A economia é simples; acontece é que os economistas e os políticos distorcem essa simplicidade, tornando-a complicada1...
A presente Nota deve ser vista no contexto da que escrevi ontem, intitulada “Os grandes equívocos- Proposta de debate”
Comparemos a economia portuguesa com uma criança que não cresce e cujos pais a levam ao consultório médico.
Para além do olho clínico e do acto médico, o médico recorre às análises para fazer um diagnóstico mais sustentado do paciente.
Na economia, também todos sentimos que não se desenvolve, pelo que é necessário recorrer a uma tantas análises para saber a razão do mal e, sobretudo, tratar da cura.
Então, vejamos o resultado das análises.
Marcador 1: o crescimento
O valor de 0,5% em 2005 confirma que a actividade económica se vem mantendo estagnada.
Como não cresce, convém analisar o estado dos órgãos que concorrem para o crescimento, no caso o consumo privado, o consumo público, o investimento, as exportações e as importações. E ainda a envolvente do desemprego e da inflação.
Assim:
Marcador 2: o consumo privado
Aumentou 2,3% em 2005, constituindo assim o principal factor do diminuto crescimento do corpo económico.
Parece bem, à primeira vista. Mas, numa segunda análise, verifica-se que o o mesmo não poderá ser factor de crescimento sustentável, porquanto se baseia no endividamento das famílias, que já atinge 117% do rendimento disponível, uma enormidade que, a persistir, poderá trazer desastres familiares e económicos irrecuperáveis.
Assim, o resultado desta análise não é favorável e há que intervir.
Marcador 3: o consumo público
Aumentou 0,8% em 2005, contribuindo um pouco para o crescimento.
Em circunstâncias normais de finanças públicas estáveis, estaria bem. Mas no quadro actual das finanças públicas portuguesas é um valor que estas não poderão aguentar, pelo que terá que baixar.Também aqui as coisas não vão bem!...
Marcador 3: o investimento
Diminuiu 2,1% em 2005.
É uma diminuição alarmante, que deve fazer tocar todas as campainhas de prevenção.
Marcador 4: as exportações
Aumentaram 1,2% em 2005, concorrendo para o acréscimo do produto.
É um valor baixíssimo, que indica a falta de competitividade da economia.
Marcador 5: as importações
Vão aumentar 2,1% em 2005.
Mal!...O valor, superior ao do marcador anterior, indica, acima de tudo, a maior competitividade das economias externas face à portuguesa.
Marcador 6: o desemprego
O valor de 7,4% não é alarmante, face ao padrão das restantes economias.
Marcador 7: a inflação
Da ordem dos 2,3%.
Valor um pouco acima do “normal”.
Perante este Quadro de Diagnóstico, qual a terapêutica a seguir?
E como é que a Política Financeira do Estado deverá interagir com este quadro clínico?
Ver-se-á na próxima Nota!...
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