Burj Dubai, a maior torre do mundo,
800 metros de betão a rasgar os céus do Dubai
*
Símbolo de exuberância, o edifício mais alto do mundo tem hoje honras de inauguração, num ambiente que se advinha faraónico, mas envolto num cenário de moratória de dívidas gigantescas da Dubai World.
Sinais dos tempos: modelos de vida insustentáveis, tapando as cortinas das crises que acabaram por se rasgar…
Sinais dos tempos: modelos de vida insustentáveis, tapando as cortinas das crises que acabaram por se rasgar…
15 comentários:
Misteriosos são: os caminhos do Senhor!
Será esta a forma islâmica de demonstrar a Umma à UE?!
Até parece que vivemos numa era de absoluta necessidade de prova... uma prova irrevogável que prove ao mundo, algo improvável, ou algo que não se percebe muito bem porquê, mas que é preciso provar, mesmo não se percebendo porquê.
;)
... ainda há quem duvide das sementes culturais que Portugal deixou pelo mundo. Vejam lá a forma como os árabes dão cabo do dinheiro dos outros em imbecilidades de betão!....
As quedas dos impérios são sempre precedidas destas manifestações do poder efémero.
... numa apoteose "orgástica"
Fugindo à realidade
com falsas aparências
prova-se a imbecilidade
repleta de incoerências.
A orgia gastadora
de anos enlouquecidos,
a marca reveladora
de arrojos distorcidos.
A exuberância do disparate ou a negação de que "tudo o que sobe continuará a subir".
Orgástica???
;))))))))))
ÓH meu amigo Manuel Brás, insigne poeta, quiçá honroso sucessor de António Aleixo...
D'aqueles altos arranha-céus
D'aquelas torres imensas
Por mais que pareçam tensas
E nos façam parecer pigmeus
Não brotam jactos de esperma
Nem se fecunda a Terra com elas
Pois não passam de bagatelas...
E o mundo, olhando para elas
Ganha um certo ar de palerma.
Orgástica!!!
Boa!!!
Adorei!!!
;))))
A tertúlia dos poetas tendo Dubai como pano de fundo!
:)
Durante essas festas de celebração deveriam ser afixados grandes cartazes de alguns países mais pobres do mundo; Serra Leoa, por exemplo...Timor Leste...
Um verdadeiro insulto à pobreza !
Do tampo da velha senhora, tempo do Estado Novo que foi substituído pelo Novo Estado, retenho duas imagens:
A torre de Babel.
O rei vai nu.
Vale, que o optimismo socrático/santanista/barrosista, com o porreiro pá e a adopção da alta velocidade, levarão seguramente Portugal a cumprir o seu destino milenat: construir o Quinto Império.
Caro Bartolomeu,
Mais uma vez, a primeira no presente ano de 2010, agradeço as suas palavras simpáticas e inspiradoras...
Como também gostei muito dos seus versos em resposta à apoteose "orgástica", posso publicá-los no meu blogue com a devida referência do autor?
Meu caro Manuel Brás
O que escrevo, não é meu
Faça então o que lhe apraz
Com os versos do Bartolomeu
O que escrevo, são só letras
Encaixadas umas nas outras
Formando frases e tretas
Com uma máscara de doutas
Manuel Brás, meu bom amigo
Pode usar o meu versejar
Sem limites ou condições
Não ligue muito ao que digo
Mesmo que seja a rimar
Sou de fracas conclusões
Ah, e não mencione o meu nome
Se os "versos" publicar
Para não envergonhar este home
Que aqui vem palavrear
;))))
Cara Margarida,
Com o devido respeito pelo Dubai e pelo seu povo, julgo que eles sofrem de uma forte crise de afirmação. Querem fazer o maior prédio do mundo, a maior ilha artificial do mundo, querem ter o carro mais exclusivo do mundo. Quando se ajudassem parte dos países que os rodeiam, talvez houvesse menos terrorismo e menos misério no mundo. Não quero parecer idealista, mas é um facto que todas estas enormidades, são feitas à custa do petróleo. E ainda que esses mesmos multi bilionários do petróleo apoiassem os outros países, com programas de apoio à população juvenil em especial, continuaria a sobrar dinheiro para ilhas artificias, para carros, arranha-ceús, ...
Cara Catarina
A riquesa está muito mal distribuida!
A crise geral que estamos a viver, nos diversso planos - económico, alimentar, ambiental e social - é também uma crise moral.
A falta de sobriedade e solidariedade que marcam o modelo de vida dos países ricos tem conduzido ao aumento do fosso entre países ricos e países pobres.
Caro Bartolomeu, Caro Manuel Brás
Vejo que a Burj Dubai é muito inpiradora. Pudera, como é que se pode resistir a tamanha grandesa!
Caro bravomike
Já pensou o que faríamos se tivessemos petróleo? Andamos à procura...
Caro André
Tem muita razão. Mas o problema é cultural. Penso que será uma conjugação de afirmação e exibição de poder. Uma mentalidade a que não estará alheia a sua própria história.
Vamos ver como vai o Dubai lidar com o vencimento da moratória da dívida. Para já contou com a ajuda do governo de Abu Dhabi que emprestou em Dezembro 10 mil milhões de dólares ao Dubai.
Uma ajuda que levou à mudança do nome da torre na festa da inauguração. Compreensível!
O novo nome da torre, Burj Khalifa, é uma homenagem ao xeque Khalifa, presidente da Federação dos Emirados Árabes e de Abu Dhabi.
Cara Margarida
Esta construção, não sei se lhe posso chamar investimento, é o exemplo mais acabado de um novoriquismo que, para lá de todas as suas "bactérias" intrínsecas de utilização, ostenta um luxo pérfido e perverso num país como o nosso, a cair de podre, só que com mais folgo. Depois cheira a Dubai, não cheira a Lisboa
Caro antoniodosanzóis
Lembra bem, também cá temos construções supérfluas, desnecessárias, verdadeiros buracos financeiros.
Um resultado da mania das grandezas! Estou-me a lembrar, por exemplo, dos estádios de futebol do Euro 2004! E há muito mais...
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