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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Não anda bem o governante...

... que explica que as gigantescas dívidas de empresas públicas não vão ser pagas pelos utentes nem assumidas pelas próprias empresas, mas pelo Estado. O Estado, neste caso, são os contribuintes como o governante bem sabe. Pensava eu que a socialização das consequências dos disparates cometidos era coisa do passado. E que as explicações demagógicas tiveram o seu tempo. Erro meu.

7 comentários:

Anónimo disse...

Quem mais resta, caro Ferreira de Almeida, quem mais resta? Verdade se diga que muitas dessas dívidas das EPs existem precisamente porque o Estado não cumpriu as suas obrigações para com elas a tempo e horas, forçando-as a endividar-se mais e mais com cada ano que passou até que, claro, agora já não dá para esconder o elefante debaixo do tapete.

Buíça disse...

As empresas que prestam serviços públicos são deficitárias e subsidiadas em praticamente todo o mundo. É preciso é alguém que inverta o caminho do "exponencialmente deficitárias" no caso das portuguesas. Veremos se é desta vez.

Rui Fonseca disse...

"muitas dessas dívidas das EPs existem precisamente porque o Estado não cumpriu as suas obrigações", diz Zuricher.

Concordo com o conteúdo mas discordo do invocado responsável: o Estado.

Em nome do Estado refugiam-se as irresponsabilidades dos governos, centrais e locais e outros governos mais.

O Estado, caro Zuricher, é um ente sem capacidade volitiva. É imputável pelos erros cometidos por outros em seu nome.

O nome do Estado é sempre invocado como forma de encobrir ou diluir responsabilidades, e, deste modo, safar os reais responsáveis.

Não foi o Estado que fez, ou não fez, ...isto ou aquilo, foi o Governo X, a Câmara Y, o Conselho de Administração de Z. Mais concretamente, o senhor A, o senhor B, o senhor C, etc.

Falta transparência na apresentação das contas públicas.
Há práticas e criatividades que permitem as manipulações mais graves cujos resultados só são conhecidos ao retardador. E os culpados já estão noutra. A culpa de quem é? Do Estado? O que é isso?

Caro Zuricher: O primeiro passo para mudar de vida é não invocar o nome do Estado, porque o Estado tem as costas largas mas são virtuais.

Anónimo disse...

Caro Rui Fonseca, quando me refiro a Estado refiro-me, claro, aos sucessivos governos que pela sua gestão passaram. É o mesmo quando nos queixamos duma avaria na electricidade. Resmungamos contra a empresa da electricidade mas na realidade o que queremos dizer é que a culpa é de quem está no posto x ou y da companhia da luz.

Rui Fonseca disse...

Discordo.
A Empresa X, Y, Z, existe e pode ser responsabilizada enquanto tal. Sabemos onde mora, e, pelos seus erros, pagam os seus representantes.

Pelos erros dos tutores do Estado pagam os contribuintes. Os tutores do Estado geralmente não são identificados como culpados. A culpa não é deles, é do Estado.

Não se diga: A culpa é do Estado, que não sabemos onde está. Diga-se a culpa é do Governo. Deste, do outro, ou de outro.

Salvo melhor opinião.

Tonibler disse...

Quando os "accionistas" do estado têm dúvidas se fazem, se não fazem, se pagam, se não pagam, se custa, se não custa; só há uma solução: O melhor é não serem sócios. Privatize-se. Há países que conseguem ter estas empresas públicas? Há, mas lá os sócios entendem-se...

Fenix disse...

Acho muito interessante o facto de quando se conclui que o Estado é um ente a quem não se pode pedir contas pelos desvarios das EPs, que haja opiniões a favor da sua privatização, em vez de se reunirem consensos sobre a forma de como todos nós poderemos e deveremos exigir que haja responsáveis (talvez através de legislação). Claro, que é difícil, pois quem legisla será mais cedo ou mais tarde confrontado com a sua quota-parte de responsabilidade...é o que popularmente se chama a "pescadinha de rabo na boca"!