Estando em Avinhão, não podia deixar de fazer uma ronda por Châteauneuf du Pape, a cerca de vinte quilómetros, cidade que dá o nome e constitui o centro de uma das mais celebradas zonas de vinhos da França.
O nome tem naturalmente a sua origem no papado de Avinhão. O primeiro Papa de Avinhão tinha sido Cardeal em Bordéus. Saudoso porventura dos bons vinhos da sua terra, mandou plantar algumas vinhas pelos métodos já, na altura, modernos de Bordéus, e tornou-se o primeiro produtor da região. Poucos anos mais tarde, um dos seus sucessores mandou construir no local das vinhas uma residência, melhor, um castelo de férias, e a terra passou a ser comhecida pela denominação que manteve até aos dias de hoje.
Ao longo da estrada, sucedem-se as quintas, assim como no Douro, embora com dimensão que me pareceu mais reduzida. Mas, sendo uma zona bastante plana e monótona, fica muito longe da grandiosidade do Douro, da majestade das casas das grandes companhias e dos lavradores durienses, da paisagem ora suave ora sobressaltada do rio. Similar, apenas as contínuas placas das quintas e das caves, muitas delas oferecendo-se para visitas e provas de vinho.
Característica mais notada das vinhas é o pequeno tamanho das cepas, a modos de cepas anãs, produtoras de uvas muito próximo do solo pedregoso e que dele recebem a irradiação e o calor que propiciam a sua maturação em condições muito particulares e dando carácter específico ao vinho.
Um Châteauneuf du Pape é considerado um dos melhores vinhos do mundo, e até para muitos o melhor vinho. Admito que o marketing, aliado à superior qualidade do produto, tenham alguma responsabilidade na opinião que vem sendo divulgada e se vem tornando bastante consensual. Não sendo especialista, longe disso, mas um bebente normal, acho-o todavia excelente.
Para celebrar, acompanhou-nos, em Marselha, no jantar da noite do fim do ano, como aliás, em post anterior, referi. Uma cara delícia. Mas noites não são noites.
O nome tem naturalmente a sua origem no papado de Avinhão. O primeiro Papa de Avinhão tinha sido Cardeal em Bordéus. Saudoso porventura dos bons vinhos da sua terra, mandou plantar algumas vinhas pelos métodos já, na altura, modernos de Bordéus, e tornou-se o primeiro produtor da região. Poucos anos mais tarde, um dos seus sucessores mandou construir no local das vinhas uma residência, melhor, um castelo de férias, e a terra passou a ser comhecida pela denominação que manteve até aos dias de hoje.
Ao longo da estrada, sucedem-se as quintas, assim como no Douro, embora com dimensão que me pareceu mais reduzida. Mas, sendo uma zona bastante plana e monótona, fica muito longe da grandiosidade do Douro, da majestade das casas das grandes companhias e dos lavradores durienses, da paisagem ora suave ora sobressaltada do rio. Similar, apenas as contínuas placas das quintas e das caves, muitas delas oferecendo-se para visitas e provas de vinho.
Característica mais notada das vinhas é o pequeno tamanho das cepas, a modos de cepas anãs, produtoras de uvas muito próximo do solo pedregoso e que dele recebem a irradiação e o calor que propiciam a sua maturação em condições muito particulares e dando carácter específico ao vinho.
Um Châteauneuf du Pape é considerado um dos melhores vinhos do mundo, e até para muitos o melhor vinho. Admito que o marketing, aliado à superior qualidade do produto, tenham alguma responsabilidade na opinião que vem sendo divulgada e se vem tornando bastante consensual. Não sendo especialista, longe disso, mas um bebente normal, acho-o todavia excelente.
Para celebrar, acompanhou-nos, em Marselha, no jantar da noite do fim do ano, como aliás, em post anterior, referi. Uma cara delícia. Mas noites não são noites.
22 comentários:
Estou a pensar em visitar o Loire este ano. Conhece?
Châteauneuf du Pape será o próximo vinho que irei comprar! Depois lhe darei a minha opinião!
Obrigada por este “sightseeing” agradável e em boa companhia! : )
O meu Amigo Pinho Cardão anda a refinar os seus métodos de tortura sobre estes pobres condenados ao passeio dos tristes e ao consumo do carrascão com rótulo dourado que muitas vezes se oferece por cá.
Logo Châteauneuf du Pape! Isto não se faz...
Concordo consigo, caro JM Ferreira de Almeida. De facto, este Chateauneuf du pape não é para bolsa plebeia mesmo que o gosto seja de aristocrática! : ) Isto é que é mesmo sadismo na sua forma mais pura!
Cara Catarina:
Sim, lá por lá estive, pelo vale do Loire, seguindo pela estrada que bordeja o rio (magníficas paisagens) e visitando os vários castelos, melhor dizendo, palácios sumptuosos e onde viveram figuras históricas, que se encontram pelo caminho: Amboise ou Saumur, Chambord, Chenonceau, Blois, Azay-le-Rideau, etc, etc.
Passe por Tours e pela sua região, a Touraine. E vá até Nantes e dê um pulo ao mar, ao Monte de St. Michel. Lamentavelmente, não pude vir a este ponto extremo, tive que voltar para trás, que o tempo de voltar a Lisboa assim o impunha.
E quanto ao vinho, se encontrar uma garrafa com o formato do da fotografia, areje a bolsa: fica mais leve, mas creio que valerá a pena...
Caro Ferreira de Almeida:
Então o meu amigo, que bebe do bom, que diariamente começa o almoço com um champagne das Caves da Murganheira, se regala com uma garrafa da Quinta da Pacheca,e toma como digestivo um espumante da Raposeira, tudo, claro está, de Lamego, vem aqui invejar um instante esporádico e isolado em que um pobre cidadão um dia provou uma coisa mais fina...
Já não pode um indivíduo andar de camisa lavada?
Para camisa lavada um Chateauneuf não está nada mal, tem o meu amigo uns bons auspícios para o ano novo, já que o estreou em alto nível! É claro, não desfazendo nos nossos brindes com o Murganheira, excelente, a não deixar margem de inveja para outros luxos equiparáveis da Provença.
Catarina,vale bem o passeio pelo vale do Loire, aconselho-a a experimentar os Logis de France, uma rede de pequenos hotéis/albergarias que ficam nas aldeias mais escondidas das vias principais e que nos reservam magníficas surpresas, sobretudo de gastronomia local. Isto se não se importa de não ter as 5 estrelas sempre garantidas!, vale bem o risco, a meu ver e nessa zona encontra sítios fantásticos, na Primavera tem os concursos das aldeias floridas, um deslumbramento.
Obrigada caro Pinho Cardão e cara Suzana! Com essas belas descrições estou ansiosa que venha o mês de Julho! Estava a pensar em duas semanas mas creio que vou aumentar para três! E vou esperar que chegue a França para, então, provar esse fabuloso vinho! Por enquanto fico-me pelo alentejano ou até por um Masi. : )
Caro Drº Pinho Cardão:
Calculo que seja uma pomada, daquelas que dá vida aos mortes!
Pois eu também sou como a Dra. Suzana Toscano, brindo muito bem com Murganheira e Raposeira! Faço assim: brindes ordinários (são aqueles que eu pago) Raposeira; brindes extraordinários Moet Shandon, obviamente!
De qualquer forma obrigado pela dica, já registei o nome "Châteauneuf du Pape" no caderninho das lembranças, na primeira oportunidade bebo à nossa saúde!
:)
Estou a ficar cada vez mais entusiasmada com o meu passeio (já em fase de planeamento) ao Loire. Obrigada Paulo. Castelos e igrejas é comigo!
Já fui para além de anotar o Châteauneuf du Pape, JotaC! Já o comprei! Mas... a garrafa não tem o mesmo formato da gravura! E o seu preço ... bem... também terá um dígito a menos! De qualquer modo ... será para um dia especial! Acrescentei um Chianti e, por uma questão de patriotismo, uma garrafa da região de Lisboa! E só bebo meia taça por dia às refeições!!!!! :)
Caro Paulo:
Prazer esporádico, caro Paulo. Sem ter nenhum na garrafeira, como o feliz do meu amigo.
Entre tão excelentes vinhos do Rhône, venha o mais entendido e escolha. Já também apreciei o Gigondas, este creio que exactamente da mesma zona do Chateauneuf du Pape, porventura uma marca dentro dos vinhos da região demarcada.
E também já me passou pela boca o Crozes Hermitage, este de uma zona bastante mais a norte e em que a casta predominante é a syrah (nos anteriores também entra, mas é minoritária). O Saint Joseph desconheço por completo.
Mas, por cá, já vamos tendo semelhantes, todavia com menos poder de marketing...
Caro jotaC:
No brinde, como em tudo na vida, vale mais a intenção que o resto. E, vá lá, atendendo ao nosso amigo Ferreira de Almeida, o Raposeira nem é nada mau!...
Catarina:
Apre! Já vi que não é pessoa de delongas… O facto de a garrafa não ser igual cheira-me a produto contrafeito, o melhor é brindar com produto nacional, afinal de contas continuamos em crise…
:)
É verdade, JotaC. O que eu posso fazer já...não deixo para logo...
Claro que o que comprei terá pouco a ver com o da fotografia do Caro Pinho Cardão.. Mas tem o nome pomposo de Châteauneuf du Pape! É uma garrafa assim meio torta para nos dar a sensação de “vintage”! Assim me explicaram! É evidente que prefiro comprar produtos nacionais... o meu pequeno contributo a favor da nossa economia! Mas é agradável saborear o que os outros povos saboreiam!!!
Catarina:
Claro que sim!Eu estava apenas a ironizar...Bom, amanhã veja lá se pode desvendar um pouco desse dia especial em que vai estrear a garrafa torta, mas "Châteauneuf du Pape"!
Fique bem.
:)
Ó meu caro JotaC! Só agora reparo que o meu Amigo escreveu que faz brindes "ordinários" com Raposeira e os extraordinários com Moet?!
Não deve o mei Amigo ser grande apreciador de espumante se não teria concluído que os ordinários, ainda que pagos por si, lhe sabem melhor porque o produto não fica atrás do francês.
Se afinal for um apreciador, puxe um pouco mais pelos cordões à bolsa e prove o Vintage da Murganheira. Vai ver que se bate bem com o melhor que se produz com nome mais luzidio...
Meu caro Paulo, se me permite dizer-lho, a prova feita não foi com o Murganheira certo. Do apuramento de alguns espumantes, em especial os mono-casta da marca, resultaram vinhos muito bons segundo o critério mais apurado. O Vintage é excelente. Experimente. Vai ver que muda de opinião. E a prova não será tão desgostosa.
Caro Drº Ferreira de Almeida:
Nada de confusões! Brinde ordinário no sentido de frequente, habitual, melhor dizendo, dentro das minhas possibilidades o melhor...
Quanto à qualidade estou de acordo com o caro Drº, mas o que quer! Em meia dúzia de vezes que fui convidado era moet chandon, não sei se comprado com o cartão jumbo ou continente, mas como é óbvio não perguntei!
:)))
Caro Drº Ferreira de Almeida:
Já me ia esquecendo de agradecer a informação
O próximo aniversário da minha "xavalinha" vai ser comemorado com "Vintage da Murganheira"! E quando ela elogiar o meu bom gosto, vou falar em si..
:)
Meu caro Paulo, vejo que o meu Amigo é apreciador e mais do que isso conhecedor da matéria. Por isso temo que corresponder ao pedido que me faz é correr o risco de lhe provocar a mais absoluta desilusão.
Porém, cheguei á idade que consente qualificar de bom aquilo que me sabe bem e não o que vem catalogado de bom.
E por isso atrevo-me não a aconselhar, mas a dizer o que me soube bem.
O Vintage 04 é exactamente o que apresenta no site. Admito que o contraste com outros, porventura o desfavorecesse, mas para mim, que estou longe de ser especialista na matéria, continua a ser-me muito agradável à boca e ao paladar.
Seja como for, obteve muito recentemente uma medalha de ouro em certame prestigiado, no estrangeiro, creio que no criterioso mercado alemão, se não erro.
Continuando nos Murganheiras (brutos), ensaiei há dias a prova do Cuvée Reserva Especial (ou Especial Reserva, não sei bem). Achei-o esplêndido de frecura e sabor.
Deram-me a provar um Esporão que igualmente me encheu, para além do copo, as medidas. Estaria eu naqueles dias de predisposição ou o produto era mesmo bom? Não sei. Sei que me soube muito bem. A repetir, para confirmar.
Se me quiser acompanhar, aproveitamos para brindar à vida que nos proporciona prazeres destes. Com qualquer destes ou outros, que os há por aí certamente tão bons ou melhores. E se tivermos dificuldades na escolha, existe sempre o recurso à cave do nosso Pinho Cardão que, como se vê pelo mote, é de todos nós o que melhor se governa...
Caro Ferreira de Almeida:
Sempre a brincar com a miséria alheia...
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