As lojas de compra e venda de ouro nascem como cogumelos. Um
sector que até há bem pouco tempo tinha uma dimensão reduzida, tem vindo a ganhar
dimensão à custa do aprofundamento da austeridade e do crescimento da
criminalidade. A crise fez florescer este negócio. Sinais do tempo.
No bairro onde moro abriram num curto período de tempo três
destas lojas e ao que julgo saber o negócio vai próspero, embora quando me
atrevo a espreitar não veja viva alma.
Sempre
me interroguei sobre os perigos desta actividade, sobre a possibilidade de
estas lojas constituírem centros de compra de ouro roubado, com origem
criminosa, e locais em que a fragilidade económica das pessoas que aí se
dirigem para vender os seus bens é aproveitada para a obtenção do lucro fácil.
A sedução do acesso rápido ao dinheiro fresco ali mesmo à mão leva muitas
pessoas em situação vulnerável a tomarem decisões impensadas, sem possibilidade
de uma contra-avaliação credível.
É portanto uma boa notícia a
iniciativa em curso, que só peca por vir atrasada, de preparação de legislação que visa regular o licenciamento, o
comércio e a publicidade desta actividade. Neste momento é fácil a abertura de
uma loja, com um regime quase inexistente de licenciamento, em que o negócio é feito
sem o controlo das autoridades policiais e em que faltam regras exigentes que
protejam os consumidores. É urgente que o sector não se transforme numa "selva"...
2 comentários:
um pequeno volume de ouro representa a renda e o salário do avALIADOR, UMA loja com 200 a 300 gramas mensais 2 fios ou 6 pulseiras ou 30 a 50 anéis e medalhas
fará 6000 a 10000 euros de compras
com uma margem de lucro de 20 a 25%
ou mais no caso de comprar platina
2 fios representam uma visita quinzenal a uma loja
ou seja não é preciso aparecerem muitos vendedores
excepto se a renda for alta...
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