Mas reflecte o pensamento de muitos portugueses, por força da lavagem de cérebro a que têm sido sistematicamente submetidos, no sentido de verem o Estado como o dinamizador da economia.
E enquanto se pensar como tal, com a falta de líderes que temos para inverter tal cultura, o caminho é o da ruína
Discorria o Prof. Daniel Bessa sobre a necessidade de diminuir a despesa pública, quando o jornalista lhe pespegou:
Mas isso não reduz ainda mais a esperança numa retoma?
Admito que a pergunta tenha sido retórica, para propiciar uma resposta mais clara.
Mas reflecte o pensamento de muitos portugueses, por força da lavagem de cérebro a que têm sido sistematicamente submetidos, no sentido de verem o Estado como o dinamizador da economia.
E enquanto se pensar como tal, com a falta de líderes que temos para inverter tal cultura, o caminho é o da ruína
8 comentários:
Quais cabeças deslavadas
de ideias impolutas,
com pujanças avivadas
lutando tão resolutas!
Neste jogo repartido
de sombras enganadoras
desvirtua-se o sentido
de acções dinamizadoras.
Caro Dr. Pinho Cardão,
O "monstro" de que o economista Cavaco Silva falava, há uns anos atrás, é insaciável. E, valha a verdade, tem adeptos em todos os quadrantes políticos portugueses.
As notícias que ontem sairam nos jornais (capa do Público) a propósito do "feito", conseguido em 2009, de termos passado a ocupar o 2º lugar, NO MUNDO, relativamente à parcela de energia eléctrica gerada por recurso à energia eólica, a isso atestam. Quantos sabem quer o custo unitário de produção desta energia é mais do dobro da de origem térmica/hídrica? Quantos sabem que esta diferença vai ter que ser paga por todos nós, mais cedo ou mais tarde? À parte alguns blogues, existe alguma discussão política sobre este tema? Há alguma esperança que um PSD ou mesmo um CDS parem para pensar sobre este assunto? Ou,como suspeito, já está tudo pensado? Ou seja, mais subsídios, mais ineficiência, maior distorção do mercado, maiores preços para os consumidores, mais dívida e, suspeito fortemente, degradação da balança corrente?
Caro Pinho Cardão,
Achar que o Estado não deve aumentar a despesa pública, não é também pensar numa lógica de esperar que o Estado faça algo?... Quanto mais não seja, poupar? Eu sei que me vai responder que se o Estado não poupa, vai aumentar impostos aos privados.
Mas está-se sempre numa lógica de Estado.
Ora vamos lá pensar no que podem os privados fazer...
Passo a bola, que agora ando aqui ocupado com "fisiologia" (dah)
Cumprimentos, meu caro!
Caro Eduardo F.:
Ora aí está um exemplo da opacidade e da demagogia dos poderes políticos. Apenas se vende o benefício, e esconde-se o custo.
Uma vergonha.
Caro CMonteiro:
Claro que o Estado não se deve limitar a fazer apenas algo; deve fazer o máximo.
Mas fazer algo, é, como diz, poupar. Fazer algo é fazer mais e melhor com o mesmo ou menos dinheiro; fazer algo é fazer igual ou melhor com menos dinheiro.
Chama-se a isso produtividade. Mas o Estado, em geral, não sabe o que isso é!...
Ah e boa recomposição fisiológica!...
Caro Pinho Cardão,
Esclarecedor como sempre! O que quis dizer é qual é a iniciativa que podemos esperar da "iniciativa privada que está sempre à espera qeu o Estado tome alguma iniciativa"?
(nem que seja poupar. Existe muita iniciativa privada que está sempre a queixar-se do
Estado pelas razoes opostas aos que se queixam da falta de despesa publica)
Por acaso a "fisiologia" que ando a estudar não é do comportamento do corpo humano após as festas de Natal, é a do comportamento do corpo humano noutras circunstâncias. Era a sério!
:)
A propósito da cultura instalada ou formas de pensar, verifico sistematicamente, inclusivé nos comentários ao seu post, a discussão dos assuntos em função das atitudes de fulano ou beltrano ou do grupo A ou B. O Bom estado ou mau estado, "existe muita iniciativa privada..." dizia cmonteiro, etc.
O que temos de discutir, como sugere PC, é se o estado tem vocação para dinamizar a economia. Esqueçam os protagonistas do momento, deixemos de discutir em função das pessoas ou grupos A, B ou C.
O que eu não entendo, caro Agitador, é que a favor ou contra a intervenção do Estado na Economia, se continue sempre a falar do... Estado!
É um paradoxo, para mim.
Em tempos ouvi de alguém, que muito se queixa do Estado, que o Estado impede o crescimento, asfixia, etc etc , que teve o melhor ano empresarial da vida dele. Respondi-lhe que se queixava de barriga cheia, então.
Porque não nos perguntarmos o que foi feito? Como conseguiu? O que fazem os outros de errado que este fez certo? porque não recentrarmos a atenção no que pode ser feito por cada uma dos agentes economicos para obter resultados semelhantes?
É que a eterna critica ao Estado é semelhante à eterna espera pelo primeiro passo dado pelo Estado...
Caro cmonteiro,
É óbvio que o estado tem de dar o primeiro passo.
O estado é que define as regras da vida da nossa sociedade.
Os que defendem a intervenção permanente do estado nunca estão satisfeitos pois a eficácia desta intervenção é deplorável; os que entendem que o estado asfixia a actividade dos cidadãos, a iniciativa privada, pedem menos intervenção, menos impostos, mais liberdade de acção.
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