Hoje foi dia de tranquilamente sentir a entrada de 2010. Um dia muito caseiro que nestas datas festivas também faz falta.
No meio de avalanches de notícias ininterruptas de tragédias e dramas a que os noticiários televisivos já nos habituaram, a que nem no início do Novo Ano somos poupados, eis que surge o inesperado, alguma coisa de agradável.
Lisboa nesta época do ano acolhe muitos turistas que como bons visitantes que são seguem à risca o roteiro turístico clássico das agências de viagens, especialmente quando o tempo de permanência não é muito.
Uma reportagem televisiva dava conta da concentração de turistas junto ao Mosteiro dos Jerónimos, esperando longas horas para entrar. Foram entrevistados vários turistas estrangeiros que não se pouparam a elogios a Lisboa. Quando se está de férias o tempo parece que não conta. A descontracção é grande e o importante é a boa disposição. Deixar as preocupações e as rotinas “lá fora” é uma regra de ouro.
Questionado um turista sobre o tempo de espera para fazer a visita, num tom a pedir uma reacção, pareceu-me, de ”poucos amigos”, eis que o homem com grande satisfação enalteceu o génio português e logo acrescentou que era realmente lamentável que a humanidade não quisesse resolver os atentados ambientais que estão a destruir o planeta com a vontade e o engenho que fez a união de esforços que permitiu a construção da extraordinária obra que é o Mosteiro dos Jerónimos. E disse!
No meio de avalanches de notícias ininterruptas de tragédias e dramas a que os noticiários televisivos já nos habituaram, a que nem no início do Novo Ano somos poupados, eis que surge o inesperado, alguma coisa de agradável.
Lisboa nesta época do ano acolhe muitos turistas que como bons visitantes que são seguem à risca o roteiro turístico clássico das agências de viagens, especialmente quando o tempo de permanência não é muito.
Uma reportagem televisiva dava conta da concentração de turistas junto ao Mosteiro dos Jerónimos, esperando longas horas para entrar. Foram entrevistados vários turistas estrangeiros que não se pouparam a elogios a Lisboa. Quando se está de férias o tempo parece que não conta. A descontracção é grande e o importante é a boa disposição. Deixar as preocupações e as rotinas “lá fora” é uma regra de ouro.
Questionado um turista sobre o tempo de espera para fazer a visita, num tom a pedir uma reacção, pareceu-me, de ”poucos amigos”, eis que o homem com grande satisfação enalteceu o génio português e logo acrescentou que era realmente lamentável que a humanidade não quisesse resolver os atentados ambientais que estão a destruir o planeta com a vontade e o engenho que fez a união de esforços que permitiu a construção da extraordinária obra que é o Mosteiro dos Jerónimos. E disse!
11 comentários:
Ainda bem, cara Drª Margarida, que ninguem tinha contado ao emocionado turista, que para a construção do mosteiro, foram trazidos de áfrica um... uma mão cheia de voluntários trabalhadores, pagos, hospedados e alimentados de acordo com os contratos de emigração vigentes e estabelecidos com os governos dos respectivos países de origem e as associações de protecção aos emigrantes dos palop's.
Para além dos que foram arregimentados por esse país fora, para talhar a pedra e a unir, a troco de uma estadia em hotel de 6 ou 7 estrelas ali para os lados da lapa e... participação nos lucros que rendiam as cargas dos navios que chegavam da índia.
;)
Cara Margarida
Achei interessante que esse grupo de turistas tenha tecido elogios ao nosso país, até na perspectiva do tempo. Possivelmente não sabem da insegurança que reina sobretudo no algarve, facto que quanto a mim, vai, de braço dado com a crise eupeia, debilitar a vinda de estrangeiros fazendo turismo.Esta insegurança não me parece estar a merecer por parte das aotoridades competentes, uma forte preocupação. Até neste aspecto, a incompetência deste inefável governo, campeia, circunstância que pode levar à morte desta "galinha dos ovos de ouro" que tanto jeito nos tem feito.
Caro Bartolomeu
O nosso turista "ambiental" estava informado sobre o fracasso da Cimeira de Copenhaga e talvez preocupado com as alterações climáticas. Já não é mau. Foi forte a inspiração da arquitectura manuelina...
Continuamos a "arregimentar", agora para os lados de Cuba, para recompor o SNS, a troco, segundo li, de uns modestos 300€/mês.
Caro antoniodosanzóis
Se a visita tivesse sido feita há uns dias atrás, no meio de cargas de água e ventos ciclónicos, tenho impressão que os elogios iam pelo ar...
Tenhamos esperança que o nosso clima tão ameno não se estrague.
E disse muito bem! Há coisas lindissimas para ver por cá, de preferência com calma e sem saberem dos problemas que atormentam os nativos, como refere o caro antoniodasiscas. mas há tempo para tudo, para protestar e para apreciar e também temos direito auns elogios, sempre levantam o moral! Belo post para estrear o ano.
sem duvida dra suzana faz bem à alma ouvir os rasgados elogios destes turistas.
eu tb ouvi
nós que estamos cá dentro, não vemos com os mesmos olhos de quem vê do lado de fora.
outro aspecto que me agradou foi o comentário de um senhor brasileiro com a filha às cavalitas, que disse que era muito bom poder passear com a família na rua a qualquer hora, porque no brasil isso é muito perigoso.
malgré ...todos os problemas de criminalidade, que temos, mas ainda podemos passear na rua.
no dia em que não o pudermos fazer, perdemos a liberdade.
qto à referencia da dra. margarida sobre os medicos de cuba, ouvi há uns dias uma entrevista ao Prof. Dr. Miguel Pinto (médico cirurgião cubano radicado em Portugal) e fiquei muito esclarecida sobre muita coisa do que se passa na política de Saúde em POrtugal. Como disse e bem o Prof. Miguel Pinto, por um lado, tudo se resume a uma palavra, HIPOCRISIA, por outro, nem sempre o que é legal é ético. É o caso dos honorários dos médicos cubanos a trabalhar em Portugal, e que são entregues a uma empresa estatal cubana.
É legal, pronto ! E não se fala mais nisso.
Mas não é ... ÉTICO !
Não pense cara Margarida, que percebi mal o genuíno sentido deste seu post.
Mas penso que, antes de tomarmos como inspiradora a simbologia que encerram as vetustas paredes dos Jerónimos e, para não sermos tentados em anacronismos retóricos que nos podem levar (erradamente no meu ponto de vista) a auto-considerar-nos os salvadores do mundo, precisamos de olhar para dentro de nós mesmo, da nossa "casa".
Ainda muito recentemente, assistimos à ambígua decisão do Supremo Tribunal Administrativo, de permitir à co-inceneradora de Souselas , retomar a queima de produtos altamente perigosos, contra as decisão anteriormente decretada pelo Tribunal Administrativo Central, de suspender a queima, fundamentada em estudos ciêntificos que demonstram a perigosidade desse processo, e os efeitos nefastos na saúde das populações.
Salvador Massano Cardoso, nosso estimado amigo, Professor da Faculdade de Medicina e Provedor do Ambiente do Município de Coimbra, insurgiu-se veementemente contra a decisão do Supremo Tribunal, precisamente por não ter levado em conta os riscos para a saúde pública e a sua decisão ter sido baseada somente em questões administrativas.
Daí, cara Margarida, aqui o seu amigo Bartolomeu, compara estas cimeiras pr'o ambiente, àqueles meninos de escola que, durante as aulas se fartam de "papaguear", mas quando chegam aos testes e aos exames... truflas!!! embasbacam, ou então... tentam copiar pelo parceiro...
Caro Bartolomeu
Achei até muito interessante a sua reacção. Talvez que o meu comentário tenha sido pouco expressivo.
Mas assim, sempre temos a oportunidade de conversar mais um bocadinho.
Mas o nosso turista não deixa de ter razão, quando diz que não há vontade e empenhamento para mudarmos de vida. Não sabemos com que profundidade o disse, mas a mensagem sinaliza essa preocupação.
O fracasso da Cimeira de Copenhaga é um sinal de que a comunidade internacional e os governos dos países e a sociedade em geral não têm devidamente interiorizado o imperativo moral da preservação do ambiente e do reforço da solidariedade quer entre as gerações actuais, entre países ricos e países pobres, quer entre as actuais gerações e as gerações futuras.
O egoísmo induzido pela economia da eficiência, em que a competitividade e a rivalidade de poderes se jogam à escala global, é responsável pelas crises que o mundo hoje atravessa, que são também crises de valores.
Enquanto, todos em conjunto, não formos capazes de "ceder" ao lucro imediato e de nos preocuparmos com a sustentabilidade das decisões políticas estaremos a comprometer o nosso próprio bem-estar e das gerações futuras.
Portugal também sofre de todos estes males. A justiça, sendo um valor, é também um instrumento que espelha o que a sociedade dela espera.
Caro Bartolomeu, iria até mais longe no seu exemplo dos alunos mal comportados, dizendo que os responsáveis políticos que conduzem os destinos dos países e do mundo sabem muito bem o que andam a fazer, mas preferem comportar-se como os maus alunos.
Cara Pézinhos N' Areia
Também assisti à entrevista do Mário Crespo ao médico Prof. Miguel Pinto.
Estive até para fazer um texto sobre o tema tratado, que devo dizer-lhe me deixou arrepiada. Mas depois, não tendo tido a possibilidade de o fazer naquela noite, perdeu oportunidade. O tema é que não perdeu, é actualíssimo e deveria ser mais conhecido.
Com efeito, a ética está muito para além da lei. Nem tudo o que tem cobertura legal é ético.
É um facto que temos falta de médicos, mas a pergunta que se põe é se para resolvermos o problema vale tudo?
Cara Pézinhos N' Areia, agir com ética é música celestial para muita gente!
Cara Dra. Margarida, devo dizer-lhe, que pensei que no 4R iria aparecer algum post sobre aquela importante entrevista ao Prof. Dr. Miguel Pinto, personalidade até agora, para mim completamente desconhecida.
A opinião do citado é uma opinião que deve ser ouvida COM ATENÇÂO pelos responsáveis pela Saúde em Portugal.
Há soluções para os problemas e há bons exemplos a serem seguidos.
É só uma questão de vontade política para avançar.
Enquanto a Medicina Primária for o que é, em Portugal, estamos mal.
E antes da Medicina Primária, está a Educação.
Um povo analfabeto (nas questões de saúde) não pode ser um povo saudável, disse o Professor.
um abraço e votos de um bom ano e de uma boa década para Si.
Cara Pézinhos N' Areia
Por mais voltas que queiramos dar vamos sempre esbarrar com a Educação. A falta que faz!
Obrigada pelos seus amáveis votos. Desejo-lhe Cara Pézinhos N' Areia um Bom Ano, que tudo aconteça como gosta. Um caloroso abraço.
Não vi essa entrevista, agora deixaram-me muito curiosa...
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