Mário Soares apresentou o seu manifesto eleitoral e mais uma vez assumiu a sua postura de candidato do regime e da situação: um discurso que não surpreende e não inova, sem distanciamento relativamente à governação, reproduzindo o mais estafado "mainstream" nas ideias, numa palavra, "situacionismo" puro.
Os únicos "soundbytes" revelaram que se trata de um candidato que rejubila com o "combate político" (nota-se o prazer incontido quando ataca os adversários de estimação):
1. Acena com o fantasma da direita: o "messianismo revanchista"
"Aproveitando o descontentamento, provocado por medidas impopulares mas necessárias, está a surgir à direita um certo messianismo revanchista e vozes, com peso político, que reclamam abertamente a subversão do regime constitucional, utilizando para isso a eleição presidencial"
O descontentamento, pelo ouço e vejo, está mais à esquerda do que à direita, mas nem um palavra ou sinal contra os candidatos do PCP e do BE.
2. Condena o "camarada" concorrente Alegre: "nunca me candidataria contra o meu partido" (cito de memória).
Soares deixa, assim, revelar que vão ser Cavaco e Alegre os alvos preferidos e que vai fazer uma campanha "contra" aqueles candidatos e não em defesa das suas ideias e propostas.
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